Logotipo da stablecoin BUSD
Logotipo da stablecoin BUSD (Shutterstock)

Em meio a um ambiente regulatório hostil no mercado americano, as criptomoedas operam em terreno negativo nesta segunda-feira (13). Nas bolsas internacionais, o clima é de cautela antes da divulgação de um relatório-chave sobre a inflação nos EUA nesta semana. 

O Bitcoin (BTC) registra baixa de 1,5% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 21.558,71. Em reais, o BTC opera estável, negociado a R$ 114.334,99, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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O Ethereum (ETH) recua 3,5%, para US$ 1.482,98, segundo dados do Coingecko. 

As principais altcoins são negociadas com fortes perdas, entre elas XRP (-4,8%), Cardano (-5,6%), Dogecoin (-6%), Polygon (-7,9%), Solana (-4,3%), Shiba Inu (-4,9%), Polkadot (-5,2%) e Avalanche (-5,9%). 

Bitcoin hoje 

Diante do maior escrutínio regulatório na maior economia do mundo, o Bitcoin perdeu o patamar de US$ 23 mil que havia levado muitos a decretarem o fim do inverno cripto. Mas especialistas alertam que fatores macroeconômicos, como a política monetária nos EUA e novidades no front regulatório, podem fazer com que o BTC teste os US$ 20 mil. 

“Regulação também é uma preocupação para o espaço cripto, especialmente após a multa de US$ 30 milhões que a SEC impôs à exchange Kraken”, disse Joe DiPasquale, CEO do fundo cripto BitBull Capital, em nota ao CoinDesk. “Dito isso, acreditamos que é melhor obter clareza regulatória em um mercado lento, em oposição a eventos mais rigorosos durante um ‘bull market’”, afirmou em referência ao ciclo de alta. 

No cenário macro, além do relatório de inflação ao consumidor nos EUA, investidores globais acompanham a tensão geopolítica, com mais um objeto não identificado derrubado pelo Pentágono no espaço aéreo de Michigan. 

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Paxos na mira da SEC 

A Binance disse que a Paxos recebeu uma ordem para suspender a emissão da BUSD, terceira maior stablecoin do mercado atrelada ao dólar, que leva a marca da maior exchange cripto do mundo. Após a notícia, a BUSD oscila e perde a paridade, operarando abaixo de US$ 1, enquanto o token BNB da Binance mostra queda 5% nas últimas 24 horas, mostram dados do CoinGecko. 

“A Paxos nos informou que foi instruída a interromper a ‘cunhagem’ de novas BUSD pelo Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York”, disse um porta-voz da Binance em comunicado nesta segunda-feira (13). 

“Consequentemente, a capitalização de mercado da BUSD irá diminuir com o tempo. A BUSD é uma stablecoin totalmente controlada e administrada pela Paxos”, disse a mensagem. “A Paxos continuará a servir o produto, gerenciar resgates e fornecerá informações adicionais conforme necessário. A Paxos também garantiu que os fundos estão seguros e totalmente cobertos por reservas em seus bancos.” 

“Dada a incerteza regulatória em determinados mercados, a Binance irá rever outros projetos nessas jurisdições para garantir que nossos usuários estejam protegidos de outros prejuízos injustificados”, finaliza a nota.

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Um representante da Paxos não quis comentar. 

Reportagem do Wall Street Journal revelou que a SEC, a CVM dos EUA, planeja processar a Paxos por supostamente violar as leis de proteção aos investidores, de acordo com pessoas a par do assunto. 

Uma notificação da agência alega que a stablecoin BUSD é um valor mobiliário não registrado, segundo as fontes. Uma porta-voz da Paxos disse que a empresa não comenta o assunto. 

Já temendo o risco de complicações com a SEC, o PayPal, que é parceiro da Paxos, decidiu suspender o projeto para o desenvolvimento de uma stablecoin, cuja estreia estava programada para as próximas semanas, informou a Bloomberg, que cita uma pessoa com conhecimento do assunto.  

Um porta-voz da empresa de pagamentos afirmou que o projeto está de pé e, se for em frente, será conduzido em conjunto com reguladores. 

