O regulador de valores mobiliários de Hong Kong deu aprovação condicional para uma série de aplicações de ETFs de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) à vista, em uma decisão que aliviou o mercado nesta segunda-feira (15) após um fim de semana de bastante tensão e queda dos preços.
Em declarações separadas, a China Asset Management e a Harvest Global Investments anunciaram a aprovação em princípio dos seus pedidos pela Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong (SFC). A Harvest Global Investments posteriormente excluiu sua declaração, provavelmente aguardando uma declaração oficial do regulador.
A plataforma de ativos digitais OSL anunciou também que atuaria como “parceiro subcustodiante” dos ETFs da China Asset Management e da Harvest Global Investments.
A Bosera Asset Management também anunciou que recebeu aprovação condicional para sua aplicação de ETF, que será gerenciada em conjunto com a HashKey Capital.
Essa aprovação é o passo mais importante para o lançamento desses produtos no país asiático, mas ainda não há uma definição de quando os ETFs realmente passarão a funcionar.
Impacto no mercado
Para Beto Fernandes, analista da Foxbit, a aprovação dos ETFs de criptomoedas em Hong Kong é simbólica. “Além de ser uma das primeiras regiões da Ásia a aprovar este tipo de produto, os ETFs funcionam praticamente em todo solo chinês, que em 2021, proibiu a comercialização e mineração da criptomoedas”, avalia.
“Inclusive, algumas gestoras offshore da própria China já parecem estar vinculadas ao ETF de Bitcoin em Hong Kong. Então, não esta não só é uma via de acesso à entrada de capital de investidores chineses no mercado de criptomoedas, como também pode sinalizar uma possível flexibilização do governo em relação às moedas digitais”, diz Fernandes.
Por outro lado, André Franco, head de research do MB, acredita que a aprovação dos ETFs não é tão positiva. “A aprovação só ajuda a trazer mais luxo, mas dado tudo que vimos acontecer com ETFs nos Estados Unidos, entendemos que esse ganho, uma licitação de ETFs em Hong Kong, é um ganho marginal”, disse.
Franco avalia que, como boa parte dos investidores que operam em Hong Kong também operam nos EUA, a segurança em Wall Street é maior e essas pessoas poderiam optar por manter o investimento nos EUA em vez de Hong Kong.
“Acreditamos que é um ganho marginal, até porque tem muitos investidores que estão nos EUA e não estão em Hong Kong. Acreditamos que é muito mais uma questão que ajuda a abrir mercado, mas, sem sombra de dúvida, não vai ter o mesmo impacto do ETF nos EUA”, conclui ele.
ETF de Ethereum dá vantagem para Hong Kong?
Em entrevista ao site The Block, Gary Tiu, diretor executivo e chefe de assuntos regulatórios da OSL, disse que a aprovação do ETF de Ethereum à vista poderia conceder uma vantagem competitiva sobre os EUA, já que lá a Comissão de Valores Mobiliários aprovou apenas ETFs de Bitcoin.
“No momento, os EUA não aprovaram nenhum produto ETH à vista. Portanto, os gestores de Hong Kong certamente estão em uma posição muito boa quando lançarem os produtos ETH em Hong Kong”, disse Tiu.
“A aprovação dos ETFs de Ether à vista por Hong Kong vem antes de uma decisão dos EUA e é um marco significativo na jornada de Hong Kong para se tornar um importante centro de criptomoedas”, disse Angela Ang, ex-reguladora da Autoridade Monetária de Singapura e consultora política sênior da TRM Labs. “Com menos alternativas para exposição ao Ethereum, poderemos ver os ETFs de Ethereum atraírem mais interesse dos investidores”, afirmou ao The Block.
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