Imagem da matéria: "Importante é crescer com qualidade e furar a bolha", diz organizador da Ethereum Rio 2024
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Em 2024, o evento Ethereum Rio recebeu um número menor de pessoas — se nos anos anteriores as sedes foram o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio, desta vez foi um pequeno pavilhão dentro do Porto Maravalley. Entre o público, havia poucas “pessoas de fora”; a maioria era executivos do mercado, programadores ou empreendedores.

A impressão geral é que todos se conheciam, um grande reencontro. Isso permitiu um evento com debate de alto nível e possibilidade de conexão entre possíveis parceiros. No entanto, o objetivo do evento agora é voltar a crescer e atrair centenas de participantes. Quem afirma isso é Antonio Neto, responsável pela organização da Ethereum Rio 2024.

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Segundo Antonio, a intenção é construir um ecossistema onde negócios tokenizados possam florescer, reunindo desenvolvedores, investidores e associações de apoio. 

Apesar da redução no número de participantes, a meta a longo prazo é atrair novamente grandes públicos, com um foco claro na qualidade e na expansão do interesse pelo tema, incluindo a incorporação de setores de Web2 e fintechs.

O Portal do Bitcoin entrevistou Neto, que fez uma análise do evento. Em sua visão, a Ethereum Rio 2024 deixou claro o interesse crescente pela tokenização dos ativos do mundo real (RWA)

Para o futuro, o executivo delineou planos ambiciosos para a expansão dos eventos ligados ao ecossistema Ethereum no Brasil. Além de aumentar a frequência de encontros menores, como meetups e workshops, há planos para um grande evento Ethereum Brasil, possivelmente em São Paulo, visando causar um impacto ainda maior. 

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Leia abaixo a entrevista com Antonio:

Portal do Bitcoin – O evento teve uma mudança de foco, um público menor, com quase todos os participantes sendo membros construtores do mercado cripto. Este é o objetivo da Ethereum Rio ou almejam voltar a ter público maior?

Antonio Neto – Sim, houve uma mudança de foco principalmente por conta do momento em que estamos, na tecnologia, no mercado local e global. Com certeza o objetivo é voltar a ter milhares de pessoas nos eventos da Ethereum. Contudo, para esta edição, quisemos deixar clara esta mensagem: queremos trazer as pessoas de negócios e os desenvolvedores/builders, e os apoiadores destes (Venture Capital e Associações) para construir um ecossistema onde possamos de fato construir uma economia tokenizada.

Nas próximas edições, com certeza traremos mais gente e temos a expectativa de que o público interessado nesse tema também cresça, mas o importante é que cresçamos com qualidade, buscando furar nossa bolha e atrair Web2 e fintechs. Nosso objetivo final é ser um espaço de congregação ao redor da tecnologia EVM, independente de estar sendo aplicada em DeFi (Web3) ou no TradFi (Web2), e dos valores de liberdade e auto-soberania.

PB – Você que acompanha o mercado por tanto tempo, qual debate sente que cresceu dentro da comunidade cripto do Brasil e qual perdeu relevância?

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AN – É nítido o aquecimento e o interesse maior ao redor de tokenização e RWA. Tenho visto um desaquecimento na discussão ao redor de temas relacionados a trading e afins – não que o interesse tenha diminuído, mas há claramente um “aguardo” dos participantes pelo direcionamento do BC.

Vimos diferentes momentos onde os empreendedores e desenvolvedores exploraram o limite do que é possível construir com a tecnologia, criando novos modelos de negócio, explorando ativos que antes não eram possíveis, até chegar agora numa abstração do que há por trás para entregar uma experiência que só a Web3 permite, mas dentro do ambiente Web2.

PB – Pelo que entendi, ano que vem o plano é ter eventos Ethereum locais e um Ethereum Brasil maior, mas não necessariamente no Rio. Pode me dar detalhes e se já tem uma cidade em mente?

AN – Ainda não tenho um plano muito claro, apenas ideias. Porém temos duas coisas claras: primeiro, aumentar a frequência de encontros, como meetups, workshops, mas não necessariamente conferências; e segundo, usar a rede já existente para apoiar o surgimento de outros hubs localmente, especialmente no Norte e Nordeste – já estamos em conversas para ter um em Recife.

Além disso, a ideia é termos um evento Ethereum Brasil, muito provavelmente acontecendo em São Paulo, anualmente. Não queremos diminuir o evento do Rio, só aumentar. Porém, acreditamos que São Paulo é o lugar para estar quando falamos de causar o impacto que estamos buscando.

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PB – A Ethereum Foundation foi parceira para esta edição da ETH Rio? Vê possibilidade de estreitar essas relações?

AN – Infelizmente, pelo pouco tempo, não pudemos nos aproximar muito e ter o apoio deles nesta edição. Está no nosso radar não somente nos reaproximarmos da Fundação, mas também juntar forças com ETH Samba e outras comunidades e hubs que apoiam o ecossistema EVM. Nosso foco com a ETH BR agora é ser esse espaço de congregação para realizar negócios, falar do futuro da economia tokenizada no Brasil e unir as pontas que nem sempre estão no mesmo ambiente, mas possuem interesses similares.

PB – Acha possível um esforço para trazer Vitalik Buterin ao Brasil em 2025?

AN – Seria muito, muito legal! Eu aprendi na vida é que o “não” a gente já tem, então com certeza buscaremos trazê-lo para cá. Não somente por ser o Vitalik, mas também por acreditar que ele pode dar muitos insights interessantes em relação à construção desse ecossistema EVM no Brasil.

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