Podemos experimentar funcionalidades da rede Ethereum de maneira gratuita e, consequentemente, testarmos funcionalidades sem precisar adicionar dinheiro real através de redes de teste, ou seja, testnets.
Testnets são blockchains de teste, um ambiente para exercitar modificações, ensaios e experimentos, onde as falhas são protegidas, enquanto Mainnet é a blockchain funcional.
Tokens em testnets não possuem valor. É um dinheiro parecido com o do jogo de tabuleiro banco imobiliário, ao contrário dos tokens de mainnet que usam ativos reais e criptomoedas.
O custo das operações em uma rede principal (mainnet) é, portanto, maior. Isso porque toda operação realizada no blockchain exige uma taxa, paga em tokens de determinado valor, algo que a testnet não possui.
Podemos interagir com as testnets da Ethereum facilmente através da carteira Metamask.
As testnets da Ethereum mais utilizadas são:
- Ropsten
- Criada em novembro de 2016, tem o nome de uma estação de metrô em Estocolmo.
- É considerada a rede de teste que mais se assemelha à rede principal, tanto que seu algoritmo de consenso é o Proof of Work, a única dessa lista com essa característica.
- O ETH pode ser extraído ou solicitado através de faucet.
- Sendo Proof of Work, a rede é vulnerável a ataques DDOS e, em fevereiro de 2017, foi atacada. Após o ataque, foi reativada um mês depois e desde então tem sido utilizável.
- Ela suporta os clientes Geth e Parity.
- Kovan
- Criada pela equipe Parity em março de 2017, tem o nome de uma estação de metrô em Cingapura.
- Ao contrário da rede principal Ethereum, que usa o algoritmo de consenso Prova de Trabalho (PoW), Kovan usa Prova de Autoridade (PoA). Por conta disso, é menos vulnerável a ataques DDOS.
- O fornecimento de ETH é controlado por players confiáveis e pode ser obtido através de uma faucet.
- A rede suporta apenas Parity, que é um cliente Ethereum escrito na linguagem de programação Rust.
- Rinkeby
- Criada pela Ethereum Foundation em abril de 2017, tem o nome de uma estação de metrô em Estocolmo.
- Assim como a Kovan, ela usa o algoritmo Prova de Autoridade, também sendo menos vulnerável a ataques DDOS
- O ETH também é obtido por meio de uma faucet.
- A rede suporta apenas Geth, um cliente Ethereum escrito em Go.
- Goerli/Görli
- Criada pela equipe Parity em novembro de 2018, é a mais nova da nossa lista. A estação de metrô em questão fica em Berlim.
- Usa Prova de Autoridade como todas as outras redes listadas, com exceção da Ropsten.
- Possui suporte para Geth, Parity e alguns outros clientes menos populares.
- No entanto, é nova e um pouco instável em comparação com outras redes de teste.
O algoritmo de Prova de Trabalho (proof-of-work) é de fato mais vulnerável a ataques DDOS, porém o algoritmo de Prova de Autoridade (proof-of-authority), tende a ser mais centralizado que o anterior. As redes do algoritmo Prova de Autoridade são protegidas por usuários selecionados arbitrariamente da maneira que a autoridade da rede desejar.
O mecanismo de Prova de Autoridade é muito comum em blockchains privadas, como de empresas. Tendo em vista que as redes citadas são apenas para testes, não haverá problema algum utilizá-las.
Com a sua Metamask aberta, mude para alguma rede de teste de sua preferência. No exemplo utilizarei a Ropstem, por ser a mais utilizada. Apesar de algumas diferenças, todas possuem o mesmo objetivo: realizar testes dos mais variados possíveis, sem precisar utilizar dinheiro real.
Caso não estejam sendo exibidas as redes de teste, você pode ativá-las nas configurações da Metamask, em “show test networks”:
O próximo passo é copiar o endereço da carteira. Isso pode ser feito clicando na região superior da Metamask, conforme imagem abaixo:
Agora podemos adicionar tokens fictícios, para realizar os testes. Eles podem ser obtidos através de faucets, torneiras que despejam tokens em carteiras que os solicitarem.
No caso de faucets da rede Ropesten, são enviados tokens rETH, que simulam o ETH. O processo mais simples é pesquisar no Google por ‘nome da rede + faucet’. Por exemplo:
Existem inúmeros faucets, sinta-se livre para testá-los, afinal eles podem ficar fora do ar ou sem tokens disponíveis para distribuir.
Por segurança, recomendo fazer todo esse processo através de uma carteira também para testes, afinal o endereço da sua carteira é o mesmo, independente da rede selecionada, assim como o da mainnet.
Para o exemplo, utilizarei a primeira opção que o Google nos ofereceu.
No site do faucet, aconteceu algo curioso, mas relativamente comum. A carteira que nos enviaria os tokens estava com o saldo zerado. Repare na seta da imagem, ela está apontada para “(balance 0 eth)”, traduzindo, balanço 0 eth. Geralmente, os faucets informam quantos tokens ainda estão disponíveis para serem distribuídos.
No Etherscan, podemos ver que a última transação da carteira foi há um dia. Se isso acontecer, não há problema, basta procurar outro faucet.
Encontrei outra opção com 16,222.7506 rETH disponíveis, conforme os stats oferecidos pelo próprio site. O mesmo define um limite diário de 0.2000 por endereço.
Também podemos ver que no mesmo campo, “Faucet stats”, o faucet nos informa que o endereço de onde os tokens são enviados é: 0xAED0 … 6D9c. Passei o marca texto para você ver com clareza:
Apertando em “Give me Ropster ETH!” o faucet enviará os tokens para o endereço de carteira que for escrito em “your ropsten adress”.
Agora é só aguardar alguns minutos até a transação ser concluída.
Minhas duas recomendações de faucet são o Egorfine e o Dimensions Network.
Após esperar alguns minutos, os rETH chegaram na carteira. Veja o meu histórico de transações:
Pronto! Agora temos alguns ETH disponíveis para testes. Sinta-se livre para interagir com a rede Ethereum de graça. A única observação é que o sistema que você deseja interagir deve possuir compatibilidade com a testnet selecionada.
Fiz um texto explicando como utilizar a corretora descentralizada Uniswap. Utilizei esse mecanismo para realizar os testes, consequentemente, gastando nenhum dinheiro real.
Clique aqui para aprender um dos inúmeros usos práticos dessa estratégia.
Sobre o autor
Paulo Alexandre é estudante de Engenharia de Software no IDP, em Brasília. É investidor e apaixonado por tecnologia. Tem como missão ajudar as pessoas no revolucionário mundo das Criptomoedas e Blockchain.