Tudo Sobre Cardano: A Criptomoeda com Base Científica

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Cardano

Bem-vindos ao sexto guia sobre criptomoedas, agora sobre Cardano. Podem acompanhar os outros cinco clicando nos respectivos nomes, Nano (Raiblocks)RippleTronEthereum e IOTA. Podem sugerir nos comentários moedas que querem que sejam abordadas. Procurem recomendar moedas pouco conhecidas e inovadoras, pois as maiores já estão nos planos.

Alguns pontos podem parecer repetitivos para alguns, mas não posso adivinhar se haverá novos leitores e qual seu grau de instrução sobre o assunto, então preciso aborda-los novamente. Boa leitura a todos.

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1.0 O que é cardano?

1.1 Desenvolvimento do projeto

1.2 Distribuição da moeda, curiosidades, taxas e mineração

1.3 Governança e tesouraria

2.0 Como funciona

2.1 Algoritmo de consenso

3.0 Roadmap e equipe de desenvolvimento

4.0 Como comprar e armazenar

4.1 Como comprar

4.2 Como armazenar

5.0 Conclusão

1.0 O que é cardano?

Uma criptomoeda é mais do que a soma de seus protocolos e código fonte. É um sistema social que inspira, permite e liga pessoas. Frustrados pelas falhas, e promessas quebradas de protocolos passados, buscamos construir algo melhor. A evolução não é guiada por uma única mão ou um grande projeto. É um processo do acaso inspirado por inúmeros erros e problemas. Cardano procura ser a encarnação digital desse processo. Aptos o suficiente para sobreviver aos mercados de hoje e adaptáveis para se adaptar as necessidades do futuro. Cardano é um sonhador pragmático que aprende com os mais velhos. É um bom cidadão da comunidade, e sempre encontrará uma maneira de melhorar. Não podemos conhecer o futuro, mas estamos felizes em tentar melhora-lo para todos.

O parágrafo acima é uma tradução adaptada por mim de alguns trechos que estão presentes em uma documentação da Cardano. Esse texto resume muito bem a ideologia e o próprio protocolo Cardano. Darei uma abordagem bem genérica que será aprofundada no decorrer do texto.

Cardano é uma plataforma que pretende atuar junto a todas as outras criptomoedas, pois acredita que no futuro todas trabalharão juntas. Possui um financiamento muito participativo, os protocolos vão sendo criados com base na aceitação da comunidade. Pretende criar uma plataforma baseada em Blockchain para votações de Hard Forks e Soft Forks. Traz a criação de uma tecnologia muito maleável, permitirá a troca de protocolos e tecnologias como algoritmos criptográficos, que poderão ser substituídos por outros mais seguros e resistentes a computação quântica. Essa característica maleável visa impedir Forks na moeda, como o que aconteceu com a Ethereum, onde nasceu a Ethereum Classic.

Sua carteira Daedalus também pretende aceitar inúmeras criptomoedas, facilitando a troca entre todas elas na mesma plataforma. Haverá uma espécie de loja dentro da própria carteira, onde poderão ser lançados aplicativos específicos que devem ajudar no manejo das finanças e no suporte de outras criptomoedas. Ethereum Classic, por exemplo, já está nos planos para ser portada para a carteira.

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Assim como Ethereum, suporta Contratos inteligentes. Possui sua própria linguagem chamada Pluto, mas também suporta a linguagem Solidity usada na Ethereum. Outro aspecto que podemos relacionar é que a Ethereum pretende mudar seu consenso para Proof of Stake, Cardano já inicia seu projeto usando Proof of Stake. O PoS cardano é chamado de Ouroboros e possui algumas particularidades, também resolve os problemas de escalabilidade, garantindo uma velocidade exponencial, abordarei sobre isso mais a frente.

Cardano também oferece algumas tecnologias e possibilidades que ajudarão nas transações que necessitam mais formalidade e segurança, como entre bancos ou instituições mais conservadoras, garantindo transparência e segurança para os dois lados. Poderá ser feita anexação de documentos em uma transação e afins, mas isso será opcional para o usuário, podendo ser usado para transações especificas se o mesmo permitir.

