A criptomoeda nativa do jogo play-to-earn Plant vs Undead vem numa queda constante e acelerada nas últimas semanas e atingiu o fundo do poço na quarta-feira (22), quando token PVU registrou a pior cotação da história — US$ 2,66, segundo o CoinMarketCap.
O ativo, por ora cotado a US$ 2,81, chegou a perder 66% do seu preço em sete dias. Os principais afetados pela queda são os jogadores, que são recompensados no game com PVU, o token de utilidade que seria o equivalente a SLP do Axie Infinity.
O atual cenário de crise da moeda é bem diferente do que foi visto em agosto, quando o PVU atingiu a sua máxima histórica de US$ 25. Desde então, o jogo não foi capaz de manter o preço sustentável e, apenas um mês depois, registra uma cotação 85% inferior ao recorde.
“O PVU é um jogo que não tem formas de queimar a moeda, a não ser comprando outra planta NFT. Ou seja, era inevitável que chegaria um ponto onde não teria mais tanta gente comprando PVU ou novas NFTs e a moeda não se sustentaria”, disse à reportagem Caio Moreira, jogador de Plant vs Undead e youtuber do canal PatoinTV.
Segundo Moreira, parte da desvalorização pode ser atribuída aos próprios desenvolvedores do jogo, que na semana passada, fizeram um evento que permitiu que a maioria dos jogadores conseguissem comprar sua primeira planta NFT “quase de graça”, apenas fazendo as atividades diárias.
“Isso fez com que muitas pessoas pegassem essa planta NFT para vendê-la logo em seguida no mercado. Muitos aproveitaram a oportunidade para ganhar dinheiro”, explicou. O evento fez com que parte dos jogadores criassem várias contas para no jogo para garantir o NFT.
Como funciona o Plant vs Undead
O Plant vs Undead é um jogo que tenta ser o Plants vs Zombies, mas com tokens não fungíveis (NFT) baseados na Binance Smart Chain. A ideia é que os jogadores possam cultivar plantas e utilizá-las para batalhar contra criaturas “mortas-vivas” nos modos PvE e PvP.
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No entanto, as batalhas através do modo PvP (player vs player) ainda não estão disponíveis e serão lançadas em outubro. Enquanto isso, os jogadores conseguem tirar algum lucro através do modo fazenda. Ao cultivar plantas, o usuário ganha LE — um token que só existe dentro jogo — que pode ser convertido por PVU, um criptomoeda negociável no mercado.
Atualmente para começar a jogar o Plant vs Undead, o jogador precisa investir no mínimo 5 PVU para comprar uma planta e os itens necessários, como pote e água. À medida que o usuário comece a acumular LE, ele poderá comprar o NFT direto do jogo, o que exige mais 10.000 LE e 4 PVU.
Vale lembrar que para entrar no jogo não é preciso ter um NFT. No entanto, os saques de PVU só são liberados se o jogador tiver uma planta NFT.
Até então, o jogador poderia sacar 1 PVU a cada 100 LE adquiridas no jogo. Frente à forte desvalorização da moeda, os desenvolvedores anunciaram hoje no grupo oficial do Plant vs Undead no Discord que a partir de quinta-feira (23), os jogadores vão precisar farmar 500 LE para sacar 1 PVU, uma possível estratégia para tentar conter a oferta da moeda.
De acordo com o jogador Moreira, um usuário comum consegue gerar 2200 LE a cada seis dias. A partir da nova atualização da economia do jogo, o usuário consegue lucrar em torno de R$ 90 por semana no jogo na atual cotação da moeda de R$ 17, tirando os gastos de entrada.
Um outro problema do jogo é a instabilidade do seu servidor que impede os jogadores de farmar, o que por sua vez é outra razão que leva muitos a abandonar o game e fazer os preços dos NFTs caírem, conforme explicou Bruno Alexsandro, que joga Plant vs Undead desde que o jogo foi lançado há dois meses.
“Com o tokens desvalorizando por conta de muita gente estar saindo do jogo, as plantas também ficaram mais baratas. Como tem muita gente vendendo plantas e não tem outro motivo para você querer comprar o token a não ser para comprar NFTs, a moeda está valorizando”, explicou Alexsandro. “Milhares de pessoas vendendo NFTs ao mesmo tempo vai fazer o token cair, e é isso que está acontecendo”.