Se o Ethereum pretende expandir a forma como é utilizado, ele precisará passar por três grandes transições, ou correrá o risco de comprometer seu próprio futuro, afirmou o cofundador da segunda maior criptomoeda do mercado, Vitalik Buterin, em uma publicação na sexta-feira (9).
No blog, Buterin apresentou suas ideias sobre o que será necessário para ajudar o Ethereum a amadurecer, caso ele queira expandir seu uso, chamando-as de “As Três Transições”.
Ele disse que elas precisarão evoluir em torno de transições nas soluções de escalabilidade de segunda camada, ou “L2”, uma mudança para carteiras configuradas por contratos inteligentes (smart contracts) e uma maior privacidade para transferências de fundos.
As propostas de Buterin esbarram no que foi chamado de “trilema do blockchain”. As características mais importantes de um blockchain são descentralização, segurança e escalabilidade, mas normalmente apenas duas dessas três características podem ser alcançadas.
Para superar isso, Buterin afirmou que é reconhecido que essas transições seriam desafiadoras de coordenar, mas que são necessárias para a sobrevivência do Ethereum.
Das três transições, Buterin destacou como arte importante a necessidade de expandir o uso das soluções de L2 chamadas “rollups”. Uma função L2 comum processa transações fora do blockchain principal do Ethereum, ou o L1.
Um rollup é uma solução de escalabilidade que agrupa essas transações e, em seguida, valida uma prova delas como um conjunto de dados muito menor na mainnet para evitar congestionamentos. Como resultado, o custo de uma transação no Ethereum pode ser menor.
De forma crítica, segundo Buterin, a versão do Ethereum que não aborda a adoção de rollups “fracassa”, e ele acrescentou que os custos das transações aumentariam ainda mais em meio a uma alta no mercado e incentivariam mais centralização na sua blockchain.
Trabalhando para fortalecer o Ethereum
Eli Ben-Sasson, cofundador da StarkWare, empresa baseada em Israel por trás das soluções de escalabilidade de segunda camada, StarkEx e StarkNet, afirmou que Buterin estava “certo” em seu diagnóstico sobre o que seria necessário para ver um Ethereum expandido.
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Ele disse que sua empresa já está usando as carteiras de contratos inteligentes como parte de sua plataforma StarkNet e acredita que mais escalabilidade desse tipo está “no horizonte”.
“Ter o apoio de liderança do Vitalik, que aprecia a empolgação deste momento e incentiva a comunidade a se envolver, é uma parte importante do que impulsionará o sucesso do Ethereum”, disse Ben-Sasson ao Decrypt.
Buterin afirmou que a transição para as carteiras de contratos inteligentes apresenta algumas “questões técnicas” para serem resolvidas, mas que não é uma “grande dificuldade” para ser abordada.
Os contratos executam automaticamente seus termos quando as condições predefinidas são atendidas, e Buterin disse que isso facilitaria alguns processos, como a cobertura de transações de tokens não-ETH.
Das três transições, Buterin expressou preocupação de que atender às preocupações com privacidade seria um dos maiores desafios. Ele afirmou que, sem medidas adequadas de privacidade de dados, os usuários preocupados com isso evitarão o Ethereum.
“Sem [privacidade], o Ethereum falha, porque ter todas as transações disponíveis publicamente para literalmente qualquer pessoa ver é um sacrifício muito grande para muitos usuários”, disse.
Para abordar essa questão, Buterin sugeriu o uso de “Stealth Addresses” (ou ‘endereços invisíveis’) para ajudar a proteger as identidades dos usuários, mas esses métodos ainda estão em desenvolvimento devido a questões relacionadas a custo e funcionalidade.
*Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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