Um cliente brasileiro da FTX entrou com um processo na Justiça do Rio de Janeiro para ser ressarcido por Gisele Bündchen, modelo que recebeu um volumoso pacote de ações da empresa para se tornar a garota-propaganda. Porém, o investidor brasileiro tem encontrado uma dificuldade: localizar a modelo para que ela seja citada no processo.
Segundo o jornal O Globo, na ação proposta no ano passado, o cliente brasileiro pede um ressarcimento de R$ 390 milhões, que seria o valor que perdeu por manter Bitcoin sob custódia da FTX. Ele alega que Gisele teve papel fundamental em atrair investidores para a companhia, que declarou falência no final de 2022.
O autor do processo indicou diversos endereços onde Gisele poderia ser encontrada, mas a modelo não foi localizada em nenhum deles.
O caminho então está sendo tentar uma cooperação internacional: a celebridade está sendo processada nos EUA pelo mesmo motivo e o brasileiro agora pede que o juiz federal Kevin Michael Moore, do Distrito Sul da Flórida, ajude a citá-la sobre a ação que corre na 29ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Esse procedimento no qual os Judiciários de dois países trocam informações para ajudar em processos é realizado por meio da chamada carta rogatória e os advogados do cliente brasileiro já entraram com um requerimento para que ela seja feita.
Gisele Bündchen e FTX
No livro “Going Infinite” de Michael Lewis, o autor conta que Gisele Bündchen recebeu cerca de R$ 100 milhões para trabalhar como embaixadora da FTX por 20 horas.
Mas depois, em junho de 2021, as partes chegaram a outro acordo: ações em troca de uma parceria mais permanente. De acordo com os registros oficiais, Gisele Bündchen era dona de 686.761 títulos de ação da FTX e em troca deveria desempenhar um papel de consultora de iniciativas ambientais e sociais da corretora.
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Processo nos EUA
Nos Estados Unidos, logo após o colapso da corretora, Gisele já foi acionada judicialmente. Conforme informações da CNN, um investidor chamado Edwin Garrison entrou uma ação coletiva e tendo como advogado Adam Moskowitz e David Boies, que estão entre os principais profissionais do Direito na Flórida.
Em janeiro do ano passado, foi divulgado que Daniel Friedberg, ex-diretor de Regulamentação da FTX e Diretor de Compliance da FTX US, forneceu provas de que a atividade promocional da FTX realmente se originou na Flórida.
A evidência, que Friedberg forneceu “sob pena de perjúrio”, poderia minar um argumento de defesa de alguns dos réus de que o Tribunal de Miami não tem jurisdição e que as reivindicações não têm conexão com a Flórida.
De acordo com uma alteração queixa, arquivada em um Tribunal Distrital da Flórida em 11 de maio, o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da FTX US, Avinash “Avi” Dabir, estava fisicamente baseado em Miami no início de 2021 e era responsável por gerenciar embaixadores da marca para a FTX, incluindo vários réus de alto perfil no caso, como a modelo Gisele Bündchen, o ex-jogador de basquete Shaquille O’Neal, o comediante Larry David, o jogador aposentado da NFL Tom Brady, e a estrela japonesa de tênis Naomi Osaka.
Os demandantes da ação coletiva alegam que a FTX pagou os seus embaixadores da marca para promover ilegalmente contas com juros que eram na verdade valores mobiliários, mas que a FTX não registrou na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), conforme exigido por lei.
De acordo com a Lei do Estado da Flórida, argumentam os demandantes, qualquer pessoa que promova valores mobiliários não registrados é responsável por quaisquer perdas que os clientes sofram ao manter o investimento, como uma queda no valor de uma carteira com várias criptomoedas que teve um desempenho ruim.
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