Quem é o day trader proibido de atuar no mercado brasileiro e multado em R$ 400 mil pela CVM

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Foto: Shutterstock

Afinal, quem é Silvio Teixeira de Souza Junior, trader afastado do mercado financeiro pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários)? Informações levantadas pelo Portal do Bitcoin indicam pelo menos dois pontos curiosos de sua trajetória antes da punição.

Teixeira foi condenado pela CVM por prejuízos de cerca de R$ 200 mil causados a seis investidores entre 2010 e 2014. Além de pagar multa de R$ 250 mil, também ficará afastado por 6 anos e 8 meses de qualquer no operação no mercado de valores mobiliários.

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Em perfil no LinkedIn, Teixeira se define como professor, investidor e ex-servidor público federal, além de experiência no mercado de capitais, fusão e aquisições e parcerias estratégicas. Ele cita que tais formações foram obtidas em pelo menos 20 cursos realizados em instituições do Brasil e do exterior.

No entanto, Teixeira também é dono de uma microempresa que faz pequenas reformas e é ex-integrante de uma empresa pela qual já recebeu uma outra condenação da CVM. Nenhuma delas é citada no perfil na rede social.

‘Consultor independente’

Também bacharel em Matemática pela FGS (Faculdade Gama e Souza), Teixeira dizia ainda ser consultor financeiro independente, com possibilidade de atuação pro bono – uma espécie de serviço voluntário. Não foi possível identificar ações desse tipo que ele tenha praticado.

O trader também costumava colaborar com textos para diferentes sites sobre investimentos, abordando desde dicas sobre ações em geral a trading esportivo. Parte desse material também estaria em um blog pessoal, cujo endereço não se encontra mais válido.

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De acordo com informações disponíveis em fóruns na internet, Teixeira oferecia cursos com orientações sobre o mercado financeiro. As discussões também já apontavam para acusações de 2014 de que o operador usava de carteiras de terceiros para fazer operações de day trade.

Teixeira foi procurado pela reportagem por e-mail, telefone e rede social para comentar as acusações e a condenação. Ele não respondeu até a publicação deste texto.

O caso RJCP

A formação descrita em perfil no LinkedIn bate com um documento da RJCP Equity S.A, empresa da qual Teixeira foi acionista e membro independente do conselho de administração. Foi por essa companhia, inclusive, que o trader recebeu uma outra condenação da CVM.

Em junho de 2019, Teixeira foi um dos punidos em um processo envolvendo a empresa, por manipulação de preços. Além de acionista, era membro independente do conselho de administração. Ele foi condenado a pagar multa de R$ 400 mil.

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Segundo a CVM, a RJCP foi criada a partir da valorização das ações de outras empresas inativas, que foram usadas para capitalizar a companhia e lançá-la na Bolsa de Valores.

Por meio de anúncios de negócios ou declarações dos sócios e executivos em fóruns e redes sociais, as ações da RJCP foram se valorizando. De acordo com o processo, Teixeira colaborou para essa operação, fazendo comentários a respeito da abertura de um escritório da RJCP em Londres.

Para o relator do processo na CVM, Henrique Machado, a RJCP foi “uma companhia que abriu o seu capital e passou a ter seus valores mobiliários em bolsa com o único propósito de extrair recursos de investidores do mercado acionário”.

Os investidores, por sua vez, “foram vítimas de um esquema amplo, que envolveu muito esforço e uma arquitetura complexa”, definiu o relator.

De trader a empreiteiro?

Um dado curioso é que Teixeira tem aberta em seu nome uma empresa com atividade bem distinta da formação e atuação como trader.

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O nome e CPF de Teixeira formam a razão social de uma microempresa cujo nome fantasia é Semps Construção e Reformas.

Segundo descrição junto à Receita, a empresa faz “serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita”, entre outros trabalhos menores de construção e reformas.

O endereço que consta na ficha da Receita Federal bate com o apresentado pelo trader no processo da CVM – um apartamento no bairro de Olaria, no Rio de Janeiro.

De acordo com a ficha na Receita, a empresa foi aberta em junho de 2019 e permanece ativa. O capital social discriminado é de R$ 3.000, um valor modesto perto do montante que Teixeira lucrou nas atividades como trader.


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