A maior empresa de investimentos do Brasil, com 500 mil clientes ativos e mais de R$ 120 bilhões sob custódia, vai entrar com força no mercado de criptomoedas e abrir a própria corretora de Bitcoin. De acordo com dados da Receita Federal, a XP Investimentos registrou XDEX INTERMEDIACAO LTDA, cujo capital social é de R$ 25 milhões.
Os dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo mostram que a empresa já teve outro nome: foi batizada de XP COIN INTERMEDIACAO em agosto de 2017. No final de novembro, quando recebeu uma injeção de capital de R$ 5 milhões, a futura corretora virou a XDEX. Em fevereiro de 2018, um novo aporte de R$ 20 milhões é realizado.
No documento da Receita, aparecem os nomes de três funcionários da XP. Constam como sócios Bernardo Amaral Botelho e Carlos Alberto Ferreira Filho. O administrador está registrado como Julio Capua Ramos da Silva.
Embora fora do ar, o site da nova empresa (www.xdex.com.br) tem o mesmo CNPJ da futura corretora. O responsável pelo domínio é o mesmo Botelho que consta no quadro societário. Como é possível ver abaixo, termo ‘Coin’ se manteve.
Questionada pelo Portal do Bitcoin, a empresa disse por meio da assessoria de imprensa que não iria se manifestar.
Ainda não se sabe qual será o serviço prestado pela nova corretora. Uma fonte, que não quis ser identificar, afirmou que a atuação será no chamado mercado de balcão. Ou seja: focado em movimentações de grandes volumes de capital e BTC.
XP Investimentos e Bitcoin
Ao longo dos últimos meses, a XP vem trabalhando em uma estratégia para criptomoedas. Em outubro de 2017, como revelou Allex Ferreira, a corretora de ações deu a primeira pista: registou na marca XP Bitcoin no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Na época, a XP foi procurada pelo jornal Estadão e informou que estava estudando o mercado de moedas digitais e analisando as possibilidades. Ao que tudo indica, gostou do resultado da análise. Já no mês seguinte, contratou um dos principais nomes brasileiros da área para comandar o setor de criptomoedas: o economista Fernando Ulrich.
No ano passado, a XP teve 49,9% das ações compradas pelo banco Itaú. O valor total da negociação foi de R$ 5,7 bilhões.