Um servidor público do condado de Suffolk, nos Estados Unidos, se tornou alvo de um processo criminal após ser pego roubando eletricidade do trabalho para minerar criptomoedas, conforme revelou o The New York Times nesta quinta-feira (9).
O homem, chamado Christopher Naples, trabalhava há 21 anos como especialista da área de T.I. da prefeitura e tirou proveito do seu cargo de supervisor para transformar o local de trabalho em uma verdadeira fazenda de mineração de bitcoin.
Em seis escritórios diferentes, Naples escondeu debaixo das tábuas do assoalho e dentro de painéis elétricos cerca de 46 equipamentos dedicados à mineração de bitcoin e outras criptomoedas.
Colegas de trabalho suspeitaram do funcionário após notarem o aumento da temperatura nas salas causado pelas máquinas. Após uma denúncia, promotores da região fizeram uma vistoria e encontraram os equipamentos.
O servidor foi afastado do cargo e preso temporariamente, mas na quarta (8) foi liberado após confessar que os equipamentos eram dele. Agora Naples vai responder pelos crimes de corrupção pública, furto, invasão de computador e má conduta oficial. Caso seja considerado culpado no final do processo, ele pode enfrentar até 15 anos de prisão.
Furto de energia
O promotor responsável pelo caso, Timothy D. Sini, disse em coletiva de imprensa que o caso foi altamente técnico e precisou de um “nível incomum” de perícia dos investigadores. Conforme mostrou a reportagem da NBC (vídeo abaixo), todos os equipamentos foram apreendidos pelas autoridades.
“Estamos falando sobre uma quantidade enorme de energia. Não apenas temos milhares de dólares de dinheiro do contribuinte financiando essa operação, mas também colocamos em risco a infraestrutura do condado”, disse Sini ao The New York Times.
O promotor relatou que investigação ainda não foi capaz de calcular o prejuízo total que o funcionário causou aos cofres públicos do condado, mas o número deve ser alto já que pelo menos um quarto das máquinas estavam em operação desde fevereiro.
Além do consumo de energia, Sini apontou que o superaquecimento que a mineração estava causando no escritório poderia ter gerado um grande problema se continuasse acontecendo. Em uma das salas onde Naples escondia os equipamentos, haviam servidores de importância crítica para todo o condado. Conforme o promotor contou ao jornal, a temperatura nas salas caíram 20 graus logo depois que as máquinas foram desligadas.
A mineração é uma atividade que consome muita eletricidade e não são raros os casos de pessoas que tentam minerar escondido no trabalho, principalmente em países onde o alto custo da energia torna a mineração caseira pouco lucrativa, como é o caso do Brasil.
Em maio, um funcionário público da prefeitura de Marília, interior de São Paulo, foi denunciado por colegas de trabalho após ser pego roubando energia do escritório para minerar criptomoedas.