Apesar de ter anunciado que o cronograma oficial do DREX – nome do real digital – irá atrasar, o Banco Central segue dedicado em explicar para a população como irá funcionar a versão virtual da moeda do país. Desta vez, a entidade divulgou um vídeo no final de semana com exemplos práticos de usos do ativo.
Segundo a apresentadora do vídeo, duas das principais perguntas feitas sobre o DREX são: “por que eu preciso dele?” e “o que eu vou fazer com o DREX que eu não já não consiga fazer hoje?”. Sobre a primeira questão, ela afirma que será possível fazer contratos com mais facilidade, segurança e com um custo menor.
Entre as situações exemplificadas, o BC diz que o DREX irá facilitar na contratação de empréstimos, venda de imóvel ou carro ou qualquer outro serviço. No caso do carro, o sistema do real digital conseguirá criar condições para que o negócio só seja feito quando elas forem cumpridas, ou seja, quando uma parte enviar o dinheiro e a outra transferir o documento. Caso uma das partes não cumpra a condição, o negócio não é realizado.
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Segundo a apresentadora, apesar de hoje já ser possível fazer negócios como a venda de veículos e outros ativos, a operação toda usa sistemas que não se comunicam – sistema bancário para o pagamento e o cartório para a documentação -, o que torna tudo mais caro e demorado, além de aumentar a insegurança das duas partes.
“O DREX irá juntar tudo em um só lugar, fazendo com que esse tipo de negociação seja mais rápido, mais seguro e mais barato”, diz a apresentadora, que cita também um caso de tomada de empréstimo, que deverá ser mais barato tanto para o banco quanto para o cliente.
Além disso, ela diz que será possível pagar contas simples, como supermercado ou dividir a conta com amigos, mas que para esses casos já existe o PIX, que é uma parte já implementada da digitalização do sistema financeiro que o BC está aplicando.
DREX, o real digital
No dia 7 de agosto o Banco Central anunciou oficialmente o DREX como a futura moeda virtual brasileira. Até então, a iniciativa era chamada de real digital.
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Segundo o BC, cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta. O “D” representar a palavra digital; o “R” representa o real; o “E” representa a palavra eletrônica; e o “X” passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix, sistema de transferência instantânea criado em 2020.
Em março, o BC escolheu a plataforma Hyperledger Besu para fazer os testes com ativos de diversos tipos e naturezas. Essa plataforma tem baixos custos de licença e de royalties de tecnologia porque opera com código aberto (open source).
Em junho, o BC escolheu 16 consórcios para participar do projeto piloto. Eles construirão os sistemas a serem acoplados ao Hyperledger Besu e desenvolverão os produtos financeiros e as soluções tecnológicas. A lista completa de entidades selecionadas pelo Comitê Executivo de Gestão está no site do BC.
Atraso no lançamento
No último dia 21, o coordenador do DREX no BC, Fabio Araujo, afirmou que a demora na inclusão de participantes e questões relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) fizeram a primeira fase da iniciativa ser adiada para maio de 2024, um atraso de três meses em relação ao cronograma original, que previa o fim da etapa de testes em fevereiro do próximo ano.
Pelo cronograma original, a última etapa da fase de testes, que previa negociações simuladas com títulos públicos, ocorreria em fevereiro. Com o adiamento, passará para maio.
Apesar da demora na fase de testes, Araujo manteve a estimativa de que o DREX chegará aos cidadãos no fim de 2024 ou início de 2025.
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