Cardano praticamente aborda todos os problemas e mostra soluções para resolve-los. A plataforma apresenta uma arquitetura e modelo que permite sua metamorfose quando surgirem novos problemas. Por esse motivo ela se intitula como a encarnação digital do Processo evolutivo das criptomoedas.

1.1 Desenvolvimento do projeto

Cardano é o projeto que lida com a moeda ADA. Considerada uma criptomoeda de terceira geração, Ethereum sendo considerada de segunda e Bitcoin de primeira. O projeto Cardano quando “finalizado”, fornecerá recursos que são mais avançados do que qualquer outro protocolo apresentado aqui por mim até agora.

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Cardano é desenvolvido na linguagem Haskell, muito tolerante a erros e considerada mais segura para essa área que outras linguagens comumente usadas. A criptomoeda permaneceu em financiamento por 2 anos, sendo finalizado o financiamento apenas no final de 2017. Teve 90% dos seus investidores localizados no japão e outros países asiáticos. A moeda era conhecida por IOHK, mas acabou vindo ao mercado como Cardano.

A plataforma Cardano foi lançada pela empresa IOHK (Input Output Hong Kong). Ela é liderada por Charles Hoskinson, ex-co-fundador da BitShares e Ethereum. IOHK está responsável pelo desenvolvimento criptografico da tecnologia com um contrato até 2020. Cardano conta com apoio de muitas universidades e cientistas pelo mundo. Além da IOHK também há a Cardano Foundation, organização independente localizada na Suíça que é responsável pelo apoio aos usuários e trabalha com as autoridades manuseando o material comercial e de regulamentação. Por último temos a Emurgo sediada no Japão, seu papel é apoiar, desenvolver e arrumar parcerias com StartUps  que desejam utilizar a Blockchain Cardano em seus serviços.

O planejamento da Cardano se diferencia das demais devido seu nível de organização e métodos científicos em sua construção. Ao invés de possuir apenas um White Paper como geralmente acontece com outras criptomoedas, Cardano possui uma vasta documentação no site da IOHK que é atualizado periodicamente. A documentação cientifica é avaliada por profissionais da área antes de qualquer implementação.

A Cardano também utiliza diversas tecnologias já existentes, aproveitando o melhor que a criptografia tem a oferecer. A fundação Cardano serve como auditora do código criado pela IOHK, além disso fornece apoio para equipes de desenvolvimento focadas em construir clientes alternativos. Essa técnica garante diversidade no desenvolvimento e evita uma formação de monoculturas em torno de um único conjunto de ideias ou desenvolvedores. Tem sido uma ótima técnica também usada pelo projeto Ethereum. Essas e outras atitudes dão uma transparência muito grande ao projeto.

1.2 Distribuição da moeda, curiosidades, taxas e “mineração”

Distribuição da moeda

Como já explicado no começo do guia, mais de 90% dos investidores são japoneses, isso devido a regulamentação mais afrouxada sobre as criptomoedas que o país possui. Foram geradas 25.927.070.538 ADA com investimento de mais de 62 milhões de dólares. A Cardano gerou mais 20% das moedas criadas para dividir entre seus três grupos que cuidam do desenvolvimento da moeda, um valor de 5.185.414.108 ADA, totalizando então 31.112.484.646 ADA. O máximo de moedas que poderão ser emitidas é 45.000.000.000 ADA, ou seja 13.887.515.354 ainda poderão ser “mineradas”.

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O financiamento ocorreu em quatro etapas, durante elas, além do Japão outros países asiáticos fizeram parte do financiamento, que podia ser feito com BTC ou iene, moeda oficial do Japão.

Curiosidades

O nome da moeda é ADA em homenagem a Ada Lovelace uma matemática e escritora nascida em 1815. Ada é conhecida como a primeira programadora da história. Respectivamente as frações da criptomoeda ADA são conhecidas como Lovelace.

