Nos últimos anos, a interseção entre criptomoedas e o mercado financeiro tradicional tem se mostrado cada vez mais relevante, à medida que inovações tecnológicas transformam a forma como lidamos com esses ativos, em investimentos, pagamentos e outras frentes.
A ascensão das criptomoedas, impulsionada pelo Bitcoin e o crescimento de suas aplicações práticas, sinaliza uma nova era para o setor financeiro.
O crescimento do Bitcoin não se restringe apenas à capitalização de mercado e à adoção, mas também se refere ao seu uso em diferentes funções, aproximando o ativo de conceitos anteriormente associados somente ao mercado financeiro tradicional.
Um desses conceitos é o Pristine Collateral!
O termo Pristine Collateral, que significa “não corrompido”, “em perfeitas condições” ou “garantia imaculada”, é utilizado para caracterizar um ativo de garantia em operações de empréstimo.
Um Pristine Collateral possui várias características que o tornam único e aceito para essas operações, entre as quais se destacam:
- Alta liquidez: rápido resgate e acessível a qualquer momento.
- Alta qualidade: ativo valioso para os usuários no mercado.
- Confiabilidade: segurança e previsibilidade.
Com esses atributos, o risco de crédito para esses ativos é baixo, o que os tornam valiosos, especialmente em momentos de instabilidade.
Exemplos tradicionais de Pristine Collateral:
- Títulos do Tesouro dos EUA;
- Títulos soberanos AAA de países com baixo risco (Alemanha, Suíça, Japão…);
- Depósitos em bancos centrais; e
- Ouro físico.
Perspectiva do Gasto: Além dos pontos abordados, um colateral pristine incentiva o gasto de um ativo menos valioso, como uma moeda fiat, e encoraja a custódia de um ativo mais valioso em seu lugar.
Bitcoin como Pristine Collateral
Apesar da volatilidade do Bitcoin ser um desafio, existem outras características que o fortalecem como um possível ativo de reserva de valor descentralizado, devido a atributos que já conhecemos, tais como:
- Oferta limitada: 21 milhões de unidades.
- Descentralização: sem necessidade de um intermediário.
- Alta liquidez: operação 24/7 e alto volume de negociação.
- Blockchain: o rastreamento do Bitcoin é acessível a qualquer usuário.
E o que destaca o Bitcoin também é sua resiliência, que garante interoperabilidade e segurança, mesmo em momentos adversos.
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O Bitcoin em novos patamares
Com todos esses pontos, o Bitcoin já poderia ser visto como um colateral pristine, uma garantia imaculada, mas ainda podemos destacar sua adoção.
A busca por BTC tem aumentado significativamente nos últimos anos, não apenas do lado do varejo, mas também devido à forte demanda vinda de investidores institucionais, especialmente após a aprovação dos ETFs e a inclusão do ativo nas tesourarias de empresas como Strategy, Méliuz, Metaplanet, entre outras.
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O Bitcoin pode ser considerado como a garantia mais neutra que já foi criada e com fácil portabilidade, ao contrário dos ativos que foram citados anteriormente, o BTC pode ser transacionado de forma segura e verificável através da blockchain.
Todas essas qualidades posicionam o Bitcoin como um novo Pristine Collateral.
Embora ainda exista relutância, a tendência com a digitalização de ativos financeiros é que o Bitcoin possa ser incluído na lista de ativos valiosos, talvez até dando origem ao termo Pristine Collateral Digital.
Mesmo que ainda não receba a classificação oficial de Pristine Collateral, a realidade é que o Bitcoin como garantia não está tão distante dessa utilidade.
Uso de Bitcoin como garantia já é real
Há alguns anos, vemos plataformas de DeFi utilizando Bitcoin (inclusive em formatos como o WBTC) e outras criptomoedas como garantia para operações de empréstimos descentralizados, sem a necessidade de vendê-los. Como comentamos anteriormente, você pode manter o ativo valioso e gastar o menos valioso.
Outro exemplo dessa aplicação é o Empréstimo com Cripto, oferecido pelo MB, onde você pode usar seu saldo em Bitcoin e Ethereum como garantia para tomar um crédito em reais na sua conta e utilizá-lo da melhor forma.
Com essa iniciativa, o MB traz para mais de 4 milhões de clientes a possibilidade de usarem suas criptos para acessar um mercado que antes era limitado apenas à plataformas de DeFi, com pouco acesso e confiança.
Uma solução que une o melhor dos dois mundos: a inovação das finanças descentralizadas com a segurança, a liquidez e a robustez de uma plataforma consolidada como o MB.
Sobre o autor
André Ferreira é economista de formação e atua como analista comercial no time de Relacionamento Trader do MB – Mercado Bitcoin. Iniciou sua atuação no mercado cripto desde 2019, também no MB e tem conhecimento em blockchain, ativos digitais, trading de cripto e OTC.