O Lift Challenge Real Digital, iniciativa pelo qual o Banco Central busca estudar a criação da moeda nacional digital, divulgou nesta quinta-feira (03) os nove projetos para acompanhamento enviados por empresas de oito países. Entre elas estão o Mercado Bitcoin, o Santander, Itaú, Visa, Microsoft e a Aave, protocolo que proporciona empréstimos via sistemas de DeFi (Finanças Descentralizadas).
Segundo comunicado do BC enviado à imprensa, os projetos de aplicações para o Real Digital foram os mais variados, cobrindo o universo proposto na chamada dos trabalhos, com aplicações de entrega contra pagamento (DvP), pagamento contra pagamento (PvP), internet das coisas (IoT), finanças descentralizadas (DeFi) e soluções de pagamentos quando ambos pagador e recebedor se encontram sem acesso à internet (dual offline). Foram 47 projetos enviados, dos quais 11 foram pré-selecionados e 9 escolhidos.
Propostas selecionadas
Aave
Reúne recursos de vários poupadores (formando um pool de liquidez) com foco em oferecer empréstimo e garantir a aderência dessas operações às normas do sistema financeiro, empregando ferramentas de DeFi;
Banco Santander Brasil
Trata de DvP e da conversão para o formato digital (tokenização) do direito de propriedade de veículos e imóveis;
Febraban
Trata de DvP de ativos financeiros.
Giesecke + Devrient
Trata de pagamentos dual offline.
Itaú Unibanco
Trata de pagamentos internacionais, empregando método de PvP em uma aplicação com a Colômbia;
Mercado Bitcoin
Trata de DvP de ativos digitais, com foco em criptoativos.
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Tecban e Capitual
Apresenta solução de logística para e-commerce baseada em técnicas de IoT;
VERT (associada à Digital Assets e à Oliver Wyman)
Trata de financiamento rural baseado em um ativo tokenizado programável com valor atrelado ao do Real (stablecoin do Real);
Visa do Brasil (associada à Consensy e à Microsoft)
Trata de financiamento de pequenas e médias empresas com base em uma solução de DeFi.
Criação da moeda digital
Conforme aponta o Banco Central, esse portifólio de propostas se alinha às diretrizes do Real Digital.
“Ele permitirá que os participantes do Lift Challenge Real Digital e o Banco Central se deparem com as principais questões relevantes à implantação do Real Digital para debatê-las de forma a aprofundar em sua compreensão, amadurecer modelos de negócio baseados nessa tecnologia e, assim, dar continuidade ao processo de criação de uma moeda digital que possa agregar funcionalidades a nossos sistemas de pagamento e liquidação gerando benefícios para toda a sociedade”, afirma o BC.
Sobre o projeto do Mercado Bitcoin, a head de Business Development da BiTrust, Paloma Sevilha, umas das principais articuladoras do projeto, afirmou:
“Juntamos empresas que fazem parte da nova infraestrutura de mercado financeiro tech que estamos construindo ao longo do tempo aqui no Grupo 2TM, como o Mercado Bitcoin, Bitrust (custodiante cripto), MBDA (tokenizadora) e MeuBank, juntando força com CPQD e ClearSale num consórcio para fomentar e possibilitar o Real Digital junto ao Banco Central”.
O que é o Lift Challenge?
LIFT é a sigla para Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas. Realizado pela Fenasbac, em parceria com o Banco Central do Brasil (BC), trata-se de um desafio que reúne participantes do mercado interessados em desenvolver um produto minimamente viável (MVP) que atenda ao foco da edição.
Cada solução será desenvolvida para beneficiar o Sistema Financeiro Nacional e para trazer benefícios e inovações à sociedade brasileira.
Nesse caso específico, o desafio é viabilizar a criação do Real Digital.