  • 1 ADA = 1,000,000 Lovelaces
  • 1 Lovelace = 1 / 1,000,000 Ada
  • Ada tem seis casas decimais.
  • 1.000000 = 1 ADA
  • 0.000001 = 1 Lovelace

Caixas eletrônicos que operam ADA já estão sendo planejados. Começando com cinco locais no Japão, a rede deverá crescer para cerca de 25 caixas eletrônicos no prazo de um ano após o lançamento da Ada. Já existem imagens de alguns caixas, mas parece que ainda não estão operacionais e não há certeza se é realmente o modelo oficial.

Maquina Cardano

Taxas

Como existe uma criação de moedas e um grupo responsável pelas validações, eles precisam ser pagos e é para eles que as taxas são enviadas. O valor da taxa é a soma de dois valores, um constante e um variável. O valor 2 é cobrado por cada ADA ou Byte.

Valor 1 = 0.155381 ADA (constante)

Valor 2 = 0,000043946 (variável)

Mineração / Aposta

Mineração seria um termo incorreto, pois Cardano utiliza PoS, tecnologia que será explicada mais à frente. Em moedas que utilizam PoS, o processo de criar novos blocos/moedas é conhecido como Aposta. Os apostadores deixam suas moedas lá paradas no software responsável pelo consenso e ganham e geram novas moedas com proporção no valor “investido”. Apostas geralmente envolvem risco de perda e ganho, mas não é possível perder suas moedas nesse processo.

A mineração funciona de forma bastante simples. Uma fração de tempo é definida como Época e cada época é dividida em Slots e cada Slot possui um líder. Os líderes irão ficar responsáveis por validar as transações e gerar novos blocos. Novos lideres serão elegidos a cada nova Época. Para entender mais a fundo como funciona a eleição, podem ler mais abaixo o tópico sobre Ouroboros.

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Imagem retirada de video do canal “Darío Rivera”

1.3 Governança e tesouraria

Como citado no resumo inicial, Cardano pretende criar um sistema que permita a fácil votação da comunidade em possíveis Forks ou atualizações do protocolo, tal media faz muita falta atualmente nas maiores moedas como Bitcoin e Ethereum.

Outro ponto relacionado com governança e tesouraria é a forma que as ICO’s são atualmente financiadas. Cardano acredita não ser um modelo eficiente, pois o dinheiro é coletado todo de uma vez e gastado da forma como os desenvolvedores bem entendem, se os recursos acabarem, não há nada o que fazer.

Buscando resolver esse problema, Cardano pretende lançar seus Tokens com espécies de contratos inteligentes onde uma pequena porcentagem das taxas de transações é armazenada em uma espécie de cofre. Esse dinheiro será usado para objetivos preestabelecidos e votados pela comunidade. Tal estratégia garante muito mais transparência, dá mais confiança a investidores e garante a sustentabilidade do projeto por mais tempo. Tais medidas também devem ser adotados no protocolo Cardano por inteiro, não só em seus Tokens.

2.0 Como funciona

Cardano tenta resolver principalmente três problemas. Correlacionarei seu funcionamento com a resolução desses três principais problemas que são: Interoperabilidade, sustentabilidade e escalabilidade. Darei um breve resumo deles no próximo paragrafo e abordarei melhor mais abaixo, nas ferramentas e tecnologias que explicam o funcionamento da rede.

Interoperabilidade refere-se a característica de comunicação entre sistemas diferentes. Essa característica não existe nas criptomoedas atuais onde cada uma possui seu próprio protocolo que não se comunica com os outros. Sustentabilidade no quesito dos projetos serem de certa forma imutáveis, que não permitem alteração nos seus protocolos de forma simples. Escalabilidade na questão da rede ficar mais lenta quando aumenta de tamanho, sendo que deveria acontecer o contrário.

Daedalus

Simbolo da carteira Cardano, Daedalus

Daedalus é a carteira oficial da moeda ADA, ela é criada em um “fork” da Electrum, programação baseada em Web. Seguindo esse modelo Web, a mesma suportará extensões, de forma parecida como a que ocorre no Google Chrome com uma espécie de loja de aplicativos. Tais funções permitirão a carteira suportar inúmeras criptomoedas, a tornando uma carteira universal. Atualmente está em sua primeira geração e funciona apenas como carteira, mas no futuro existirá API e SDK para qualquer desenvolvedor criar sua aplicação em linguagens conhecidas como Javascritp, Html5 e CSS3.

