Imagem da matéria: Quem é Ross Ulbricht? O fundador da Silk Road e ícone do Bitcoin perdoado por Trump
Ross Ulbirch tinha 140 mil bitcoins quando foi preso (Foto: FREEROSS.ORG)

Você pode ter ouvido falar de Ross Ulbricht e como o presidente Donald Trump acabou de conceder-lhe o perdão.

Mas quem é ele e o que isso tem a ver com Bitcoin?

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Por anos, a comunidade cripto vinha pedindo a libertação de Ulbricht após um juiz, em 2015, sentenciá-lo à prisão perpétua.

Quem é Ross Ulbricht?

Ross William Ulbricht, de 40 anos, cresceu em Austin, Texas, e estudou física na Universidade do Texas antes de concluir um mestrado em ciência dos materiais na Universidade Estadual da Pensilvânia, de acordo com a biografia de seu site.

Ele é descrito como alguém com um interesse precoce por “liberdade, privacidade e mercados livres”, o que mais tarde o levou a descobrir o Bitcoin.

No entanto, segundo o próprio Ulbricht, ele também era apaixonado por liberdades individuais, o que o levou a criar um site chamado Silk Road.

O que era a Silk Road?

A Silk Road era um mercado online que só podia ser acessado através do Tor, um navegador anônimo. A ideia era que os usuários pudessem comprar produtos anonimamente e recebê-los em casa — algo parecido com a Amazon — mas sem necessidade de cadastro para usar o site.

Contudo, a Silk Road não era um site de comércio eletrônico comum; ele vendia produtos que não poderiam ser encontrados em uma simples busca no Google.

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Os clientes podiam buscar no site desde heroína e cocaína até vários tipos diferentes de maconha e receber tudo diretamente em suas portas.

O site tornou-se sinônimo da “dark web” e de tudo o que seus críticos consideravam errado com ela.

Depois de administrar o site por anos, os federais capturaram Ulbricht — que usava o pseudônimo Dread Pirate Roberts ao operar o site — em uma biblioteca de São Francisco, em 2013.

Ele passou os dois anos seguintes na prisão antes de ser condenado a duas penas de prisão perpétua, mais 40 anos, por sete acusações, incluindo distribuição de narcóticos, participação em uma empresa criminosa contínua, conspiração para cometer invasão de computadores e conspiração para cometer lavagem de dinheiro.

Preet Bharara, procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, disse na época que Ulbricht era “um traficante de drogas e aproveitador criminoso que explorou os vícios das pessoas e contribuiu para as mortes de pelo menos seis jovens” quando foi preso em 2015.

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Talvez o mais interessante seja que as autoridades também apreenderam 173.991 Bitcoins relacionados ao site, que na época valiam mais de US$ 33,6 milhões. Esse montante hoje vale muito mais de US$ 18 bilhões e ainda está nas mãos dos federais.

Foi a maior apreensão de Bitcoin da história pelo governo dos EUA.

Interesse da comunidade cripto e o perdão de Trump

Para usar o Silk Road, os clientes podiam pagar apenas com Bitcoin. A natureza pseudônima da moeda digital (em que transações são vinculadas a endereços de carteiras compostos por números e letras, em vez de nomes) era bem adequada para a compra de bens ilegais.

Até hoje, apesar da ilegalidade do caso Silk Road, a comunidade cripto argumenta que o Silk Road foi um caso de uso perfeito da impecável tecnologia de livre mercado do Bitcoin: uma maneira sem permissões e resistente à censura de comprar coisas na web.

Por esse motivo, o caso de Ulbricht chamou a atenção de entusiastas do Bitcoin e veteranos do setor, como Roger “Bitcoin Jesus” Ver e o CEO da Strike, Jack Mallers, além do senador Rand Paul.

Ulbricht falou extensivamente sobre o Bitcoin — mesmo estando atrás das grades.

“Hoje, me inspiro no Bitcoin. Vou continuar, dia após dia, dando o próximo passo repetidamente. Vou continuar adicionando o próximo bloco”, escreveu ele em um post de 2022.

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Durante a campanha do presidente Donald Trump, o comandante prometeu ajudar a indústria de ativos digitais — incluindo a promessa de libertar Ulbricht.

Pode ter sido um movimento para continuar recebendo doações do setor cripto ou talvez por razões pessoais.

Após o perdão incondicional de Ulbricht em janeiro, Trump afirmou que os “canalhas” que prenderam Ulbricht eram os mesmos “lunáticos” que o perseguiram, referindo-se aos múltiplos processos criminais e civis movidos contra ele após o fim de seu primeiro mandato.

Ainda assim, seja qual for o motivo, é provável que a indústria agradeça ao líder republicano por anos.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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