Projeto irá ensinar blockchain e criptomoedas para povo indígena Paiter-Suruí

Um projeto na Aldeia Gamir, na Floresta Amazônica, tem como objetivo promover a alfabetização digital de indígenas da etnia Paiter-Suruí
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Uraan Anderson Suruí, cacique da Aldeia Gamir (Foto: Divulgação)

Um projeto na Aldeia Gamir, na Floresta Amazônica (480 km de Porto Velho, capital de Rondônia), tem como objetivo promover uma alfabetização digital para os indígenas da etnia Paiter-Suruí. A Amazon Tech House quer ensinar conceitos mais básicos de tecnologia para a população local e partir para explicar temas como criptomoedas, blockchain e contratos inteligentes. As informações são do jornal O Globo

O povo Paiter-Suruí teve seu primeiro contato oficial com não indígenas em 1969 e agora, 55 anos depois, terá sua terra indígena como a primeira a receber o projeto da Amazon Tech House. 

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O lançamento do projeto será no próximo dia 23 o ReFi Summit na PUC do Rio de Janeiro o encontro antecede o Blockchain Rio, tradicional evento do setor cripto que ocorre anualmente na capital do Estado. 

A implementação da Tech House será feita pela Play4Change, organização dedicada a gerar transformação social utilizando tecnologias web3.

Uraan Anderson Suruí, cacique da Aldeia Gamir e vice-cacique geral do povo Paiter-Suruí, afirma que a blockchain é um modo de que a cultura de seu povo seja preservada e repassada, mantendo sua integridade. 

“Estamos diante da complexidade humana global e o grande desafio é que as pessoas tenham informações verdadeiras, diante da disseminação de notícias sem fontes seguras. A blockchain nos mostra ao contrário, a sua imutabilidade e transparência faz com que possamos ainda acreditar nas possibilidades mais autênticas e verdadeiras”, diz. 

O cacique avalia que seu povo tem a oportunidade de colocar sua cultura, ideias e conhecimento para que seja construído um mundo mais empático, justo e transparente. “Porque a tecnologia não está na blockchain, está nas mentes humanas e ela precisa ser usada de maneira correta para alcançarmos um futuro desejável para todos”, afirma.

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A casa na Aldeia Gamir sediará workshops, hackathons e outros eventos. O povo Paiter-Suruí vive na Terra Indígena Sete de Setembro, numa área ao norte do município de Cacoal (estado de Rondônia) até o município de Aripuanã (estado do Mato Grosso), onde estão espalhadas 28 aldeias com mais de 1500 habitantes.