Como a Daedalus tem um intuito meio universal e é Open Source (Livre e gratuita), ela acaba se desvinculando um pouco da Cardano em si e se tornará uma ferramenta independente importantíssima no futuro das criptos, pois resolve o problema de interoperabilidade.

Imagine um mercado descentralizado, que suporta um conjunto de criptografias diferentes. Um comerciante quer automatizar os seus negócios. Em um ecossistema fragmentado, o comerciante teria que instalar dezenas de clientes para cada criptomoeda e, em seguida, escrever um software personalizado para conversar com cada cliente para coordenar os negócios automatizados. Se o software de uma das Criptomoedas atualizar, pode parar o funcionamento do software personalizado. Com Daedalus esse problema seria resolvido pois tudo estaria as mãos do comerciante em uma carteira só que abriga “todas” as criptomoedas e Tokens, com funções de conversão, Exchanges e afins.

Tokens

Os Tokens são como outras moedas criadas dentro da plataforma que a Cardano oferece. Elas agem como uma moeda normal e podem ser armazenados em uma carteira normalmente. Eles não são usados simplesmente como moedas e fim. Os Tokens são ativos digitais com o intuito de representar qualquer coisa, dependendo de qual o intuito do seu sistema nativo, que pode ser, por exemplo, uma Aplicação descentralizada, algo que veremos mais à frente.

Um Token pode representar uma barra de ouro, um carro, uma folha que garante a validação de um documento ou qualquer coisa. O intuito do Token é virtualizar um ativo ou “coisa” que é necessária no mundo real para realizar a ação que agora está sendo feita na blockchain. É como se o Token monetizasse qualquer ação para facilitar a operação na aplicação virtual. Explicar isso em texto é muito complicado, mas espero que tenham entendido.

 Contratos inteligentes

Contratos inteligentes são as instruções e programações que funcionam por meio da Blockchain. São ordens automáticas que devem ser realizadas se as regras e pendencias estabelecidas forem cumpridas. Darei um exemplo abaixo.

“O candidato que receber mais votos no período de 20 dias, terá a responsabilidade de realizar tal serviço”

Esses contratos podem ser construídos de diferentes formas e podem ganhar muita complexidade. Seria possível por exemplo, programar contratos inteligentes para eletrodomésticos. Uma geladeira poderia possuir sensores que quando verificassem que ela está vazia, executassem um contrato que emite um pedido de compras ao supermercado mais próximo, para o endereço da casa.

Essas aplicações serão possíveis no futuro, mas atualmente possuem implicações mais virtuais e dentro dos computadores especificamente. Assim como na Ethereum e outras plataformas, Cardano também oferece suporte a isso, que no caso, é uma de suas principais funções.

Máquina virtual

Esse nome é dado ao ambiente que a plataforma cede para a criação das aplicações e contratos inteligentes. Fornece um ambiente amigável para a fácil criação das aplicações. Também é possível testar suas aplicações nele antes de lançarem na rede.

A máquina virtual é capaz de entender várias linguagens de programação e é responsável por converte-las para que possam ser lidas e executadas pela Blockchain Ethereum. Ela também é responsável por tornar todos os aplicativos padrões e compatíveis entre si.

A máquina virtual usada na Cardano é conhecida como IELE e funciona de forma diferente da EVM da Ethereum. É de certa forma melhorada e mais leve. Tal arquitetura tornará a especificação e a verificação dos contratos inteligentes significativamente mais fáceis, evitando falhas como a que acarretou na criação da Ethereum Classic. Como Ethereum, o IELE usará gás para limitar o uso de recursos e evitar ataques DoS.

Aplicações descentralizadas

Uma aplicação descentralizada ou Dapp é semelhante a um contrato inteligente. Funciona como um aplicativo construído com base em diversos contratos inteligentes, visando executar uma tarefa mais complexa. Aplicações descentralizadas já existem antes da Blockchain, um exemplo é a rede Tor e o Bitorrent.

