O preço do Bitcoin está oscilando na tarde desta quarta-feira (21) após o banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed), anunciar um aumento de 0,75 ponto percentual nas taxas de juros dos EUA para combater a inflação no país.
A maior criptomoeda por valor de mercado caiu abaixo dos US$ 19 mil logo após a notícia, antes de se recuperar em meio à volatilidade generalizada do mercado.
O Bitcoin agora está sendo negociado em US$ 19.376, uma elevação de 1,8% na última hora. Nos últimos sete dias, o BTC registra uma queda acumulada de 5,7%.
O aumento veio dentro do aguardado. Analistas de mercado esperavam que o Fed voltasse a aumentar as taxas de juros hoje, desta vez entre 0,75 e 1,0 ponto percentual. O Bitcoin e outras criptomoedas e ações parecem ter precificado principalmente essas expectativas ao longo desta semana, embora isso não tenha impedido os comerciantes nervosos de vender mais baixo hoje antes do anúncio.
Repercussão
“O anúncio era esperado por boa parte do mercado e, parece, já ter sido precificado”, diz José Arthur Ribeiro, CEO da corretora Coinext. “O fechamento de setembro deve ser negativo para o Bitcoin, comprovando o histórico predominantemente de queda nesse mês do ano. Contudo, a perspectiva para o futuro breve pode ser vista a partir de um viés positivo” afirma.
“Além do próprio histórico positivo em outubro, uma mudança nas ações monetárias e notícias positivas em relação à pressão inflacionária, assim como aconteceu em julho, são situações prováveis e que favorecem as perspectivas positivas para o ativo”, finaliza o executivo.
As ações também caíram após a notícia, com o Dow Jones e o S&P 500 caindo cerca de 0,70% no momento da redação deste texto.
Mas não é só o Fed. Os bancos centrais vêm aumentando as taxas de juros para controlar a disparada dos preços. O Fed tem sido particularmente agressivo em sua abordagem porque a inflação nos EUA está com a maior alta em quatro décadas, levando os investidores a procurar refúgios seguros como o dólar americano e evitar ativos “arriscados” como ações e criptomoedas.
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De fato, o Bitcoin este ano foi negociado mais como uma ação de tecnologia, de acordo com dados da Arcane Research. Também sofreu uma surra: atualmente, está 70% abaixo do recorde histórico de novembro de 2021, de US$ 69.044.
Embora o dólar tenha subido constantemente – e hoje não foi exceção: antes do presidente do Fed, Jerome Powell, falar, já havia atingido um novo recorde de duas décadas, em parte impulsionado pela decisão do presidente russo Vladmir Putin de aumentar as ações na Ucrânia.
Edward Moya, analista de mercado da OANDA para as Américas, disse ao Decrypt que era um “ambiente de mercado preocupante”, mas havia luz no fim do túnel. “Acho que a maior parte de Wall Street espera que o Fed permaneça comprometido em combater a inflação, o que é difícil para ativos de risco – como as criptos”, disse ele.
“É uma abordagem de esperar para ver: os investidores de longo prazo ainda estão comprometidos com as criptomoedas e não se incomodarão com a decisão de hoje; eles estão antecipando que as criptomoedas serão negociadas em seus próprios fundamentos, eventualmente – não como ações de tecnologia ”, acrescentou Moya.
Darius Sit, da empresa de investimentos em criptomoedas com sede em Cingapura QCP Capital, disse que, embora o Bitcoin esteja sendo negociado como “ativo de risco macro”, ele pode “quebrar essa correlação” no futuro.
O Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mercado, não se saiu muito melhor após a decisão política do Fed. O ativo caiu 1% nas últimas 24 horas, sendo negociado por US$ 1.328.
O ETH, que apesar de ter completado a tão esperada e divulgada transição para uma blockchain de Proof of Stake na semana passada, tem lutado para ganhar impulso: nos últimos sete dias, seu preço caiu 15%.
- com informações do Decrypt
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