Por que o ataque 51% não destruiu o Bitcoin Satoshi Vision (BSV)

Moeda BSV teve sua negociação paralisada na Coinbase após sofrer um ataque, mas segue viva
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A altcoin Bitcoin Satoshi Vision (BSV) — uma divisão, ou fork, do Bitcoin Cash (BCH) — é capitaneada pelo fanfarrão australiano Craig S. Wright, que alega ser Satoshi Nakamoto. Além disso, conta com o apoio do bilionário da indústria do entretenimento, Calvin Ayre, dono de diversas mineradoras de criptos.

Nos últimos dias a moeda foi alvo de um ataque 51%, o que levou a exchange Coinbase a suspender temporariamente as negociações da criptomoeda.

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Diferença entre o BSV e o Bitcoin

O Bitcoin (BTC) é a maior criptomoeda, com valor de mercado de US$ 720 bilhões, enquanto o Bitcoin SV (BSV) vale apenas US$ 2,6 bilhões.

A altcoin é um fork do BCash (BCH), e busca maximizar a capacidade de transações na camada base. Em suma, permite transações com dados complementares, de tamanho quase ilimitado.

O Bitcoin SV (BSV) possui fundadores atuantes, além de uma associação como porta-voz “oficial”, a The Bitcoin Association.

Custo de um ataque 51%

Um ataque 51% ocorre com uma entidade controlando grande parte dos validadores, no caso, mineradores. Através da Prova de Trabalho (Proof of Work), pode confirmar transações, causando “gastos duplos” e movimentações não-autorizadas.

A maioria das grandes criptomoedas tem hashrate, ou processamento computacional, suficiente. Ou seja, é extremamente caro adquirir o hardware necessário para um ataque. O site crypto51.app estima custo de US$ 1,45 milhão para um ataque ao Bitcoin. No entanto, na rede Bitcoin SV (BSV) esse valor cai para US$ 5,3 mil.

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Essa diferença é explicada pelos distintos poderes de processamento. Enquanto a rede Bitcoin possui 103 PH/seg, a rede BSV possui apenas 1,4 PH/seg.

Ataques aos BSV

A rede BSV foi alvo de um ataque 51% em julho deste ano. Nesta semana, três versões diferentes da blockchain foram criadas, e mais de 100 blocos foram reorganizados segundo um desenvolvedor da Blockchair.

Esses ataques recorrentes levantam sérias questões sobre a segurança e colocam em dúvida a viabilidade do BSV.

Consenso via Twitter

A “Associação Bitcoin” transmitiu via Twitter instruções para quem roda o software (nodes), explicando como responder ao ataque.


Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Em 2017, se tornou trader e analista de criptomoedas. Maximalista convicto, assina também o canal no Youtube RadarBTC.