A plataforma Cardano traz facilidade para os usuários criarem suas DAPPs (decentralized application) dentro do seu sistema e rodando na sua Blockchain.

Organização autônoma descentralizada

É uma espécie de subclasse de corporações que atuam na internet de forma autônoma. Essas aplicações dependem da contratação de indivíduos para realizarem ações que o próprio autômato não é capaz de realizar.

Uma DAO (Organização autônoma descentralizada) contém algum tipo de propriedade interna que é valiosa de alguma forma, e tem a capacidade de usar essa propriedade como um mecanismo para recompensar certas atividades. Bitcoin de certa forma seria uma espécie de DAO, pois recruta os mineiros e os recompensa de forma automática.

CSL, CCL e Sidechains

É preciso tomar decisões difíceis sobre os dados a serem armazenados para cada transação. Quais elementos da história por trás da transação entre duas pessoas são relevantes? Eles são relevantes para sempre? Quando podemos jogar fora alguns dados? Isso viola a lei dentro de alguns países?

A Cardano é formada basicamente de duas estrturas, CSL e CCL. CSL significa Camada de liquidação Cardano. É a primeira camada e a principal. Trata-se de uma Blockchain independente que basicamente contabiliza apenas valores sem contratos inteligentes, históricos ou quaisquer outras complexidades. Poderia ser usada em transações simples.

CCL é a Camada de computação Cardano, responsável por abrigar basicamente os “Contratos inteligentes” e os aplicativos descentralizados. Existem dois componentes de uma transação: o mecanismo para enviar e gravar o fluxo de Tokens (CSL) e os motivos, bem como as condições por trás dos Tokens em movimento (CCL).

Essa divisão traz junto o conceito de Sidechains. A CCL pode ser composta de várias Sidechains/Blockchains especificas com suas próprias regras e protocolos. Todas elas se comunicariam com a camada inferior CSL que de certa forma é a essencial. Esse desing possibilita muitas melhorias. Empresas ou instituições mais serias e burocráticas poderiam utilizar apenas camadas que permitissem acesso a uma maior quantidade de dados, históricos, informações pessoais e segurança. Em contrapartida usuários comuns ou outros serviços poderiam utilizar camadas mais “anônimas” que não necessitam de tantos recursos.

Para alguns pode estar confuso o conceito de Sidechains, mas basicamente são protocolos diferentes que ficam laterais a Blockchain principal. São outras Blockchains com propósitos específicos que detém sua própria tecnologia, regras e intuitos, que não interferem nem prejudicam nem tem capacidade de fraudar a Blockchain principal que nesse caso é a CSL, mas que dependem dela. O protocolo utilizado pela Cardano permite a comunicação entre as Sidechains, também possibilita outros recursos. Tal tecnologia está sendo desenvolvida e é conhecida como KMZ Sidechains.

Tal estrutura também traz sustentabilidade, pois ao trazer a possibilidade de encaixar diversos protocolos diferentes, eles também trazem a capacidade de adaptação e de criar tecnologias especificas sem precisar fazer Hard Forks nem nada semelhante.

Outro exemplo de vantagem ao utilizar tal método é o caso do mercado ilegal que rodeia as criptomoedas. As possibilidades são imensas, tais atividades ilegais não seriam possíveis em determinadas camadas que os usuários poderiam optar por participar delas e não das que permitem. Isso tira a obrigação que os usuários têm em manter aplicações descentralizadas em uma rede que suporta diversas coisas que não condizem com a legalidade e com suas índoles, que é basicamente o que acontece em Blockchains únicas.

HSM, Intel SGX, ARM Trustzone e SGP

HSM (Hardware Security Module / Módulo de segurança de hardware) é um dispositivo de segurança baseado em hardware que gera, armazena e protege chaves criptográficas. é uma peça física responsável por essa função, que garante ainda mais segurança para as transações.

Intel SGX e ARM Trustzone são módulos integrados em bilhões de dispositivos de notebooks, celulares e não requerem esforços adicionais no lado do consumidor para uso. Ambos também são fortemente examinados, bem desenhados e baseados em anos de iteração de algumas das maiores equipes de segurança de hardware e melhor financiadas do mundo.

