Imagem da matéria: Ethereum Name Service (ENS) quer fazer endereços de cripto tão fáceis como os domínios ".com" da internet
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Nos primórdios da internet, para acessar um site, você precisava digitar o endereço de protocolo de internet (ou IP, na sigla em inglês), um conjunto de números que eram difíceis de lembrar e quase impossíveis de adivinhar.

Em seguida, surgiram nomes legíveis para facilitar que pessoas “surfassem” na rede mundial de computadores. Essa mudança aconteceu quando “104.26.3.128” virou “Decrypt.co”!

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Criptomoedas ainda estão na fase do endereço de IP: usuários precisam de endereços longos e difíceis de lembrar para acessar as páginas que quiserem. É aqui que entra o Ethereum Name Service (ou ENS). O projeto quer que criptomoedas sejam tão fáceis de usar como “surfar” pela internet.

Neste artigo, o Decrypt explora como o ENS funciona, como surgiu e como você pode garantir um nome de domínio personalizado.

O que é o Ethereum Name Service (ENS)?

ENS é um sistema de pesquisa. Liga informações a um nome. Não é um serviço de nomes apenas para o Ethereum; é um serviço de nomes desenvolvido no Ethereum. Oferece uma forma segura e descentralizada de direcionar recursos usando nomes legíveis.

É um fornecedor totalmente distribuído de nomes de domínio que permite que qualquer um compre e gerencie domínios. Isso significa que você pode enviar ether (ETH) ou tokens padrão ERC-20 para “realsatoshi.eth” em vez de “8e866f012fb8fb”.

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Quem opera o ENS?

Nick Johnson e Alex Van de Sande, da Ethereum Foundation, lideraram o desenvolvimento inicial da ENS.

Em novembro de 2021, o projeto distribuiu tokens ENS gratuitamente para usuários do serviço e criou uma organização autônoma descentralizada (ou DAO) para gerenciá-la (a entidade legal conectada à DAO se chama True Names Limited).

Holders do token ENS usam seus ativos assim como stakeholders de uma empresa; podem tomar decisões sobre precificação, mudanças ao protocolo e sobre como gerenciar fundos no tesouro.

A apresentação dos tokens ENS teve o benefício extra de transicionar o modelo de financiamento do projeto para longe de bonificações.

Tokens ENS já podem ser negociados em dólares e em outras criptomoedas em corretoras cripto, fornecendo uma ajuda financeira aos desenvolvedores do projeto.

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O que tem de tão especial no ENS?

O ENS foi desenvolvido via contratos autônomos do Ethereum, tornando-o mais seguro, privado e resistente à censura do que o tradicional Sistema de Nome de Domínio (ou DNS) da internet.

A equipe por trás do ENS considera a infraestrutura de nomes de internet como um elemento fundamental que, por sua vez, deve ser aberto, descentralizado, comandado pela comunidade e sem fins lucrativos.

A nível técnico, o ENS pode utilizar o existente ecossistema Ethereum, ou seja, é altamente programável e pode interagir com outros contratos autônomos além de nomes.

Qual é a diferença entre ENS e DNS?

O ENS, diferente de alguns de seus competidores, não quer substituir o DNS. O ENS foca, acima de tudo, no fornecimento de uma resolução de nomes distribuída e confiável para recursos de Web 3, como endereços blockchain e conteúdo distribuído.

Em contrapartida, projetos, como Namecoin, Blockstack e Handshake, estão criando iniciativas para substituir o DNS.

Nomes de domínio “.eth” são, na verdade, tokens não fungíveis (ou NFTs). Se você quer transferir um nome “.eth” registrado para uma pessoa diferente, você o enviaria assim como qualquer outro NFT.

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Como o ENS funciona?

Por baixo dos panos, ENS é basicamente composto de dois contratos autônomos.

O registro do ENS grava todos os domínios e subdomínios, bem como os detalhes do dono e o link ao “Resolver”, que é outro contrato autônomo que lida com a tradução de nomes para endereços ou outros tipos de recursos e vice-versa.

O ENS funciona de forma parecida com o DNS, em termos de ter um sistema hierárquico que permite que o dono do domínio tenha controle total de quaisquer subdomínios. Então, “realsatoshi.eth” pode criar “wallet.realsatoshi.eth” e “email.realsatoshi.eth”.

Como adquirir um ENS?

Ao usar uma carteira Ethereum, como MetaMask, você pode visitar o site manager.ens.domains para buscar nomes de domínios disponíveis.

Quando você encontrar seu domínio, o sistema irá te redirecionar para uma página de registro e pedir que você confirme duas transações de suas carteiras.

Você também terá de selecionar quantos anos você quer registrar um domínio, pois o aluguel custa US$ 5 por ano (pago em ETH).

Agora, como o dono desse domínio, você pode configurar diferentes endereços ou informações que você quer que aquele nome ligue, bem como seus subdomínios.

Você pode registrar unicode em seu nome de domínio, ou seja, você pode usar um endereço ENS com emojis. Você pode usar “.eth” para doações em criptomoedas ao seu templo satânico? Visite ethmojis.com para conseguir seu domínio em emojis desenvolvido no Ethereum!

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Para que serve o ENS?

A melhor coisa a se fazer com o ENS é substituir seu endereço longo e ilegível da Ethereum por um endereço ENS acolhedor e memorável, como “realsatoshi.eth”.

Isso facilita o recebimento de criptoativos, bem como a inserção de seu endereço ENS em aplicações descentralizadas (ou dapps) do Ethereum, sem a necessidade de copiar e colar o longo endereço público.

Além disso, a internet descentralizada está sendo desenvolvida em parceria com o ENS e o sistema de armazenamento de arquivos InterPlanetary File System (ou IPFS).

Um ótimo lugar para começar é com “almonit.eth”, onde é possível pesquisar um diretório de sites descentralizados.

É possível acessar esse site, pois foi programado com ativação da MetaMask ou, graças a seus esforços em ligar a Web 3 e o DNS da internet, você pode acrescentar “.link” a sites descentralizados e acessá-los sem sua MetaMask ou em navegadores especiais.

E o que mais ENS tem para oferecer?

Nem só de “.eth” vive o ENS. Em 2021, ENS permitiu que sites com mais de 1,3 mil dos principais nomes de domínio (como “.com”, “.org” ou “.edu”) fossem integrados diretamente ao ENS.

Assim, se você é dono do endereço “realsatoshi.org”, você pode conectá-lo diretamente ao “realsatoshi.eth” para que visitantes acessem o conteúdo e enviem dinheiro para o mesmo lugar.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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