Além de lançar a negociação de contratos futuros de Bitcoin, a operadora da Bolsa de Valores do Brasil, B3, anunciou na terça-feira (16) que está ampliando seus serviços de tecnologia ao disponibilizar uma solução de ativos tokenizados para plataformas de crowdfunding.
Segundo a empresa, o lançamento reforça o compromisso da Bolsa com o crescimento de startups e pequenas e médias empresas, que desempenham papel fundamental no desenvolvimento da economia, além de intensificar a democratização do mercado de capitais, possibilitando que mais companhias acessem financiamento.
Desenvolvida em parceria com a B3 Digitas, especializada em produtos para ativos digitais, a solução é customizável e poderá atender qualquer plataforma de financiamento coletivo. Participaram do projeto também as empresas de investimentos em startups Kria e EqSeed.
Atualmente, mais de 60 plataformas de crowdfunding reguladas pela CVM realizam captações primárias junto aos investidores, explica a B3. A solução desenvolvida pela Bolsa possibilitará a tokenização dos Contratos de Investimento Coletivo (CICs) e dos ativos emitidos nas plataformas de crowdfunding durante as captações primárias.
Esses tokens poderão ser negociados posteriormente pelas plataformas que utilizam a tecnologia da B3, com liquidação financeira via PIX, controle de titularidade e rastreabilidade das operações, oferecendo aos investidores maior facilidade e segurança na compra e venda de suas participações.
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A B3 explica ainda que as plataformas poderão oferecer aos investidores um ambiente personalizado para a negociação subsequente de ativos e não precisarão criar sua própria tecnologia do zero, garantindo a realização das captações primárias e transações subsequentes em um único lugar.
“Estamos trazendo para o mercado uma solução white label [adaptável às necessidades de cada cliente] ágil e segura, que possibilita ao setor de crowdfunding oferecer um ambiente para que os investidores possam transacionar sua participação em startups e pequenas e médias empresas”, diz Jochen Mielke de Lima, CEO da B3 Digitas.
Já Camila Nasser, cofundadora e CEO do Kria, destaca o avanço na oferta de liquidez: “Desde quando começamos o Kria, em 2014, o maior desafio que encontrávamos com os investidores dizia respeito à liquidez dos ativos”. “Agora estamos dando um passo certeiro para o desenvolvimento de um mercado de investimentos de crowdfunding com maior liquidez, o que trará mais segurança aos investidores e com certeza impulsionará nossas captações, com uma infraestrutura robusta e segura”, diz ela.
Greg Kelly, CEO da EqSeed, por sua vez, diz que “o movimento da B3 comprova a relevância e o potencial do mercado de crowdfunding de investimento” e que a empresa está orgulhosa de fazer parte desse processo.
A B3 ofertará a infraestrutura para tokenização e negociação de ativos e não atuará como contraparte central nem interferirá nas operações feitas, que continuarão sendo gerenciadas pelas plataformas de crowdfunding, assim como o relacionamento com startups, empresas e investidores.
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