O intuito do uso desses Hardwares é fornecer garantias de que os dados podem ser verificados e depois destruídos sem serem copiados ou vazados para pessoas estranhas e maliciosas. Como citei acima, existirão Sidechains ou aplicações que podem exigir informações de Identidade, em um processo normal isso se torna de certa forma centralizado, pois suas informações estariam nas mãos de outros. Com essa tecnologia, tais módulos seriam responsáveis por armazenar suas credencias e também por examinar, sem que o verificador conheça a identidade do ator. Tais características serão possíveis nesses Hardwares graças a uma tecnologia de software conhecida como SGP (Sealed Glass Proof / Prova de vidro selado).

RINA, escalabilidade e poda da rede

O histórico de transações é conhecido como Livro razão ou Ledger. É de certa forma, o banco de dados da Blockchain e é mantido por todos os Nós (usuários que usam software especifico). Em moedas como Bitcoin esse histórico é mantido repetidamente por cada nó na rede o que demora cada vez mais a sincronização de novos blocos quando o tamanho da rede aumenta.

Cardano utilizará uma técnica conhecida como RINA (recursive internetwork architecture). É uma arquitetura de rede de computadores que unifica computação distribuída. Basicamente o Ledger vai ser dividido em vários subgrupos que se comunicam entre si pela arquitetura RINA. Tal método permite a divisão de trabalho entre os nós. Cada nó se tornara responsável por parte da rede e não por ela inteira. Ao invés de aumentar o tempo de sincronização ao elevar o número de usuários, o tempo diminuirá, pois, o Ledger estará cada vez mais dividido sem a necessidade que milhares de usuários fiquem verificando os mesmos arquivos repetidos entre si.

Técnicas de poda de rede também estão inclusas nos planos, visando diminuir o tamanho do Ledger para facilitar seu armazenamento, não estão em primeiro plano pois ainda não é um problema para a rede.

2.1 Algoritmo de consenso

PoW

PoW (Proof of Work / Prova de trabalho) é o algoritmo utilizado pelo Bitcoin e outras moedas para validar as transações e as registarem. Esse processo utiliza cálculos matemáticos cada vez mais difíceis que exigem um enorme poder de computação e energia para realizarem esse processo. Tal arquitetura traz um enorme custo para manutenção da rede, aumentando as taxas e o tempo de confirmação das transações. Buscando evitar tais problemas, muitas medidas foram procuradas e uma delas é a PoS, consenso bastante difundido e utilizado atualmente, inclusive pelo Cardano. Abaixo explicarei como ele funciona. 

Ouroboros (PoS)

Ouroboros é a parte mais importante do protocolo. Seu algoritmo de consenso utiliza Proof of Stake (prova de participação). Diferente do Proof of Work, ele não utiliza Energia nem recurso computacional para verificar e validar as transações. É utilizado os próprios valores monetários dos validadores para comprovar seu “poder” de validação. Quanto mais moedas você possui, mais transações você válida. As diferenças que isso causa são grandes e há várias pessoas que preferem esse tipo de consenso, enquanto outras preferem o Proof of Work. Ambas possuem suas vantagens e desvantagens, mas no final se resume ao mesmo, um atacante precisaria de MUITO dinheiro para atacar alguns desses dois sistemas.

Há alguns parágrafos atrás vocês viram resumidamente como funciona o processo de criação de novos blocos. No parágrafo abaixo explicarei o algoritmo por trás de tudo, que garante que o sistema não seja burlado e que o líder de cada época seja escolhido aleatoriamente. Todo o processo abaixo acontece enquanto a Época 1 ainda está acontecendo. O processo define o líder para a próxima Época que irá validar a transação e criar um novo bloco.

Passo 1: Imaginem que todos os eleitores fazem uma espécie de arremesso de dados, com o intuito de gerarem um valor aleatório, cada eleitor receberá um valor diferente.

Passo 2: Esse valor será inserido dentro de um cadeado digital que contem a identificação de seu dono (eleitor) e que mostrará esse valor aleatório ao ser aberto com sua chave especifica.

