Empresário ELon Musk com uma jaqueta preta na frente de um painel da Tesla
Foto: Divulgação/Nvidia

O futuro do Twitter está em jogo nos próximos dias. Elon Musk divulgou publicamente na quinta-feira (14) que fez uma oferta superior a US$ 40 bilhões para comprar 100% da empresa. Mas, ao que tudo indica, a proposta não foi bem recebida pela cúpula do Twitter. De acordo com reportagens publicadas na imprensa americana, os executivos da rede social já estudam quais os caminhos legais para fugir de uma tomada de controle pelo dono da Tesla.

A empresa estuda usar uma ferramenta chamada “poison pill” para evitar a tomada de controle, segundo reportagem do The New York Times. Conforme noticia o veículo, o conselho se reuniu na quinta-feira (14) para debater a proposta de Musk e foi então que surgiu a ideia de recorrer a essa “poison pill”.

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Essa ferramenta é uma espécie de arma secreta anti-aquisições hostis. Trata-se de uma cláusula contratual comum no mercado financeiro e usada justamente para evitar uma tomada repentina de controle de uma empresa por uma pessoa ou organização. Na prática, se a “poison pill” é acionada, a companhia lança novas ações para compor seu capital, ou então permite que os acionistas atuais comprem novas participações com descontos.

Essas ações torna muito mais cara a tomada de controle por um terceiro.

Ainda segundo o New York Times, se o conselho de administração do Twitter rejeitar a oferta de Musk, o empresário pode levar a proposta diretamente para os acionistas da empresa.

“Se os acionistas do Twitter gostarem da oferta de Musk, eles podem vender suas ações diretamente para o bilionário, permitindo que ele ganhe o controle sob a companhia”, aponta o jornal.

Escalada

As disputa entre Musk e Twitter escalou rápido: dia 4 de abril Elon Musk anunciou que comprou 9% das ações do Twitter. No dia seguinte o CEO da empresa, Parag Agrawal, disse que o novo acionista faria parte do conselho. Mas logo depois foi revelado que Musk não faria mais parte do órgão.

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Agora o motivo parece estar mais claro. Elon Musk não quer apenas ter um assento na mesa de quem decide. Ele quer mandar sozinho. O CEO da Tesla anunciou uma oferta de US$ 43 bilhões (US$ 54,20 por ação) para pegar controle de 100% do Twitter (no momento da redação deste texto, a ação do Twitter (TWTR) está valendo US$ 46,66).

Musk leva batalha para dentro de casa

Elon Musk resolveu levar a batalha pelo controle da empresa justamente para o Twitter. O empresário vem fazendo tuítes sobre o processo para ganhar apoio da massa enorme de usuários.

Na quinta (14) ele publicou uma enquete: “Transformar o Twitter em um algo privado por US$ 54,20 deve ser algo a ser decidido pelos acionistas, não pelo conselho?”. O “Sim” estava vencendo por 83,7% no momento da publicação desta reportagem.

Um embate inusitado que foi gerado é entre Musk e o o príncipe saudita Alwaleed bin Talal. O membro de realeza da Arábia Saudita é um dos maiores acionistas da empresa e disse que a proposta do CEO da Tesla não deveria ser aceita por não contemplar todo o “valor intrínseco” do Twitter.

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Musk não teve dúvida e rebateu na rede social com duas questões para bin Talal. “Quanto do Twitter o Reino possui, direta ou indiretamente? Qual a visão do Reino sobre liberdade jornalística e de discurso?”.

“Ginástica mental impressionante”

Uma voz importante na comunidade cripto que se levantou contra a tomada do Twitter por Elon Musk foi a de Jackson Palmer.

Trata-se de um dos criadores da Dogecoin, que é amada por Musk e apontada pelo CEO da Tesla como possível moeda do futuro.

Palmer criou a moeda como uma piada em 2013. Desde então têm sido um crítico ferrenho do mercado como um todo, declarando que “após anos estudando” acreditar que criptomoedas são “inerentemente uma tecnologia de extrema-direita e hiper-capitalista” feita para ampliar riquezas por meio “de evasão fiscal”.

Sobre a tentativa de Musk tomar o Twitter, Palmer disse: “É preciso uma ginástica mental impressionante para associar qualquer tipo de liberdade com o homem mais rico do mundo iniciando um hostil tomada de poder e forçando umas das maiores redes sociais públicas a se tornar um ente privado”.

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