No segundo dia do Blockchain Festival Rio de Janeiro, o tema da descentralização do mercado cripto foi debatido nos campos ideológico, mercadológico e regulatório entre os múltiplos debates que ocorreram em paralelo por toda a EXPO MAG ao longo da última quarta-feira (13).
Algumas vezes de forma acelerada, contraditória e sem muito debate, o confronto da segurança jurídica do investidor versus a ideologia de um mercado totalmente descentralizado marcou os discursos dos palestrantes, traduzindo muito das discussões que temos testemunhado cotidianamente nas redes sociais nos últimos anos, principalmente na corrente atual do marco legal cripto e tudo que decorre dos pilotos do DREX (o real digital).
No debate “Desafios da Criptoeconomia no Horizonte Blockchain: Estratégias Regulatórias e a Nova Fronteira da Defesa da Concorrência”, o papel do poder público nesse contexto foi apontado como fundamental no campo regulatório, com elogios a iniciativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em se manifestar sobre o mercado da tokenização de ativos e sugerir uma taxonomia centralizada para produtos deste mercado, o que facilita a compreensão dos investidores e diminui as variáveis dos discursos fáceis por aí.
Muito também se elogiou o papel da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) nessa campanha por uma maior regulação do mercado cripto, dado os problemas de concorrência de mercado e ataques genéricos com uso de desinformação, e a necessidade de se acompanhar a Audiência Pública a ser convocada pelo Banco Central para avanços neste campo com a evolução dos testes do DREX.
A conclusão da maior parte dos players que se manifestaram sobre a economia descentralizada e seus avanços no Brasil pode ser resumida na ótima explanação de Reinaldo Rabelo, diretor do Mercado Bitcoin, no painel “Desafios da descentralização em grandes empresas”, que conseguiu separar o que é ideologia e o que é atividade positiva e saudável para o ecossistema.
“A descentralização é uma feature criada pelo mundo cripto. Não precisa ser a solução completa. Por exemplo, o MB é uma plataforma centralizada que permite que seus usuários acessem a descentralização quando quiserem. Qualquer ativo pode ser enviado para a autocustódia (wallet out), ao contrário do que acontece no mercado tradicional, lá, eu não posso guardar meu CDB, minha LCI, meu CRA na minha carteira própria (estou sempre dependente do banco, da corretora).”
Criar regras e deveres não limitam ou prejudicam um mercado, basta perguntar a cada investidor já lesado por players piratas no oceano da descentralização anarco-capitalista sobre a importância de ter a quem recorrer quando somem com seu patrimônio.
Sobre o autor
Carlos Eduardo Moura é editor do Portal do Bitcoin
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