A taxa de hashes (a quantidade de poder computacional sendo usada por uma rede blockchain) do Bitcoin registrou o maior aumento deste ano no último sábado (12), disparando de 188,40 exahashes por segundo (ou EH/s) para um novo recorde de 248,11 EH/s em apenas um dia, segundo dados do site Blockchain.com.
Apesar de o valor ter caído para 209,63 EH/s no domingo (13), agora, a principal rede blockchain do mundo está mais segura do que nunca.
Em blockchains que usam o algoritmo de consenso proof of work (ou PoW), a taxa de hashes se refere ao total de poder computacional combinado e alocado por uma rede de computadores, chamada de “mineradores”, que processam transações e acrescentam blocos à blockchain.
Quanto maior a taxa de hashes, mais segura é a rede, pois mais poder computacional é exigido para realizar um ataque bem-sucedido, como o processamento de transações fraudulentas ou informar que os mesmos bitcoins (BTC) foram usados duas vezes (chamado de “gasto duplo”).
Junto com o recorde na dificuldade de mineração do Bitcoin (a medida de quão difícil é encontrar novos blocos), uma crescente taxa de hashes é um sinal bem otimista de que mineradores estão cada vez mais dispostos a implementar capital a longo prazo à infraestrutura de bitcoin.
De acordo com os dados do BTC.com, a previsão é que a dificuldade de mineração do Bitcoin aumente mais 3,24% esta semana, quando o próximo reajuste de valor acontecer.
Sinais macro e o Bitcoin
A rede Bitcoin esteve em uma montanha-russa após a repressão à indústria de mineração na China em 2021, que fez com que a taxa de hashes despencasse para uma baixa de 68 EH/s, gerando preocupações sobre as perspectivas a longo prazo da indústria.
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No entanto, conforme diversos outros operadores se movem a outros países, como EUA, Rússia e Cazaquistão, a taxa de hashes do Bitcoin esteve se recuperando constantemente desde então.
A alta mais recente na taxa de hashes também acontece em meio a sentimentos negativos pelos mercados globais, como a crescente inflação e tensões geopolíticas.
A inflação dos EUA atingiu seu nível mais alto em 40 anos na última semana, fazendo investidores se livrarem de ativos de risco, incluindo criptomoedas.
O contínuo debate sobre a possível invasão militar da Rússia a seu país vizinho Ucrânia também não está ajudando.
Na semana passada, após uma declaração da Casa Branca de que a Rússia poderia lançar uma grande investida à Ucrânia “basicamente a qualquer momento”, o preço do bitcoin caiu quase 4% enquanto grandes índices de ações caíram entre 1,43% e 2,78%.
Neste momento, a principal criptomoeda está sendo negociada a US$ 42,1 mil, registrando uma queda de 1% no último dia, segundo o CoinGecko. Porém, os aspectos fundamentais da rede, como o grande aumento na taxa de hashes, continuam a ficar mais fortes.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.