Perder uma fração que seja de Bitcoin pode representar um prejuízo de pelo menos milhares de dólares. Foi o que aconteceu com a WIRED, uma respeitada revista de tecnologia e cultura dos Estados Unidos. E ela própria resolveu partilhar com o público essa experiência.
Por meio de um sistema de mineração, em 2013 a WIRED conseguiu obter 13 Bitcoins, avaliados hoje em mais de US$ 100 mil. No entanto, uma questão ética apareceu para a revista e seus editores: o que fazer com essa pequena fortuna?
“Tivemos uma longa conversa, durante várias semanas, sobre o que fazer com o dinheiro”, recordou Michael Calore, editor sênior da WIRED, que integra a revista desde 2006, na reportagem escrita pela própria publicação. Alguns membros da equipe argumentaram que o Bitcoin deveria ser doado, ou reservado para um propósito de caridade no futuro. Outros disseram que tinha que ser destruído para sempre.
E o que decidiu a WIRED? Que o dinheiro não deveria ficar lá, porque isso poderia influenciar o modo como a revista noticiava sobre as criptomoedas.
“Eu disse que tínhamos que despejá-lo e doar o dinheiro para caridade o mais rápido possível, ou não poderíamos mais cobrir o Bitcoin”, disse à reportagem Adam Rogers, vice-editor da WIRED.
“Trancado em um cofre digital”
Eis que a revista tomou uma decisão radical: decidiu destruir a chave privada, que desbloqueia a carteira do Bitcoin e permite que os fundos sejam gastos — a outra, pública, permite o recebimento desse dinheiro. A decisão foi comunicada pela equipe em reportagem publicada em outubro de 2013.
“Estamos destruindo a chave privada usada pela nossa carteira Bitcoin. Isso deixa a nossa crescente pilha de lucro do Bitcoin trancada em um cofre digital por toda a eternidade — ou pelo menos até alguém quebrar a criptografia SHA-256 que a protege”.
Quem quiser dar uma olhadinha em como andam os milhares de dólares perdidos pela WIRED basta acessar a chave pública neste link.
Outros Bitcoins perdidos
Apesar do dilema ético da WIRED, a revista não está sozinha no quesito “jogar Bitcoins no lixo”. Esquecer sua chave privada, simples descuidos com o computador ou falhas em hardwares e softwares podem levar à perda de fortunas na criptomoeda. Um exemplo que mostra que Bitcoin “não é para corações fracos”.
Além de rir de si própria, a WIRED lembrou de casos famosos de Bitcoins perdidos. Um deles é do programador de TI galês James Howells, um dos primeiros mineradores de Bitcoins. Ele perdeu nada menos que 7.500 Bitcoins (algo em torno de US$ 56 milhões) quando jogou fora por engano o disco rígido de seu antigo notebook, em 2013.
“Eu não estou sentado aqui chorando sobre isso, acidentes acontecem”, disse ele ao jornal britânico The Telegraph. No entanto, ele alimenta o sonho de ainda conseguir recuperar o disco rígido do aterro sanitário onde a pequena fortuna está enterrada, no País de Gales.
Outro caso famoso é o do empreendedor Elon Musk, fundador da Tesla, admitido por ele próprio no Twitter, em novembro de 2017. “Não é verdade. Um amigo me enviou parte de um BTC há alguns anos, mas não sei onde está”.
A Chainalysis, uma empresa de pesquisa que analisa a atividade em diferentes mercados de criptomoeda, estima que entre 2,78 e 3,79 milhões, ou entre 17 e 23% de todos os Bitcoins, foram perdidos. Nessa conta entram os cerca de 1 milhão de Bitcoins atribuídos a Satoshi Nakamoto, o misterioso fundador da criptomoeda. Não há registro de movimentação dessa fortuna desde 2011.
Leia também: Bitcoin Fecha Mês de Maio com Quase 20% de Queda
BitcoinTrade
Comprar e vender Bitcoin e Ethereum ficou muito mais fácil. A BitcoinTrade é a plataforma mais segura e rápida do Brasil. Além disso, é a única com a certificação de segurança PCI Compliance. Acesse agora ou baixe nosso aplicativo para iOs ou Android: https://www.bitcointrade.com.br/