Faz pouco tempo que Henrique Meirelles foi contratado pela Binance para fazer parte de seu conselho consultivo global, mas o ex-presidente do Banco Central já vestiu a camisa de entusiasta das criptomoedas. Os ativos cripto foram um dos temas que abordados durante a conversa do também ex-Ministro da Economia com empresários de São Paulo em um jantar na noite de terça-feira (27).
Segundo nota enviada à imprensa, o encontro chamado Confraria SP foi organizado pelos empresários Rafael Prado e Vinicius Trapani, com o intuito de reunir pessoas de diferentes segmentos da economia e conectar negócios.
Além de eles terem chamado o Meirelles, também estavam no jantar Nei Jorge Feniar, administrador da rede Habib’s, os empresários Marcus Buaiz, Magdiel Unglaub, Márcio Giacobelli, além do ator Luigi Baricelli, e outros 60 empresários e investidores.
Meirelles, no entanto, foi o centro das atenções. Ele falou sobre a atual situação econômica do Brasil, inflação, dólar, e projeções para o futuro.
Ao final do seu discurso, Meirelles respondeu perguntas dos empresários presentes no jantar, e foi aí que o assunto flutuou para o mundo das criptomoedas.
Meirelles também abordou a importância da educação e da política nos negócios, já que recentemente anunciou seu apoio a Lula nas eleições que acontecem neste domingo (2).
“Passada a eleição, deve-se olhar quem está no comando, o que projeta e verificar o pensamento econômico”, disse Meirelles no encontro.
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“Admiro muito o que foi feito em Singapura. Certa vez, durante reunião do Banco Mundial, perguntei a um dos responsáveis: ‘o que vocês fizeram em Singapura para chegar a esta condição?’ Ele respondeu ‘Foram três coisas: investimento em educação, investimento em educação e investimento em educação'”, finalizou.
Meirelles no mundo cripto
No início de setembro, foi anunciado que Henrique Meirelles ocuparia um dos assentos no conselho consultivo da maior corretora de criptomoedas do mundo, a Binance.
Além do brasileiro, outros nomes importantes também entraram para o conselho da empresa, incluindo Max Baucus, ex-senador dos Estados Unidos, e David Plouffe, conhecido por ter sido uma espécie de “guru” de Barack Obama.
Em conversa com o Portal do Bitcoin semanas atrás, Meirelles revelou os bastidores de sua contratação e os planos de atuação junto à corretora no Brasil, especialmente sobre o que chama de “diálogo com o Banco Central”.
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Ele disse que a Binance pretende “liderar o processo de autorregulamentação, com sistemas envolvendo tecnologia que assegurem principalmente a análise de origem do dinheiro”, fazendo referência aos processos de controle para impedir ilícitos como lavagem de dinheiro.
Esse parece ser um tema sensível para Binance após o Banco Central brasileiro apontar a existência de riscos de lavagem de dinheiro na atuação da corretora – um episódio que serviu como estopim para uma briga judicial com o ex-parceiro bancário Capitual, caso que foi parar na Justiça e atualmente envolve um processo de quase meio bilhão de reais.
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