Outro blockchain sofreu um ataque dos 51%. Desta vez o alvo foi a criptomoeda Vertcoin (VTC), segundo uma publicação feita no domingo (02) no Medium por um especialista em segurança. O roubo pode chegar a US$ 100 mil, cerca de R$ 380 mil.
Quando alguém detém a maioria da capacidade de processamento de uma rede de uma blockchain (mais de 50% da taxa de hash), ele se torna capaz de reverter transações, lucrar com elas, e ainda manter unidades da criptomoeda consigo.
De acordo com Mark Nesbitt, que trabalha como Engenheiro de Segurança na Coinbase, no caso da Vertcoin os cibercriminosos alugaram uma grande quantidade de hashes para atacar a rede.
Desta forma, eles conseguiram obter mais de 50% da taxa de hash de mineração, o que lhes permitiu o comando da plataforma.
Isto esbarra no conceito de rede descentralizada, um fundamento intrínseco da tecnologia blockchain, pois ela perde essa característica no momento que alguém possui mais de 50% do controle.
Com esse domínio em mãos, um minerador pode criar blocos separados de qualquer bloco anterior, criando duas versões do mesmo blockchain.
Caso a nova versão criada comece a produzir mais blocos do que o resto da rede, isso pode levar a uma situação denominada reorganização de cadeia.
A situação pode ainda piorar. Se um minerador possuir um grande número de criptomoedas, ele também poderá lançar um ataque de gasto duplo na rede.
Ele pode iniciar, então, uma transação na cadeia principal, mas também pode replicar a mesma transação na cadeia alternativa.
Como resultado, ambas as transações enviam a mesma criptomoeda e somente uma delas pode ser confirmada enquanto a outra permanece inválida.
Nesbitt explicou que em quatro incidentes distintos a Vertcoin experimentou 22 reorganizações. Dessas, 15 incluíam gastos duplicados de VTCs.
“Estimamos que esses ataques poderiam ter resultado em um roubo de mais de US$ 100 mil. A maior reorganização foi de mais de 300 blocos”, disse o especialista.
A Vertcoin ocupa a 190ª colocação em valor de mercado (US$ 14 milhões), conforme dados do CoinMarketCap.
Vulnerabilidade de exchanges
Ele também refletiu sobre uma outra questão, a vulnerabilidade de exchanges. Nesbitt acredita que os procedimentos são realizados muito rápido.
“isso ocorre porque as corretoras permitem que os depósitos sejam rapidamente negociados em diferentes ativos e depois retirados. Um malfeitor pode fazer um depósito, revertê-lo, trocar por outro ativo, mover o novo ativo para fora da plataforma e depois reverter o depósito original”, disse.
Nesbitt citou incidentes semelhantes que ocorreram no setor este ano, como os casos Bitcoin Gold, Verge e Monacoin, o que resultou no banimento dos criptoativos em bolsas significativas de criptomoedas.
No caso do Bitcoin Gold, no início de setembro a Bittrex, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, anunciou a retirada do suporte para o BTG.
O motivo, segundo um comunicado da exchange, foi o acontecimento de uma série de gastos duplos devido a um ataque de 51%, como explicou Nesbitt.
Os casos da Verge e da Monacoin aconteceram de forma semelhante e o desfecho também foi o mesmo.
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