Ilustração de moeda NOT dourada com logotipo do jogo Notcoin do Telegram
(Divulgação/ Notcoin)

O jogo Notcoin, lançado no Telegram, deu início à revolução “tap-to-earn” no ano passado, atraindo centenas de milhões de jogadores para o aplicativo de mensagens. No entanto, o entusiasmo por esse modelo diminuiu após lançamentos de tokens decepcionantes e esquemas cada vez mais complicados.

Agora, um ano após o lançamento do token NOT ter desencadeado a febre, os fundadores do Notcoin acreditam que a reinvenção de jogos clássicos por meio da recém-lançada plataforma Not Games será o próximo grande passo para os jogos no Telegram.

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Sasha Plotvinov, cofundador do Notcoin, disse ao Decrypt que acredita que a demanda por jogos “tap-to-earn” não cresceu significativamente após o lançamento do Notcoin, mesmo com o aumento exponencial na oferta de jogos. Segundo ele, essa saturação do mercado é a principal razão para o rápido declínio do gênero.

Além da saturação, os jogos “tap-to-earn” tinham mecânicas repetitivas, que basicamente consistiam em tocar incessantemente na tela para acumular pontos. Tudo isso em busca de um futuro airdrop, que na maioria das vezes acabava frustrando os participantes.

Por isso, Sasha e seu irmão, Vladimir Plotvinov — também cofundador do Notcoin — acreditam que o futuro dos jogos no Telegram está em priorizar a jogabilidade em detrimento dos esquemas de recompensa em tokens.

“Estamos olhando 10, 15, 20 anos atrás… em busca de exemplos de jogos que eram populares porque as pessoas simplesmente queriam jogá-los”, disse Sasha ao Decrypt durante o evento Token2049 em Dubai. “E estamos pegando essas mecânicas e tentando reproduzi-las em um novo formato, além de introduzir uma segunda camada com uma economia [cripto]”.

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Aprendendo com a onda “tap-to-earn”, os cofundadores acreditam que criar uma economia sustentável por meio da plataforma Not Games é essencial desta vez — principalmente porque a maioria dos preços dos tokens “tap-to-earn” despencaram após seus lançamentos.

Essas economias vão utilizar a blockchain The Open Network (TON) para permitir que jogadores troquem skins e outros itens cosméticos em um mercado aberto. Sasha enfatizou que querem evitar ao máximo mecânicas de “pay-to-win”.

Sasha cita a economia de skins do jogo Counter-Strike — estimada em US$ 4,2 bilhões — e acredita que os jogos no Telegram também precisam disso. Ele aponta para o enorme sucesso de jogos mobile como Candy Crush Saga e Clash of Clans, e defende que uma economia sustentável é o próximo passo lógico para o setor.

Mas por que fazer tudo isso no Telegram?

“É muito mais fácil. Se você quiser jogar um jogo clássico, precisa baixá-lo na App Store”, disse Vladimir. “No Telegram, você não precisa se registrar porque já tem uma conta — basta abrir o aplicativo web e jogar em um segundo.”

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Essa facilidade de uso também contribui para o potencial de viralização social, que impulsionou o crescimento dos jogos “tap-to-earn”, à medida que desenvolvedores incentivavam os usuários a convidar amigos em troca de recompensas. Uliana Salo, chefe de design e líder de produto da Not Games, acredita que os clássicos reinventados também podem aproveitar esse recurso do Telegram.

Em 2024, o WeChat afirmou que 500 milhões de usuários jogavam em sua plataforma todos os meses. Sasha quer posicionar a Not Games para alcançar um nível de sucesso semelhante no Telegram, que recentemente ultrapassou 1 bilhão de usuários ativos.

“O Telegram permite que qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo, simplesmente aperte um botão e [jogue um jogo]”, disse ele. “Nesse sentido, não vejo motivo para os jogos no Telegram não terem sucesso.”

Para ajudar o Telegram a alcançar seu destino no mundo dos games, a Not Games continuará reinventando jogos clássicos dentro do app de mensagens. A primeira tentativa é uma releitura do clássico jogo de navegador Agar.io, chamada Void — e outros jogos já estão em desenvolvimento.

Os irmãos Plotvinov não esperavam o sucesso viral do Notcoin e afirmam que o crescimento foi tão rápido que mal conseguiram acompanhar. A partir dessa experiência, perceberam que não é necessário lançar um produto perfeito para ganhar notoriedade. Em vez disso, planejam lançar boas ideias rapidamente e se manter ágeis na hora de receber feedback dos usuários — essa é a estratégia por trás da Not Games.

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“É assim que vamos trabalhar”, disse Vladimir. “Às vezes encontro desenvolvedores que estão tentando construir foguetes, mas isso não é necessário. Você pode criar um conjunto pequeno de recursos, lançar, observar, receber feedback e trabalhar em cima disso.”

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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