Imagem da matéria: Binance tentou driblar regulação dos EUA e contratar líder da SEC
Presidente da SEC, Gary Gensler (Foto: Third Way Think Tank/Flickr)

Uma conta perdida no Google Forms e um lançamento antecipado de negociação estavam entre os erros que preocupavam os membros da equipe da Binance, com sede fora dos EUA, que temiam que os reguladores dos EUA sinalizassem influência indevida sobre a sua unidade teoricamente independente no país, a Binance.US. As informações são de uma  reportagem publicada no domingo pelo Wall Street Journal.

A Binance — a maior exchange de criptomoedas do mundo — também estava entre as empresas que procuraram trazer para sua equipe Gary Gensler – enquanto ele lecionava no Instituto de Tecnologia de Massachusetts – dois anos antes de Gensler se tornar presidente da Comissão de Valores Mobiliários local (SEC, a CVM dos dos EUA, responsável por supervisionar o mercado americano).

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As revelações vêm menos de um mês depois que funcionários da empresa teriam discutido o pagamento de multas para encerrar casos regulatórios pendentes nos EUA. Em dezembro, o Departamento de Justiça supostamente estava analisando lançar acusações criminais contra o CEO e fundador da Binance, Changpeng “CZ” Zhao.

Bate-papo vazado

O WSJ citou documentos da empresa e entrevistas com ex-funcionários, além de um bate-papo em grupo entre os principais membros da equipe da Binance, incluindo Zhao. Sobre as reuniões com Gensler, Zhao teria escrito: “embora Gensler tenha recusado o cargo de conselheiro, ele foi generoso em compartilhar conosco estratégias para obtermos licenças [de operação]”

Outro funcionário enviou uma mensagem informando que Gensler estaria “provavelmente de volta à cadeira dos reguladores se os democratas vencerem as eleições de 2020.” Depois que o presidente Joe Biden foi eleito, Gensler serviu em sua equipe de transição e foi finalmente nomeado e confirmado pelo Senado para presidir a SEC em abril de 2021. Ele recebeu um mandato de cinco anos — até 2026.

Uma preocupação central da Binance era ficar fora da mira dos reguladores dos EUA, enquanto cortejava os clientes americanos. Citando uma apresentação interna intitulada “Isole a Binance da Regulação dos EUA”, o jornal apontou que a Binance queria enfatizar que a Binance.US — criada em 2019 a partir de uma empresa de Delaware chamada BAM Trading Services — era apenas uma empresa que licenciaria a tecnologia e a marca da Binance.

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Essa empresa, no entanto, teria sido controlada por “Cz”.

A Binance lutou para separar seus negócios globais e americanos, com mais de 18% de visualizações de página no Binance.com provenientes de usuários dos EUA. O Journal disse que um oficial de Conformidade da empresa sugeriu no Telegram: “faça com que sejam criativos e usem VPN.”

Quando Binance.US estava se preparando para integrar novos clientes, um funcionário criou por engano um formulário do Google usando uma conta da empresa internacional, supostamente causando um rebuliço quando a equipe tentou alterar a atribuição do formulário de Binance.com para Binance.US. Um funcionário se preocupou no Telegram que o erro poderia ser usado como prova de “ligação de caráter corporativo.”

“Se eu fosse um agente, citaria isso como prova”, continuou ele.

Em uma das partes do artigo, o Jornal informou que um funcionário da Binance iniciou a negociação na Binance.US cedo, causando pânico no chat do grupo. Foi Zhao quem finalmente diagnosticou onde o erro foi cometido: “um cara aqui em Shanghai.”

Catherine Coley, a primeira CEO da Binance CEO, foi citada como declarando que “somos uma entidade muito separada” e “estamos simplesmente licenciando software” para o público, mas dizendo aos membros de sua equipe internamente que eles também estavam se reportando aos executivos da Binance”CZ/Wei” — Zhao e depois-CFO Wei Zhou.

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“Todos, por favor, publiquem seus semanários antes desta noite 7 pm est/4 pm pst para que possamos estar nas boas graças de Wei”, ela teria postado no Telegram. “Enviem-me 2-5 bullet points do que pensamos que CZ/Wei precisam saber sobre o seu trabalho.”

Outro lado

Jornal conseguiu declarações da Binance e Binance.US sobre assunto. A primeira respondeu que a Binance.com “não teve conformidade e controles internos adequados durante esses primeiros anos… hoje, somos uma empresa muito diferente em matéria de Conformidade.”

Já um porta-voz dos EUA disse simplesmente: “a Binance.US foi fundada especificamente para servir os clientes dos EUA com produtos e serviços que aderem às regras e regulamentações dos EUA.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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