A rede descentralizada Bittensor, projeto focado em inteligência artificial, se prepara para um momento decisivo: o primeiro halving de sua história, marcado para 14 de dezembro.
A redução pela metade da emissão do token TAO, de 7.200 para 3.600 unidades diárias, encerra o ciclo inaugural de quatro anos do protocolo e pode servir como um importante gatilho de valorização, segundo análise da Grayscale.
O evento replica a lógica consagrada do Bitcoin, em que cortes gradativos de oferta tendem a fortalecer a dinâmica de escassez e, historicamente, contribuíram para impulsionar o preço da maior criptomoeda do mundo ao longo de seus quatro halvings.
A Bittensor funciona como uma rede aberta que recompensa contribuições de inteligência destinadas a aprimorar sistemas de IA. Seu ecossistema é estruturado em sub-redes e tem hoje 129 delas, dedicadas a tarefas específicas, como computação, armazenamento de dados, agentes autônomos de IA e detecção de deepfakes.
Usuários são remunerados em TAO conforme o nível de utilidade de suas contribuições, criando um mercado competitivo e em constante evolução tecnológica. Ao reduzir a emissão diária do token, o halving promete aumentar a escassez e, potencialmente, o valor percebido do ativo pelos participantes da rede.
A maturidade da Bittensor
Will Ogden Moore, analista da Grayscale Research, afirma que o processo marca um passo importante na maturação da Bittensor. Segundo ele, apesar de a redução de recompensas parecer um desafio de curto prazo, redes baseadas em mecanismos semelhantes, como o Bitcoin, mostram que o valor de mercado e a segurança podem se fortalecer após eventos desse tipo.
“O primeiro halving da Bittensor é um marco importante à medida que a rede avança em direção ao seu limite de oferta de 21 milhões de tokens”, disse.
Moore destaca ainda o forte crescimento do ecossistema em 2024, impulsionado pelo lançamento do TAO dinâmico (dTAO) em fevereiro. O novo mecanismo tornou investíveis as sub-redes da Bittensor, permitindo que fundos e empresas escolhessem diretamente seus nichos favoritos dentro da rede.
Desde então, gestoras como Yuma Asset Management e Stillcore Capital lançaram fundos dedicados às principais sub-redes, enquanto três companhias listadas em bolsa criaram tesourarias em TAO, lideradas pela TAO Synergies, que atualmente mantém cerca de US$ 12 milhões em tokens.
Para a Grayscale, esse conjunto de fatores, adoção crescente, capital institucional entrando no ecossistema e a redução iminente da oferta, compõe um cenário favorável para o desempenho do TAO.
“O sucesso inicial de certas aplicações baseadas em sub-redes e o aumento do capital institucional no ecossistema Bittensor, combinados com a iminente redução pela metade da oferta de TAO, podem ser um catalisador positivo para o preço, em nossa opinião”, escreveu Moore.
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