O Jornal Nacional, da TV Globo, destacou na noite de segunda-feira (04) o suposto golpe de pirâmide financeira chamado MSK Invest, empresa que prometia ganhos fixos de 5% por meio de investimentos em criptomoedas. Na reportagem, uma das milhares de vítimas do negócio afirmou que não recebeu nada de volta.
“Zero dinheiro”, disse na reportagem Silvio Charles Martins Alves, que investiu R$ 340 mil no negócio. Segundo ele, o primeiro aporte foi de R$ 20 mil em 2017. Em 2019, após o falecimento de sua mãe, ele afirma também ter aplicado no esquema a herança que recebeu.
Por conta da quebra da empresa no ano passado, Silvio conta que sobrevive apenas com o que ganha em seu trabalho. “Não tenho absolutamente nada, a não ser o dinheiro do que estou trabalhando atualmente”, disse ele.
Sem pagamento
Segundo a reportagem, as reclamações contra a MSK no Procon, órgão de defesa do consumidor de São Paulo, saltaram de 39 para 1.159 desde 2021, e os valores cobrados somam mais de R$ 200 milhões.
Em fevereiro deste ano, Glaidson Rosa — que é sócio no negócio com Carlos de Luca, segundo formulário da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse que a MSK não iria honrar com os compromissos assumidos em um acordo celebrado com o órgão.
O acordo entre Procon e MSK Invest previa que o reembolso seria feito em cinco parcelas, com início no dia 30 de janeiro. Se a empresa não cumprisse, seria aplicada uma multa de R$ 2 milhões.
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E foi o que aconteceu. No dia 31 de janeiro, o Portal do Bitcoin conversou com um advogado que atende seis pessoas e nenhuma havia recebido alguma parcela.
Àquela altura, a Justiça de São Paulo já havia feito um pedido de bloqueio de R$ 100 mil da empresa MSK Invest, além de apontar indício de má-fé e de tentativa de não cumprir contratos com clientes.
A Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para apurar se a MSK montou um esquema de pirâmide financeira e também mobilizou seus agentes da Divisão de Crimes Cibernéticos para investigar onde foram parar os fundos dos clientes.
“Desconfie sempre”, alerta especialista
Acerca do caso da MSK e de outros casos semelhantes que ocorreram nos últimos anos, onde as criptomoedas foram usadas como isca por fraudadores, a reportagem do Jornal Nacional consultou o professor de finanças William Eid, que atua na Fundação Getúlio Vargas.
Segundo ele, a primeira coisa que o investidor deve fazer é “sempre desconfiar, principalmente de ofertas muito generosas”. Ele acrescentou:
“Desconfie sempre. Não adianta ir atrás de uma rentabilidade de 15% ao mês, se as rentabilidades médias são de 1% ou 1,5% ou 0,8%, como é a renda fixa no Brasil. As pessoas precisam entender que, para juntar dinheiro, para ter bons investimentos, é preciso disciplina, conhecimento”.