Staking da Coinbase 

Na semana passada, a exchange americana Kraken foi obrigada a suspender seu serviço de staking de criptomoedas, onde investidores “travam” tokens em uma blockchain em troca de recompensas. 

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Com seu serviço de staking também na mira de reguladores, a Coinbase, maior corretora cripto dos EUA, queimou o equivalente a US$ 4,7 bilhões em USD Coin (USDC), uma stablecoin lastreada ao dólar americano. “Queimar” um token é enviá-lo para um endereço inacessível na blockchain, o que na prática o tira de circulação. 

Ainda assim, a ARK Investment, da gestora popstar Cathie Wood, comprou mais US$ 9,2 milhões em ações da Coinbase, em um sinal de confiança na exchange americana, segundo documento regulatório

No domingo (12), o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, foi ao Twitter para reiterar que seu serviço de staking não configura oferta de valor mobiliário e que, se preciso, pode ir à Justiça para defender a tese. 

Apesar da expectativa de investidores de que plataformas de finanças descentralizadas que oferecem staking possam estar menos sujeitas ao escrutínio de reguladores, Jacob Blish, diretor de desenvolvimento de negócios da Lido Finance, alertou para desafios. O protocolo é o maior provedor desse tipo de serviço entre plataformas DeFi. 

E depois de fechar um acordo com a SEC, a Nexos, plataforma de crédito cripto, encerrou a oferta de seu produto de renda passiva a clientes nos EUA na sexta-feira (10). 

Mesmo com a maior pressão da SEC sobre a indústria cripto, a agência também está no radar de políticos dos EUA. Deputados republicanos enviaram questionamentos ao órgão regulador sobre sua atuação no colapso da exchange cripto FTX. 

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Outros destaques das criptomoedas 

A regulação dos criptoativos parece de fato ser o tema do momento. O Grupo dos 20 estuda se poderia regular o setor em conjunto, disse a ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman. Dadas as tecnologias sofisticadas envolvidas com esses ativos virtuais, os países devem discutir se uma determinada regulamentação é necessária, afirmou Sitharaman, cujo país é o presidente do G20 este ano, informou a Reuters. 

No caso de El Salvador, primeiro país a tornar o Bitcoin moeda de curso legal, os riscos de exposição ao maior token do mundo não se materializaram, disse o Fundo Monetário Internacional, mas ainda assim devem ser abordados, segundo comunicado da instituição. 

A Arthur Miningmineradora de Bitcoin fundada pelos brasileiros Ray Nasser e Rudá Pellini e com sede nos EUA, planeja iniciar as operações no Brasil até março. Segundo a Forbes, a empresa acaba de captar US$ 4,6 milhões em uma rodada de investimentos com family offices focados em energia e infraestrutura. Com foco em mineração verde, de menor impacto ambiental, a meta é crescer 400% no ano e atingir receita de US$ 40 milhões. 

O estúdio brasileiro GG Softhouse (GGS), focado em jogos para web3, fechou uma parceria com a Polygon Labs, fundação da blockchain Polygon, para desenvolver um centro de jogos destinado à América Latina, informou o Cointelegraph. David Fogaça, cofundador da GGS, afirma que, inicialmente, o projeto terá como foco as áreas de marketing, desenvolvimento de ecossistema e fornecimento de ferramentas. 

Clientes do Banco do Brasil poderão pagar impostos com criptomoedas graças a um novo acordo firmado entre o banco e a startup cripto brasileira Bitfy. De acordo com nota do BB, a Bitfy passou a atuar como parceira de arrecadação do banco e agora pode ofertar a solução de pagamento de guias de tributos, taxas e obrigações para seus clientes, utilizando os convênios firmados pelo BB com entes e concessionárias de serviços públicos.   

O Ministério de Ciência e Tecnologia da China aprovou a criação de um Centro Nacional de Inovação em Tecnologia Blockchain, que será instalado em Pequim. Entre as prioridades do centro estão a pesquisa da tecnologia voltada para aplicações industriais, além de novas maneiras de uso na economia nacional, segundo o jornal estatal South China Morning Post. 

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