VitalikButerin Ethereum
Vitalik Buterin, criador do Ethereum (Foto: Flickr)

Vitalik Buterin gostaria que você soubesse que o Ethereum só está 40% completo — e que haverá muito mais após a “fusão”.

Na quinta-feira (21), durante a Ethereum Community Conference na França, o cofundador do Ethereum compartilhou sua visão para futuros desenvolvimentos bem além da migração da rede para o proof of stake (ou PoS, na sigla em inglês).

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Na realidade, a iniciativa — geralmente chamada de “fusão”, pois irá combinar a rede principal (ou “mainnet”) do Ethereum com a Beacon Chain que já utiliza o PoS — é apenas a primeira de uma série de atualizações planejadas.

Para completar, Buterin deu a cada uma dessas atualizações planejadas nomes que rimam. É sério.

Após a fusão, que Buterin acredita estar muito próxima, pois “a única coisa que resta é a fusão na [rede de testes] Ropsten”, o Ethereum vai passar por ainda mais atualizações que ele chama de “surge”, “verge”, “purge” e “splurge” — ou “oscilação”, “limitação”, “eliminação” e “ostentação”, em tradução livre para preservar as rimas, e não o sentido —, explicou ele, na conferência.

Futuro do Ethereum

Embora pareçam ser nomes de um episódio de “Rick & Morty”, a oscilação, limitação, eliminação e ostentação são partes fundamentais da escalabilidade, limpeza e evolução do Ethereum, segundo Buterin.

Defensores do Bitcoin alegam que a rede está 80% completa, afirma Buterin, mas alegam que defensores do Ethereum acreditam que a rede está apenas 40% completa. Após a fusão, cuja previsão é que seja finalizada em setembro, o Ethereum ainda estará apenas 55% completo, disse ele.

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Buterin citou um desejo de tornar o Ethereum em uma rede mais poderosa e robusta como o motivo por trás das “profundas mudanças” planejadas.

A fusão se refere à adição do “sharding” do Ethereum, uma solução de escalabilidade que a Ethereum Foundation afirma que irá permitir a criação de blockchains mais baratas de segunda camada, diminuir o custo de “rollups” ou transações agrupadas e facilitar a operação de nós por usuários que garantem a segurança da rede Ethereum.

Buterin também disse que, quando a “oscilação” (“surge”) estiver completa, a rede Ethereum também irá processar transações de forma mais rápida.

“Hoje, o Ethereum pode processar cerca de 15-20 transações por segundo [TPS]. Este Ethereum, incluindo os rollups, incluindo o sharding […], será capaz de processar 100 mil transações por segundo”, explicou.

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A “limitação” (“verge”) irá implementar o que Buterin chama de “árvores de Verkle” (um tipo de comprovação matemática) e “clientes sem informação de estado” (ou “stateless clientes”). Essas atualizações técnicas vão permitir que usuários se tornem validadores da rede sem terem de armazenar quantidades de dados em suas máquinas.

Em uma rede proof of stake, validadores com ether bloqueado ou em staking confirmam e verificam transações. Na opinião de Buterin, a limitação será “ótima para a descentralização”.

A “eliminação”, cujo termo “purge”, em inglês, faz referência ao filme de terror “Uma Noite de Crime”, de 2013, em que todos os crimes são legais durante uma noite por ano — irá envolver a limpeza de todo o histórico da rede (e não das pessoas).

“A eliminação: Tentar reduzir a quantidade de espaço que você precisa ter no disco rígido, tentando simplificar o protocolo Ethereum ao longo do tempo e não precisar que nós armazenem o histórico”, explicou Buterin.

E a “ostentação” (ou “splurge”)?

São “todas as outras partes divertidas”.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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