A Comissão de Valores Mobiliários da Tailândia divulgou um alerta na semana passada contra a criptomoeda Somdejcoin (SDC), afirmando que não está claro a natureza do investimento por trás deste token.
Segundo o jornal Bangkok Post, o ativo foi desenvolvido pelo templo budista Wat Pa Mahayan em parceria com uma fundação.
O site oficial do token afirma que a moeda tem uma quantidade limitada de 66.186.727 unidades – uma para cada cidadão da Tailândia, conforme o número oficial da população de 2020.
“Os criadores [da criptomoeda] querem que o povo da Tailândia tenha a oportunidade de colecionar moedas comemorativas e que tenha acesso a Somdejcoins. Pelo menos um token por pessoas como um souvenir que pode ser uma herança para futuras gerações”, afirma os criadores do token no site oficial.
As autoridades disseram que vão entrar em contato com a exchange Satang Pro, na qual o token é listado, para saber se o ativo cumpre com os pré-requisitos legais do país.
Para uma criptomoeda poder ser listada numa corretora na Tailândia, deve seguir algumas regras específicas e, além disso, não pode ser uma memecoin, um fan token, um NFT ou um token emitido pela própria exchange.
Autorização budista
Somdej é o nome de um monge que viveu nos séculos 18 e 19 é até hoje reverenciado como um homem santo por parte da população budista. A CVM local que este também é um ponto de atenção: tal medida talvez tenha que ser aprovada pelo Escritório Nacional do Budismo.
Os desenvolvedores da Somdejcoin firmam que irão cobrar 9% de cada transação e que esse dinheiro irá ser dividido em três partes: uma para apoiar o budismo, outra para garantir a liqudez do ativo e outra para adicionar moedas para os “holders”.
A CVM local vê um problema nisso: o órgão entende que o sistema pode ir contra o propósito dito de preservar a religião e contribuir para a sociedade, já que irá incentivar a retenção para investimentos no lugar de filantropia.