O americano Martin Shkreli, ex-executivo do ramo farmacêutico conhecido como “Pharma Bro”, pode estar por trás da memecoin DJT emitida na rede Solana. Nos últimos dias, o ativo disparou de preço após especulações de que seria o token oficial do ex-presidente Trump, cujo nome completo é Donald John Trump — e, portanto, a sigla DJT.
O novo capítulo em torno do token DJT começou no X, antigo Twitter, na noite de terça-feira (18), quando o analista de blockchain ZachXBT revelou supostas conversas privadas com Shkreli, onde este afirmou: “Tenho 1.000 evidências de que eu criei [a memecoin] com Barron”.
Ele se refere ao filho do ex-presidente, Barron Trump, cujo nome passou a ser vinculado ao DJT no X pela conta do site de notícias Pirate Wires no dia anterior.
Na ocasião, o editor-chefe do site, Mike Solana, esclareceu que “não falou diretamente com Trump” e que estava apenas relatando o que soube “por meio de fontes”.
ZachXBT então escreveu no X que “Martin Shkreli entra em pânico por DM para mim” antes de criar um spaces e assumir ser o criador do DJT.
A campanha de Trump não comentou oficialmente o assunto até esta quarta-feira (19).
Até então, Pharma Bro tinha negado qualquer envolvimento com o token, mesmo quando detetives online desconfiaram de mensagens semelhantes entre dois canais no Telegram — um referente a um token apoiado por ele, outro referente ao DJT. Em seu perfil no Instagram, há duas semanas compartilhou uma imagem de Trump para promover sua plataforma de geração de imagem por IA, Shoggoth.
Memecoin DJT cai 58%
Após os rumores de que o DJT era uma moeda oficial de Trump, teve uma enxurrada de atividades de negociação e um aumento maciço de preço, já que o Crypto Twitter se concentrou no assunto, mesmo com sugestões de “notícia falsa”.
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Houve então um aumento repentino no preço para US$ 0,037 na segunda-feira (17). No entanto, neste início de tarde de quarta, dados da DEXTools mostram que o preço do token DJT caiu 58% nas últimas 24 horas, sendo negociado em US$ 0,012.
Independentemente disso, o nome de Trump tem sido um impulsionador bastante confiável do interesse do mercado de criptoativos, seja por meio de vendas de seus NFTs oficiais ou de tokens de homenagem como o MAGA. Tanto Trump quanto o atual presidente dos EUA, Joe Biden, inspiraram uma série de tokens.
Há uma semana, Trump declarou que seria um “presidente das criptomoedas” em um evento de arrecadação de fundos em São Francisco.
O possível papel das criptomoedas na próxima eleição presidencial dos EUA está atraindo um maior escrutínio, com a administração de Biden supostamente se preparando para participar de uma mesa redonda sobre Bitcoin no próximo mês.
Polêmico ‘Pharma Bro’
O nome de Martin Shkreli voltou à cena recentemente também por outro assunto polêmico, referente a direitos autorais. Isso porque uma juíza federal no Brooklyn ordenou que ele temporariamente parasse de reproduzir cópias do álbum único do grupo de rap nova-iorquino Wu-Tang Clan, “Once Upon a Time in Shaolin”.
A mudança ocorreu depois que os atuais proprietários do registro, o coletivo cripto PleasrDAO, entraram com uma ação contra Shkreli, antigo dono do álbum — ele comprou a única cópia existente do disco por supostamente US$ 2 milhões, no entanto o álbum veio com a condição de não poder ser explorado comercialmente até 2103.
Depois que Shkreli foi julgado e condenado por fraude de valores mobiliários em 2018, diz uma publicação do Decrypt, o Departamento de Justiça dos EUA apreendeu o álbum e mais tarde o vendeu para a PleasrDAO em 2021 por colossais US$ 4 milhões.
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