O ‘Inverno das criptomoedas’ é um período em que o mercado vive um sentimento de incerteza causado por quedas significativas nos preços dos ativos digitais.
No entanto, há players do setor que apostam neste tempo para lançarem seus projetos cripto. A teoria se confirma quando comparada a quantidade de tokens lançados dois meses atrás com a do dia de hoje. Neste intervalo de 60 dias, quase 800 novas criptomoedas começaram a circular no mercado.
Em 17 de junho deste ano, quando o Portal do Bitcoin mostrou a grande quantidade de criptomoedas existente no mercado, a plataforma de dados CoinMarketCap indicava 19,8 mil moedas em circulação. Agora, em 16 agosto, o site rastreia 20.593 ativos diferentes.
É claro, não é tão difícil lançar um projeto de criptomoeda, dada a quantidade acumulada nos últimos anos. A maioria desses novos tokens, contudo, são as famosas “shitcoins”.
Outro ponto é que nem todos os tokens que já foram criados estão nessas plataformas de rastreamento cripto. Para serem listadas, essas moedas passam por análise de especialistas — o que não significa que o projeto é confiável, mesmo que listado nesses sites. A fila é grande e pode demorar meses.
Por conta disso, é possível supor que já existiram muito mais criptomoedas do que as listadas atualmente em sites como o CoinMarketCap e CoinGecko.
Vale ressaltar ainda que muitos tokens são abandonados e viram pó e, por consequência, são deslistados dessas plataformas. Uma estimativa feita pelo portal CryptoBriefing, citando o agregador de preços CoinGoLive, diz que 95% das milhares de criptos já perderam 99,99% de seu valor desde o seu recorde de preço.
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O que estimula a criação de novas criptomoedas
Um dos fatores que podem estimular o lançamento de um novo projeto cripto é o ensaio de alta do mercado, com ligeiras recuperações dos principais ativos, como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH).
O ether, por exemplo, subiu cerca de 40% nos últimos 30 dias. Dessa forma, o sentimento de incerteza causado no inverno cripto também pode deflorar uma inspiração mais otimista.
Acerca dessas altas, elas podem ocorrer após o halving do bitcoin, que é uma atualização programada que ocorre a cada quatro anos, quando a quantidade de novos bitcoins distribuídos como recompensa por bloco minerado, cai pela metade. Esse fenômeno de alta pós-halving, no entanto, é uma incógnita.
Um ponto que facilita a criação e lançamento de um projeto criptográfico é “a baixa barreira tecnológica de se criar uma token ou qualquer outro tipo de criptoativo”, como comentou recentemente o executivo de Novos Negócios do Mercado Bitcoin, Bruno Milanello: “Não é preciso nenhum conhecimento muito aprofundado e inúmeros são os tutoriais online e as plataformas de self service (adaptando um termo conhecido de outra indústria para o segmento)”.
Em resumo, novos tokens no mercado também podem significar o desejo de se criar um “novo bitcoin”. “Creio que o que levou a criação de tantas moedas e tokens foi a união da esperança de criar um “novo bitcoin” com a facilidade de criar um novo token”, disse o especialista em smart contracts, Gustavo Toledo, em um artigo recente sobre a criação contínua de novos projetos.
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