Imagem da matéria: Coinbase elogia regulação do Brasil, defende segregação patrimonial e vê país como prioridade
Fabio Plein, diretor regional para Américas da Coinbase (Foto: Divulgação)

Prestes a completar um ano da operação no Brasil, a Coinbase, maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos, agora começa a colher os frutos de ter se arriscado a lançar sua plataforma nacional em meio a um momento complicado do mercado após a quebra da FTX e de diversos bancos americanos.

Essa é a avaliação de Fabio Plein, diretor regional para Américas da Coinbase, que em entrevista exclusiva com o Portal do Bitcoin comentou a visão que a empresa tem do mercado brasileiro, tido como pilar importante para sua meta de atingir um bilhão de pessoas no mundo.

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“A Coinbase está bem posicionada para acompanhar os desdobramentos do mercado e acredita que a decisão de lançar a operação no Brasil, mesmo durante o bear market, foi acertada, pois permite que a empresa seja uma parte atuante nos próximos capítulos da indústria no país”, avalia Plein.

A exchange começou a operar no país em março de 2023 e hoje conta com cerca de 35 funcionários, sendo uma equipe totalmente dedicada à operação brasileira, contando com suporte e desenvolvedores de tecnologia e design de produto próprios.

Operação no Brasil

Sem revelar o número exato de clientes no país, Plein afirma apenas que a Coinbase cresceu “algumas vezes” de tamanho no Brasil desde o lançamento, com um avanço desde a estreia, mas que ganhou tração principalmente no fim de 2023, quando o mercado de criptomoedas começou a ganhar força.

“Vimos uma tendência bem positiva, principalmente no final do ano, a partir de novembro, dezembro, e acho que é uma tendência que segue no início desse ano, a partir também dessas mudanças em preços de ativos,  que acaba sendo um fator importante dentro da indústria”, explica.

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O executivo diz que a companhia está em um momento de priorizar sua expansão internacional e que o Brasil “é um dos países prioritários”.

“A Coinbase vê o Brasil como um mercado promissor devido à postura construtiva dos reguladores, como o Banco Central e a CVM, que estão dispostos a colaborar para o desenvolvimento da indústria de criptomoedas no país”, complementa Plein.

Regulação

Na questão da regulação, o executivo destaca que a Coinbase vê com bons olhos a postura adotada pelos órgãos do governo, citando a colaboração de CVM e Banco Central na construção do setor cripto brasileiro.

Segundo Plein, o próprio DREX (real digital) é uma novidade positiva e que tende a ajudar a indústria, trazendo “uma camada de blockchain para os serviços financeiros mais tradicionais”. “Eu acredito que, uma vez estabelecido [o DREX], vai surgir uma série de oportunidades que vamos poder também pensar junto com o BC”, afirma.

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Ele reforça ainda que a Coinbase está atuando junto com esses órgãos para ajudar a desenvolver não só soluções, mas para colaborar com a regulação. “O Banco Central tem uma postura de promover um debate, de escutar os diferentes agentes, então tivemos já algumas reuniões para poder contribuir com a nossa experiência global”, explica Plein.

Além disso, ele elogiou bastante a consulta pública feita pelo BC e encerrada na última quarta-feira (31) para avaliar os pontos que serão tratados na regulação do setor cripto no país.

“Acho que é uma postura muito importante e saudável de trazer de fato suas perguntas e escutar, digerir e, a partir daí, criar sua visão, então acho que esse é um tipo de debate de construção que a gente acredita e por isso que aplaudimos essa forma de trabalho”, diz o executivo.

Ele complementa ainda explicando que a empresa, que é constituída no país como Coinbase Brasil, segue todas as regras do governo, inclusive fazendo os reportes para a Receita Federal das movimentações dos clientes feitas na plataforma.

Segregação patrimonial

Dentro do tópico da consulta feita pelo Banco Central, um dos pontos principais é o da segregação patrimonial, proposto como um mecanismo de proteção para os clientes de empresas de criptomoedas, garantindo que eles tenham acesso ao seu dinheiro quando quiser.

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Discutido em 2022 na época da criação do Marco Cripto, a segregação acabou ficando de fora após divergências entre participantes do mercado, principalmente de exchanges estrangeiras como a Binance, que defendem outras formas de proteção de usuários.

Nesse sentido, Plein diz que a Coinbase é a favor da segregação, mas destaca ser importante avaliar como isso será feito, sendo necessário garantir às exchanges uma “flexibilidade de métodos”.

“Tem alguns métodos que são importantes, como inclusive garantir que tenha uma forma muito clara das exchanges mapearem a propriedade dos ativos, o que a gente chama de internal ledger“, explica ele, dizendo que a ideia de obrigatoriedade de uma wallet separada para cliente é inviável para a indústria por conta dos custos.

Aquisições e perspectivas

Sobre os próximos passos, Plein afirma que a Coinbase está em processo de entrar para a Associação Brasileira de Internet (Abranet), que já conta com outras empresas do setor cripto e de tecnologia e que, segundo ele, tem contribuído para o avanço das questões regulatórias.

Apesar disso, ele não descarta que a exchange possa no futuro fazer parte de outras associações, como a Associação Brasileira de Criptoeconomia (Abcripto).

O executivo também apontou que a companhia segue aberta para fazer negócios, incluindo aquisições, no país, mas que não há nada no radar no momento. “Temos um braço que é o Coinbase Ventures, um fundo de investimentos em cripto e Web 3 pelo mundo e que é super ativo. […] Inclusive, também no Brasil, muitas vezes a empresa está explorando essas oportunidades de investimento”, diz.

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Plein conclui dizendo que as perspectivas da Coinbase seguem positivas para o mercado cripto, principalmente por conta da aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA, o halving do Bitcoin e também a projeção de que o Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) comece a cortar os juros no país.

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