A liquidez do mercado de Bitcoin está se estreitando à medida que a criptomoeda continua a se consolidar após uma forte correção desde seu pico em fevereiro, acima de US$ 102.000.
Nesta quarta-feira (19), o Bitcoin (BTC) opera em alta de 0,9% e é vendido a US$ 83.498. O Índice de Preço do Bitcoin (IPB) aponta uma cotação em reais de R$ 476.364.
Já o Ethereum (ETH) apresenta uma valorização mais contundente de alta de 4,1% e cotação de US$ 1.974. O mercado no geral está no positivo: XRP (+1,8%), Solana (+1,9%), Cardano (+1.8%), Dogecoin (+1%) e Tron (+2,8%).
A exceção é o BNB, que sofre desvalorização de 2,9% nas últimas 24 horas e é vendido a US$ 616.
Dados on-chain da Glassnode mostram que os fluxos de capital desaceleraram significativamente, com as condições de liquidez se deteriorando tanto nos mercados à vista quanto nos mercados futuros.
As entradas em exchanges — uma métrica-chave da atividade de mercado — caíram mais de 54% em relação ao pico do ciclo, refletindo uma menor participação dos investidores, escreveu a Glassnode em um relatório na terça-feira.
Ao mesmo tempo, o interesse aberto em futuros de Bitcoin caiu 35%, de US$ 57 bilhões no recorde histórico do mercado para US$ 37 bilhões, sinalizando uma redução no uso de alavancagem e na atividade especulativa.
O ativo acumula uma queda de 23% desde seu recorde histórico em 20 de janeiro, perto de US$ 109.000.
Um dos principais fatores que contribuem para a escassez de liquidez parece ser a desmontagem da estratégia de cash-and-carry trade — uma arbitragem em que os traders exploram o prêmio de preço do Bitcoin nos futuros da CME em relação aos preços à vista.
Outro fator apontado pelos analistas é a mudança no sentimento em relação aos desenvolvimentos macroeconômicos globais, passando de reações impulsivas no início do mês para os impactos das tarifas do presidente Donald Trump.
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“Na ausência de novas manchetes sobre tarifas, a geopolítica voltou ao centro das atenções”, escreveu a firma de trading de ativos digitais QCP Capital, baseada em Cingapura, em uma nota na terça-feira.
“Os novos ataques de Israel a Gaza após uma trégua temporária impulsionaram o ouro acima de US$ 3.000, enquanto o Bitcoin continua a exibir uma correlação negativa”, afirmou.
Com o mercado adotando uma postura mais avessa ao risco, os investidores institucionais estão reduzindo suas posições, levando a saídas líquidas de ETFs e aumentando a pressão de baixa no preço à vista do Bitcoin.
O mercado de opções também reflete uma crescente preferência por proteção contra quedas, com opções de venda (puts) apresentando prêmios de volatilidade implícita mais elevados do que opções de compra (calls) equivalentes.
Enquanto isso, os detentores de curto prazo estão enfrentando perdas substanciais não realizadas, levando alguns a capitular.
Apesar da liquidação mais ampla, os detentores de longo prazo permanecem amplamente inativos, afirmou a Glassnode, sugerindo que a convicção de longo prazo na proposta de valor do Bitcoin continua intacta.
O relatório da Glassnode observa que esse grupo ainda detém uma parcela significativa da riqueza da rede, um comportamento atípico para este estágio do ciclo.
Agora, o Bitcoin enfrenta um equilíbrio delicado: com a liquidez em declínio e a atividade especulativa enfraquecendo, a volatilidade pode permanecer elevada no curto prazo.
Se um novo fluxo de capital retornará para sustentar preços mais altos permanece uma questão chave, à medida que os traders avaliam as condições macroeconômicas e o cenário geral de risco.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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