Imagem da matéria: O que é Web 3, a internet descentralizada do futuro?
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A internet é um projeto ainda não finalizado. Neste artigo, analisamos o que possivelmente será a próxima grande geração da internet, uma em que usuários retomam o controle de corporações centralizadas que atualmente dominam o mundo on-line.

A principal motivação que leva milhares de pessoas a trabalhar para redefinir a atual internet está no fato de que as plataformas mais usadas atualmente são controladas por meia dúzia de poderosas empresas que geram lucro pelos dados que seus usuários geram.

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A Web 3 é basicamente uma nova forma de pessoas usarem a internet sem abrir mão de sua privacidade e dados valiosos.

Web 1.0

Para entender o que é a Web 3, precisamos entender as versões anteriores da internet.

A primeira fase da internet pode ser caracterizada pela forma como usuários inicialmente interagiam na web. Grande parte dos usuários, durante a primeira geração da internet, era consumidora passiva de conteúdo.

Em outras palavras, o Web 1.0 era sobre ler, e não escrever. Era estática em vez de dinâmica. Isso mudou com a Web 2.0.

Web 2.0

A próxima grande fase da internet era sobre a interatividade e usuários.

Nessa fase, usuários criaram grande parte dos conteúdos em plataformas como YouTube, Facebook e Twitter. Essa internet era mais social e colaborativa, mas isso aconteceu a um certo custo.

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A desvantagem dessa internet mais participativa era que, ao criarem conteúdo, usuários também estavam fornecendo informações e dados pessoais às empresas que controlavam essas plataformas.

O que é a Web 3?

A Web 3 é a próxima fase da internet. Atualmente, ainda está sob desenvolvimento, então não existe uma definição única e estabelecida do que a Web 3 é ou será.

No geral, a Web 3 se refere a uma internet fomentada por redes descentralizadas, como Bitcoin e Ethereum. A principal inovação dessas redes é a criação de plataformas que não são controladas por uma única entidade e que mesmo assim, as pessoas ainda possam ter confiança.

É por isso que cada usuário e operador dessas redes devem seguir o mesmo conjunto de regras codificadas, conhecidas como protocolos de consenso.

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A inovação secundária é que essas redes permitem que valor ou dinheiro seja transferido entre contas. Esses dois fatores — descentralização e o dinheiro de internet — são fundamentais para entender a Web 3.

Quem inventou a Web 3?

Assim como as versões anteriores da internet, não existe um único criador da Web 3. Em vez disso, cresceu como uma colaboração entre pessoas e organizações sendo desenvolvidas umas nas outras.

No geral, os envolvidos em plataformas blockchain de contratos inteligentes, como Ethereum, são reconhecidos como os precursores da Web 3.

Uma das bibliotecas de programação mais populares e utilizadas para escrever códigos no Ethereum é chamada de web3.js. Também existe a Web3 Foundation, operada pelos fundadores da rede Polkadot.

O que tem de tão especial sobre a Web 3?

A principal vantagem da Web 3 é que ela tenta resolver o maior problema resultante da Web 2: a coleta de dados pessoais por redes privadas que são vendidos a anunciantes ou possivelmente roubados por hackers.

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Com a Web 3, a rede é descentralizada, então uma unidade não a controla. Além iddo, as aplicações descentralizadas (dApps) desenvolvidas na rede são abertas.

A transparência da internet descentralizada significa que nenhuma única parte tem controle de dados ou limita o acesso. Qualquer um é capaz de desenvolver e se conectar com diferentes dapps sem permissão de uma empresa central.

O que mais tem de diferente?

Na Web 3, o dinheiro é nativo. Em vez de precisar depender de redes financeiras tradicionais que estão ligadas a governos e restritas geograficamente, o dinheiro na Web 3 é instantâneo, global e não precisa de permissão para ser usado.

Também significa que criptomoedas podem ser usadas para criar economias e modelos de negócio completamente novos, uma área cada vez mais conhecida como tokeconomia.

Por exemplo, a propaganda na internet descentralizada não precisa depender da venda de dados de usuários a anunciantes, mas pode recompensar usuários com um token por visualizar anúncios.

Esse tipo de aplicação da Web 3 está sendo desenvolvida com o navegador Brave e sua criptomoeda Basic Attention Token (BAT).

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Como usar a Web 3?

Existem muitas dapps da Web 3 já disponíveis. Um dos produtos mais populares e promissores envolvem ferramentas de finanças fescentralizadas (DeFi) por meio das quais usuários podem realizar empréstimos, tokenizar ativos do mundo real, investir e negociar criptomoedas sem precisar de exchanges centralizadas.

Jogar, apostar e fazer previsões também são formas populares de usar a Web 3.

O futuro da Web 3

O futuro da internet é sobre aumentar a usabilidade e a escalabilidade. Para que a visão da Web 3 se torne realidade, mais pessoas vão ter que começar a usar dapps da Web 3.

Isso não apenas significa que haverá mais aplicações, mas também que elas sejam mais fáceis de usar e sejam mais atrativas a usuários sem muito conhecimento.

Por fim, com o Ethereum, a maior e mais popular plataforma de contratos inteligentes, redes Web 3 vão precisar melhorar sua escalabilidade para conseguir processar milhões de transações rapidamente se querem competir com as concorrentes da Web 3.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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