Passo 3: Todos os eleitores colocam seus respectivos cadeados com identificações em uma vitrine de vidro totalmente fechada, que deixa a disposição apenas o buraco onde se insere a chave, impedindo qualquer alteração no cadeado.

Passo 4: Respectivamente, todos os eleitores têm visão e acesso a todos os cadeados e podem tentar abri-los, mas não os corromper. Todos os eleitores cedem copias de suas chaves uns para os outros.

Passo 5: Como os cadeados possuem identificação de quem são seus donos, basta cada eleitor tentar abrir cada cadeado especifico.

Passo 6: Após serem abertos, todos os cadeados mostraram em seu display o valor aleatório que cada eleitor “ganhou” no começo do processo ao jogar seus dados.

Passo 7: Todos esses valores serão usados em um cálculo que todos os eleitores conhecem e no final todos eles obtêm o mesmo resultado, mesmo cada um tendo gerado um valor aleatório.

Passo 8: Caso algum eleitor não coopere e ceda uma chave errada o processo não será alterado ou atrapalhado, apenas seu valor não será contabilizado no cálculo.

Passo 9: Após o valor final ser gerado, ele será calculado junto a um algoritmo conhecido como Siga o Satoshi.

Passo 10: De forma aleatória, esse algoritmo irá escolher uma moeda dentro da razão, que seria a contabilização de todas as moedas dos eleitores.

Passo 11: O dono da moeda escolhida será escolhido como líder do Slot, respectivamente quanto mais moedas o eleitor possuir, maiores as chances de uma das suas serem escolhidas e dele ser o líder.

3.0 Roadmap e equipe de desenvolvimento

De forma mais abrangente, o desenvolvimento da Cardano é separado em 3 etapas. Elas são conhecidas como Era testnet, Era bootstrap e Era da recompensa. O testnet foi uma espécie de Beta teste, onde todas as funções estavam de certa forma ativas. Apenas algumas pessoas participaram e não era o protocolo oficial, era apenas uma rede de testes.

Atualmente nos encontramos na Era Bootstrap que é um período onde a rede já está parcialmente funcionando. Tudo que acontece nesse momento será mantido. Atualmente a rede se encontra parcialmente centralizada por um grupo de nós confiáveis e durante esse tempo a criação de novos blocos está desabilitada.

A era da recompensa começará logo após a Bootstrap que nos encontramos. Durante esse período, a rede funcionará de forma totalmente descentralizada. A rede estará mantida e descentralizada por meio dos validadores que em conjunto farão a verificação da rede. Esse trabalho atualmente é feito pela própria equipe Cardano. O sistema receberá atualizações de software regulares, lançando uma enorme quantidade de novos recursos em um futuro próximo.

Para uma visão mais aprofundada, poderão ver abaixo o desenvolvimento de funções especificas e o desenvolvedor responsável por ela, para mais informações poderão acessar a página em inglês clicando aqui. Há muitas imagens abaixo, para pular para o próximo tópico cliquem aqui.

4.0 Como comprar e armazenar

Cardano já está listada nas maiores Exchanges. Atualmente possui o sétimo maior valor de mercado. Tal posição lhe garante visibilidade e a popularidade suficiente para que seja listada em vários locais. Recomendarei a Binance. Mais abaixo há um breve tutorial de manuseio da sua carteira oficial, Daedalus.

4.1 Como comprar

Binance

Não é a primeira vez que tal Exchange é citada aqui, possui um grande número de moedas, inclusive a da Cardano, visando diminuir o tamanho dos posts e facilitar a leitura, criei um artigo dedicado sobre a Binance e como usar seus principais recursos. Podem acessar o guia clicando aqui.

4.2 Como armazenar

Daedalus

Assim como a maioria das carteiras, a Daedalus tem um funcionamento simples e parecido com as demais. O intuito desse tutorial é ensinar o básico para quem está começando, que é enviar e receber fundos. Existem versões para Windows e Mac, realizem o download por meio deste link, basta clicar na versão desejada. 

