Depois de voltar a agitar o mercado na semana passada, derrubando o preço do Bitcoin (BTC) ao movimentar US$ 9 bilhões na criptomoeda, a extinta exchange Mt. Gox tem deixado alguns investidores preocupados com o impacto que pode ter nos preços ao iniciar o reembolso de seus credores.
Porém, alguns grandes credores da empresa, segundo matéria publicada pela Bloomberg, não pretendem vender os bitcoins que receberem – pelo menos não agora. Se isso se concretizar, investidores podem ficar mais tranquilos sobre uma possível derrubada de preços causada pela enxurrada de BTC no mercado.
“Seria um momento estranho para vender no início de um mercado altista”, disse Adam Back, CEO da Blockstream Corp., para a publicação. “Por que não esperar um ano ou mais, já que você já esperou 10 anos. Agora, algumas pessoas podem precisar de liquidez, mas acho que isso é uma minoria dos fundos, à medida que as pessoas seguiram em frente, ou filosoficamente consideraram isso uma perda total anos atrás”, completou.
Já Brian Dixon, CEO da Off the Chain Capital, até afirmou que pretende vender seus bitcoin, mas que não tem pressa para isso. Segundo ele, após tantos anos e diante do amadurecimento do mercado cripto, hoje faz sentido manter o BTC como reserva de valor até encontrar melhores oportunidades de venda.
A Mt. Gox foi uma das primeiras corretoras de Bitcoin e começou a operar em 2010, criada por Jed McCaleb — que posteriormente ajudou a fundar a Ripple e a Stellar — e vendida para Mark Karpelès em 2011. No seu auge, a Mt. Gox era responsável por cerca de 70% de todas as transações de Bitcoin no mundo.
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Porém, tudo veio abaixo em 2014, quando hackers invadiram a plataforma e roubaram 850.000 BTC — equivalente a US$ 450 milhões na época e cerca de US$ 58 bilhões hoje.
Hoje, se estima que a Mt. Gox tenha mais de 140.000 bitcoins e uma quantidade semelhante de bitcoin cash, sendo que 75% desse montante deve ser pago este ano aos credores que aceitaram receber em antecipado em troca de um desconto, segundo dados da Galaxy Research.
A Galaxy aponta ainda que cerca de 20.000 bitcoins são mantidos por fundos de crédito, muitos dos quais compraram os créditos. “Os grandes fundos de sinistros provavelmente distribuirão seus BTC aos LPs (fundos de longo prazo) em espécie e, ao falar com vários LPs nesses fundos, não acreditamos que haverá vendas significativas deste grupo”, disse Alex Thorn, chefe de pesquisa da Galaxy.
A empresa também aponta que muitos dos 20.000 credores individuais da Mt. Gox, aos quais são devidos quase 65.000 bitcoins, deverão ser a principal fonte das vendas de BTC conforme forem recebendo os pagamentos.
Mas apesar da expectativa de que o Bitcoin não sofra grande impacto nos preços por conta dessa visão dos grandes credores, o mesmo não pode ser dito sobre o Bitcoin Cash. Para Back, da Blockstream, o ativo pode ter maior risco de ficar sob pressão, dado que as pessoas estão menos comprometidas ideologicamente com ele do que com o Bitcoin.
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