Homem faz figa enquanto esconde dinheiro nas costas
Foto: Shutterstock

A equipe que supervisiona o processo de falência da corretora de criptomoedas FTX alertou que as doações feitas pelo ex-CEO Sam Bankman-Fried (SBF) ou outros executivos devem ser devolvidas.

Desde que a empresa entrou com pedido de falência, em novembro, as operações da FTX agora são supervisionadas por seu novo CEO, John J. Ray III.

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A FTX disse que a corretora já havia “sido abordada por vários destinatários de contribuições ou outros pagamentos” feitos tanto sob a direção de Sam Bankman-Fried quanto por outros executivos.

“Esses destinatários solicitaram instruções para a devolução de tais fundos”, disse a FTX em um comunicado, acrescentando que está “trabalhando com eles para garantir o retorno imediato de tais fundos”.

Nos meses anteriores ao colapso da FTX, Bankman-Fried fez cerca de US$ 46,5 milhões em doações políticas. Uma planilha pública compartilhada pela OpenSecrets.org, uma organização sem fins lucrativos que rastreia o financiamento e o lobby das campanhas americanas, mostra que uma parte significativa dessas doações — mais de US$ 1,26 milhão — foi para candidatos democratas.

A FTX disse ainda que, se as contribuições políticas não forem devolvidas “voluntariamente”, pretende “iniciar ações perante o Tribunal de Falências para exigir a devolução de tais pagamentos”.

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De acordo com a corretora, “os destinatários são advertidos de que fazer um pagamento ou doação a terceiros (incluindo uma instituição de caridade) no valor de qualquer pagamento recebido [da FTX] não impede que os devedores da empresa busquem a recuperação do destinatário ou qualquer cessionário”.

Políticos e FTX

Políticos, incluindo o senador Dick Durbin (Democratas/Illinois), a senadora Kirsten Gillibrand (Democratas/Nova York), o deputado Jesus Garcia (Democratas/Illinois) e o senador John Boozman (Republicanos/Arkansas), afirmaram que doaram o dinheiro recebido de Bankman-Fried para instituições de caridade.

O ex-deputado Beto O’Rourke (Democratas/Texas) disse que devolveu uma doação de US$ 1 milhão ao Bankman-Fried uma semana antes do pedido de falência da FTX, enquanto a Casa Branca na semana passada se recusou a esclarecer se devolveria quaisquer doações políticas feitas de SBF ao presidente Joe Biden.

Um relatório recente da agência de notícias Associated Press (AP) revelou mais políticos que passaram a enviar as contribuições do FTX para instituições de caridade. A deputada Carolyn Bordeaux (Democratas/Georgia) disse que “o dilema em torno dos gastos de campanha [com o dinheiro] de Bankman-Fried não é tão simples quanto devolver doações individuais”. Em alguns casos, segundo Bordeaux, “o dinheiro já foi usado para afetar as eleições”.

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A questão maior em jogo, no entanto, são os comitês de ação política (PACs) — organizações tecnicamente independentes apenas para despesas que influenciam as eleições nos EUA tanto em nível federal quanto estadual.

“Isso não é algo que eles possam reembolsar. Aqui está um exemplo de um bilionário usando dinheiro que roubou e desviou para contribuições políticas — é um exemplo flagrante da corrupção em nosso sistema político”, disse Bordeaux à AP.

Uma análise feita pelo Financial Times diz que SBF doou mais de US$ 70 milhões a grupos de arrecadação de fundos para políticos dos EUA.

De acordo com a OpenSecrets, a FTX doou mais de US$ 41 milhões para PACs, que podem aceitar contribuições individuais e corporativas ilimitadas.

O maior destinatário de dinheiro da FTX — até US$ 27 milhões — é identificado como PAC Proteja Nosso Futuro, que se descreve como uma organização “projetada para ajudar a eleger candidatos que serão campeões na prevenção de pandemias”.

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Outros grandes nomes da lista incluem House Majority PAC, Future Forward USA, GMI PAC, America United, e Senate Majority PAC.

O Decrypt entrou em contato com os PACs Protect Our Future, GMI PAC, e Senate Majority para comentários, mas não obteve respostas até o fechamento deste texto.

*Traduzido e editado pelo Portal do Bitcoin com autorização do Decrypt.

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