 

A instalação é simples e não difere de outros programas. Ao abrir a carteira, selecione o idioma, atualmente só estão disponíveis os idiomas: Inglês e Chinês.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Aceite os termos e prossiga.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Clique em Continue. Isso enviará possíveis erros que venham a acontecer para a equipe, visando melhorar a carteira de forma mais eficiente.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Após isso a carteira irá sincronizar os blocos. Esse processo é lento e pode demorar horas, não há nada o que fazer a não ser esperar.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Após o termino do processo, encontrarão essa tela, basta então clicar em Create. A opção restore servirá para recuperar a carteira. Não é o foco do tutorial, mas estarão aptos a realizar tal processo, pois é bastante fácil.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Essa tela aparecerá após clicar em Create. A opção de Password estará desabilitada, habilitem clicando na pequena chave seletora que se encontra a direita. Preencham então com um nome para a carteira e com uma senha segura. Para terminar o passo, basta clicar no botão Create personal wallet.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Esse aviso será mostrado após o passo anterior, a janela informa sobre o que virá a ser sua Seed. Semente ou seed nesse caso é um conjunto de 12 palavras que você deve manter em total segurança. Essas palavras poderão ser usadas futuramente para recuperar sua carteira ou para importa-la em outro local (como na opção Restore informada no começo). Nunca revele sua Seed, pois é a parte principal de sua conta. Somente com ela qualquer um poderá ter acesso ao seu dinheiro. Marque a caixa de aviso e então clique em Continue.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Agora você visualizará sua Seed, que serão 12 palavras diferentes das mostradas abaixo. ANOTE essas palavras na mesma ordem em algum papel e o mantenha seguro. As palavras serão necessárias no próximo passo e no futuro caso percam o acesso ao computador ou algo semelhante.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Aqui você deverá selecionar as palavras que anotou no passo passado. A ordem deve ser exatamente igual à que você anotou no passo anterior.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Marque as duas caixas para confirmar que entende a importância de mante sua Seed segura e clique em Confirm.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Sua carteira está agora pronta para o uso, todas as opções podem ser facilmente identificadas na tela inicial. Send é a opção usada para enviar fundos. Receive é usada para receber e Transactions é o histórico de suas transações. Nos menus laterais se encontram algumas configurações que não são necessárias para o usuário comum.Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Aqui o tema foi mudado para azul, mas não faz diferença. Observem que estou na opção de Recebimento, você possui a opção de gerar novos endereços. Isso pode te dar uma camada a mais de privacidade, mas tal função não precisa ser obrigatoriamente utilizada. Usar o mesmo endereço para mais de uma transação não trará problemas. Essa opção de pôr o Password é para caso queira gerar novos endereços. Para receber quantias, basta enviar seu endereço para quem irá lhe enviar e esperar a transação cair. Seu endereço é esse conjunto de caracteres aleatórios, podem inclusive utilizar mais de um endereço, se os mesmos estiverem presentes na opção Receive de sua carteira.  Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

 

Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

Aqui podem ver o recebimento de um valor, ele aparecerá na sua tela inicial “Sumary” ou na aba Transactions.

 

Imagem retirado do canal do Youtube - Tomoon

Para enviar algum valor, basta ir na aba Send e inserir na opção Receiver, o endereço da carteira para qual você pretende enviar. Na opção Amount, digite a quantia, ao clicar em Next estará tudo feito.

5.0 Conclusão

Cardano possui um marketing muito grande sem muito esforço. Seu projeto é muito bem escrito e estruturado, um dos que passam maior confiança. Isso graças a credibilidade devido seu modelo acadêmico, sua transparência, inteligência, perspicácia. Cardano possui a honestidade em saber abordar os problemas e demonstrar como resolve-los, não se importando de usar tecnologias já existentes ou de se aliar com outras criptomoedas.

O projeto passa uma sensação de rivalidade contra a Ethereum, talvez devido seu idealizador ser um ex-fundador da mesma. Cardano parece ser uma resposta ao fork da Ethereum. O fundador acredita que não deveria ter acontecido, pois foge da ideologia por trás das criptomoedas. Após tal erro, Cardano já inicia com planos muito sólidos para evitar isso e outras coisas.