O ditador da Venezuela Nicolás Maduro anunciou na última sexta-feira (17) a reabertura de um cassino localizado no Parque Nacional de El Ávila, em Caracas. Segundo o político, as apostas poderão ser feitas por meio da criptomoeda nacional Petro e os recursos serão destinados para a saúde e educação.
“Pode vir apostar. Você compra suas petros com yuan (moeda chinesa), iene (moeda japonesa), dólares, euros ou qualquer outra criptomoeda”, disse Maduro durante uma transmissão conjunta de rádio e televisão, conforme publicou o site Bitcoin.com.
No dia anterior, durante apresentação dos planos econômicos para a Venezuela em 2020, Maduro enfatizou as ações com a criptomoeda, conforme vídeo publicado no Youtube.
“A Venezuela está criando um novo mundo. Estamos dando exemplo de como deve ser a criptoeconomia do século 21 com nossa Petro, disse, em evento fechado, cujo foco foi a agroindústria.
Prática na Venezuela era proibida
A prática de jogos de azar na Venezuela havia sido proibida em 2011 por decreto do ex-líder do país e mentor de Maduro, Hugo Chávez. A medida então foi revertida.
No Brasil, casas do tipo cassino ainda são proibidas, conforme MP nº 168, de 20 de fevereiro 2004, assinada pelo então presidente Lula.
A ação do governo da Venezuela, contudo, é parte dos esforços na ampliação de serviços para aceitação da Petro, de acordo com outro vídeo com o líder venezuelano, publicado um dia antes.
Há cerca de uma semana, Maduro também determinou que a estatal do petróleo PDVSA venda por meio da Petro 4,5 milhões de barris de petróleo da reserva.
A medida deixa claro que o ditador vê na criptomoeda uma espécie de salvação da economia do país que nos últimos anos tem sido assolado pela hiperinflação. Para se ter uma ideia, o salário mínimo na Venezuela valeu menos que R$ 10.
A intenção de Maduro, contudo, é estabelecer, ampliar e consolidar o ecossistema e os mecanismos vitais para a consolidação da petro, conforme informações da agência EFE.
Fora isso, Maduro já havia estabelecido a coleta de serviços públicos em Petros.
Outra ação promovida pelo governo é que toda a gasolina da PDVSA para aviões que cobrem rotas internacionais seja vendida na criptomoeda, segundo reportagem do Coindesk no dia 15 de janeiro.
Uso da petro na Venezuela
Embora o governo diga que milhares de empresas no país aceitam a petro, a criptomoeda não é bem difundida entre os venezuelanos.
Talvez tenha havido um certo ‘mainstream’ depois que o governo distribuiu um bônus de Natal no criptoativo a aposentados, pensionistas e servidores públicos.
O problema é que os beneficiários enfrentaram até 7h de fila em supermercados devido à falta de comércios que aceitam o meio de pagamento.
Com uma população de cerca de 32 milhões, o país possui apenas 4.800 empresas que trabalham com a Petro, apesar de o governo estimar em mais de 20 mil comércios.
Segundo o economista venezuelano Luis Oliveros, “existe um financiamento de petros na economia venezuelana, mas as pessoas não querem ter petros, elas as trocam, preferem ter bolívares”, publicou na ocasião, o jornal El Nuevo Herald.
Uso forçado da Petro
A Petro foi criada com o objetivo de contornar as sanções econômicas impostas à Venezuela pelos Estados Unidos.
Contudo, por ser uma criptomoeda controversa desde o projeto inicial, o governo não conseguiu a confiança o suficiente da população e acabou ‘ditando’ regras que forçam o uso da Petro.
Maduro começou a realizar ações para praticamente obrigar o uso da Petro pela população. Para isso, determinou até mesmo que o principal banco do país, o Banco de Venezuela, aceitasse a criptomoeda.
Em resumo, o projeto Petro desde seu white paper dá sinais de centralização — o que vai contra a característica intrínseca da tecnologia que surgiu com o bitcoin, que é a descentralização.
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