A Polícia Federal da Alemanha derrubou na terça-feira (12) o DarkMarket, um site da deepweb que operava com vendas ilegais cuja receita foi de pelo menos 4.650 bitcoins (BTC) e 12.800 moneros (XMR), o que dá na cotação atual cerca de US$ 160 milhões. Na operação, um australiano de 34 anos foi preso, suspeito de comandar a plataforma, diz o comunicado da Europol.
De acordo com a agência, trata-se do maior mercado ilegal do mundo na deepweb. Nele, havia cerca de 500 mil usuários que eram atendidos por mais de 2.400 vendedores. Mais de 320.000 transações foram realizadas até a ação da força-tarefa, disse a agência.
“Os vendedores do marketplace comercializavam principalmente todos os tipos de drogas, dinheiro falsificado, dados roubados de cartões de crédito, cartões SIM anônimos e malware”, diz o comunicado.
Para localizar os mentores da plataforma ilegal e desativá-la, o Centro Europeu de Cibercrime (EC3) criou uma força-tarefa chamda ‘Dark Web Team’ para trabalhar em conjunto com os parceiros da União Europeia. O objetivo é realizar mais ações como esta e aplicar a lei em todo o mundo para reduzir o tamanho da economia ilegal.
Segundo a Europol, a time fornecerá uma abordagem completa e coordenada, compartilhando informações e fornecendo suporte operacional e experiência em diferentes áreas do crime. Além disso, o time deve desenvolver ferramentas, táticas e técnicas para conduzir investigações da deepweb e identificar ameaças e alvos.
A equipe pretende ainda aprimorar ações técnicas e investigativas conjuntas, organizar formação e capacitação, e criar campanhas de sensibilização. “Uma estratégia completa contra a criminalidade na deepweb”, disse o órgão, acrescentando:
“Um compromisso compartilhado com a comunidade policial em todo o mundo e uma abordagem coordenada por parte das agências policiais mais uma vez provaram sua eficácia. A escala da operação na Europol demonstra o compromisso global de combater o uso da dark web como meio de cometer crimes”.
A operação coordenada pela Europol contra o DarkMarket, envolveu autoridades da Alemanha, Austrália, Dinamarca, Moldávia, Ucrânia, Reino Unido e dos Estados Unidos.
Silk Road na deepweb
A ação alemã remete ao caso Silk Road, que ficou conhecido mundialmente como o marketplace ilegal na deepweb que envolveu uam grande quantidade de bitcoin. Comandada por Ross Ulbricht, a plataforma permitia livremente a comercialização de armas e drogas.
Com isso, Ulbricht fez fortuna e chegou a juntar mais de 140 mil bitcoins, equivalentes a US$ 4,8 bilhões no mercado de hoje, mas foi preso em flagrante operando o site em uma biblioteca pública de São Francisco, em outubro de 2013, após ter sido rastreado pelo FBI.
Ultimamente, o americano tem tentado o perdão presidencial. Em 2019, pediu ajuda a Roger Ver, fundador do site Bitcoin.com e ‘pai’ do Bitcoin Cash (BCH).