Imagem da matéria: SEC multa celebridade do boxe em mais de R$ 3 milhões por promover criptomoeda
(Foto: Wikipedia)

O multicampeão de boxe Floyd Mayweather e o DJ Khaled que promoveram Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs) consideradas ilegais pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) terão que prestar conta à Justiça americana.

As duas celebridades faziam parte de um seleto grupo em um site chamativo criado pelos fundadores da Centra, Sam Sharma e Robert Farkas, também citados pela SEC em abril deste ano, segundo a Forbes.

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Os famosos contratados eram pagos para promoverem, geralmente em suas redes sociais, o projeto da criptomoeda sem nenhum respaldo das autoridades reguladoras.

No entanto, a SEC não os indiciou por fraude e considerou que eles também foram enganados pela Centra. A Agência, então, os penalizou por não divulgar o fato de que eles foram pagos para promover a falsa criptomoeda que levantou mais de US$ 32 milhões em 2017.

A startup havia prometido aos investidores que os recursos arrecadados seriam usados ​​para construir um conjunto de produtos financeiros, incluindo um cartão de débito com o apoio da Visa e da Mastercard, mas tudo era uma farsa.

De acordo com a Agência, Mayweather não divulgou pagamentos recebidos de três emissores de tokens, o que totalizou US$ 300 mil, sendo US$ 100 mil recebidos pela Centra. Já Khaled não informou um pagamento de US$ 50 mil também pagos pela startup.

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Embora ambos não terem se manifestado publicamente, eles concordaram em acertar as contas com a Agência.

Mayweather vai pagar US$ 300.000 em restituição, multa de outros US$ 300.000 e US$ 14.775 de juros. Khaled concordou em pagar US$ 50.000 em ônus, multa de US$ 100 mil e US$ 2.725 em juros. Juntos, eles vão pagar US$ 767.500.

Outra punição foi proibir a atividade irregular. Conforme acerto com a reguladora, Mayweather vai abster-se de promover tokens ou qualquer tipo de títulos por três anos, enquanto Khaled  vai permanecer dois anos sem ser monetizado com tais propagandas, diz a nota.

No entanto, o caso não está encerrado. Este acerto foi apenas uma fase de um inquérito que ainda está sob investigação da SEC, com a supervisão do chefe da unidade cibernética, Robert A. Cohen.

A Agência alerta

Steven Peikin, diretor da Divisão de Fiscalização da SEC, alertou para que as pessoas não acreditem em tudo o que celebridades falam nas redes sociais referentes ao mercado de criptomoedas. Ela alega que eles também podem estar sendo vítimas de projetos fraudulentos.

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“Os influenciadores de mídia social são frequentemente promotores pagos e não profissionais de investimento, e os títulos que eles estão divulgando, independentemente de serem emitidos usando certificados tradicionais ou no blockchain, podem ser fraudes”, advertiu o regulador.

Celebridades e criptomoedas

A febre das ICOs no ano passado foi que ocasionou o fenômeno da ‘criptomoeda da celebridade’, onde várias startup desembolsaram milhares de dólares para ter famosos provendo seu token, muitas vezes controverso.

Outro multicampeão mundial de boxe, o filipino Manny Pacquiao, foi nomeado como embaixador de uma startup cujo token seria específico para fãs.

O investimento sem precedentes dessas startups em publicidade com celebridades vai além da imagem. Elas geralmente associam a vida financeira da personalidade para passar mais segurança.


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