Imagem da matéria: O que é a Solana (SOL), a criptomoeda que superou a Cardano (ADA)
Foto: Shutterstock

Aplicações descentralizadas (ou dapps, em inglês) são amplamente consideradas como um dos principais casos de uso para a tecnologia blockchain.

Nos últimos anos, as dapps evoluíram aos trancos e barrancos conforme desenvolvedores de dapps lançaram tudo, desde jogos a plataformas blockchain de Finanças Descentralizadas (DeFi) e uma explosão concomitante no interesse de usuários.

Publicidade

Mas existe um problema. A grande maioria dessas dapps são executadas na Ethereum, que sofreu para lidar com a demanda desenfreada, resultando em congestionamento na rede e crescentes taxas de transação.

Agora a Solana, uma plataforma blockchain que surgiu em 2017, visa preencher essa lacuna e ter sucesso onde a Ethereum está tendo problemas.

O que é Solana (SOL)?

A Solana é um projeto blockchain de código aberto que visa alavancar diversas tecnologias revolucionárias para impulsionar a próxima geração de dapps.

O projeto é focado em fornecer uma plataforma descentralizada altamente escalável, segura e descentralizada ao máximo que possa fornecer suporte a possivelmente milhares de nós sem sacrificar o processamento, evitando alguns desafios enfrentados por sistemas adversários.

Publicidade

A Solana foi fundada em 2017 durante a febre das ofertas iniciais de moeda (ICOs) e arrecadou mais de US$ 25 milhões em diversas rodadas de vendas privadas e públicas. A plataforma lançou sua rede principal em março de 2020, mas ainda opera como um lançamento beta.

Como a Solana funciona?

Um dos recursos mais marcantes do Solana é seu sistema de consenso proof of stake (PoS), que é reforçado por algo chamado de “Consenso de Torre” (do inglês “Tower Consensus”).

É uma variante de um sistema que permite que redes distribuídas atinjam o consenso apesar de ataques de nós maliciosos, conhecido como Tolerância Prática a Falhas Bizantinas (PBFT).

A implementação da PBFT no Solana reforça uma fonte global de tempo pelo blockchain por meio de um segundo e novo protocolo chamado proof of history (PoH).

Publicidade

Basicamente, fornece um registro de eventos anteriores do blockchain, garantindo que exista um registro comum do que aconteceu e quando aconteceu para fins de referência permanente.

O Consenso da Torre alavanca esse relógio sincronizado para reduzir o poder de processamento necessário para verificar transações, pois os registros de data/hora de transações anteriores não precisam mais ser computados.

Isso ajuda a Solana a atingir um processamento que faz com que outros competidores comam poeira.

Além disso, a Solana inclui um número de outras inovações que a ajudam a se destacar da competição. Dentre elas, está a tecnologia de paralelização de transações, conhecida como Sealevel.

Permite que contratos autônomos paralelos otimizem recursos e garante que Solana possa escalar horizontalmente entre placas de vídeo (GPUs) e memórias SSDs, que ajudam a plataforma a escalar para atender a demandas.

A Solana também rejeita completamente o sistema mempool utilizado por outras plataformas. Encaminha transações a validadores antes que o lote anterior de transações seja finalizado.

Publicidade

Isso ajuda a maximizar a velocidade de confirmação e impulsionar o número de transações que podem ser processadas tanto de forma simultânea como paralela. Essa tecnologia é conhecida como “Corrente do Golfo” (do inglês “Gulf Stream”).

O que tem tão de especial no Solana?

Quando o assunto são dapps, velocidade é importante — como é evidenciado pelos obstáculos enfrentados pela rede Ethereum. No entanto, a Solana não sofre com esses problemas por conta de sua arquitetura de alto processamento.

A Solana afirma ser um blockchain capaz de processar mais de 50 mil transações por segundo (TPS) em carga máxima, o que o tornaria no blockchain mais rápido em operação.

Para fins de perspectiva, é quase mil vezes mais rápido que a rede Bitcoin (cujo processamento máximo é entre 5 e 7 TPS) e mais de três mil vezes mais rápido do que a Ethereum (cujo processamento máximo é de cerca de 15 TPS).

Além disso, a Solana afirma ter um intervalo médio por bloco de 500 milissegundos e uma taxa média de transação de 0,000005 SOL (ou uma pequena fração de um centavo).

Combinados com sua enorme escalabilidade, a Solana está bem-posicionada para atender dapps que possam apoiar dezenas de milhares de usuários simultâneos sem ter problemas no futuro.

Publicidade

A Solana atinge essa escalabilidade sem depender de tecnologias de segunda camada ou “off-chain” (fora do blockchain) e não utiliza nenhuma forma de “sharding”. Isso permite que seja um dos poucos blockchains de primeira camada a ser capaz de atingir mais de 1 mil TPS.

Diferentemente de algumas plataformas, praticamente qualquer pessoa pode ser um validador na Solana e ajudar a garantir a segurança da rede.

O processo é completamente apermissionado, apesar de alguns usuários ainda precisarem ter um hardware básico para participar (um servidor que atende às especificações mínimas).

No total, a rede possui quase mil validadores, tornando-se um dos blockchains mais amplamente distribuídos.

Quem está desenvolvendo no Solana?

Assim como muitas plataformas de contratos autônomos criadas em 2017, a Solana já possui um ecossistema bem-desenvolvido e de rápido crescimento de dapps, em que muitos se adequam bastante ao nicho DeFi. Algumas das dapps mais populares do Solana incluem:

O3Swap: protocolo agregador interblockchains compatível com as fontes de liquidez da Ethereum, Binance Smart Chain (BSC), NEO e Huobi Eco.

SolStarter: futura plataforma de lançamento (ou “launchpad”) para ofertas iniciais descentralizadas (IDOs) de projetos sendo desenvolvidos no Solana.

Arweave: protocolo descentralizado para o armazenamento de dados que visa fornecer armazenamento permanente e amplamente redundante de arquivos.

Oxygen: um primordial protocolo DeFi de corretagem que permite que usuários extraiam valor com seus ativos parados.

O que é o token SOL?

A Solana, assim como a grande maioria das plataformas de contratos autônomos, apresenta seu próprio token nativo de gás, conhecido como SOL. Por ser um token de gás, todas as transações e operações de contratos autônomos no Solana irão consumir SOL.

O token SOL também pode ser posto em staking para ajudar a apoiar a segurança da rede, permitindo que usuários ganhem uma proporção da inflação como uma recompensa. Tokens SOL serão usados, no futuro, para governança em blockchain.

O token foi lançado na rede principal beta Solana em março de 2020 e, atualmente, está entre as 10 principais criptomoedas por capitalização de mercado.

Qual será o futuro do Solana?

Apesar de Solana estar sob desenvolvimento desde 2017, começou a operar sua rede principal beta apenas em março de 2021 e não existe um cronograma definido para quando esse identificador será removido.

Porém, diferente de grande parte das plataformas beta, Solana já está pronto e o identificador “beta” se relaciona mais às pequenas falhas ou contratempos que ainda podem existir.

Em relação ao que o futuro aguarda para Solana, a plataforma realizou, entre 15 de maio e 7 de junho de 2021, a “Solana Season Hackathon”, onde equipes competiram para ganhar até US$ 1 milhão em prêmios.

Além disso, cinco novos fundos cripto alocaram US$ 20 milhões cada para apoiar o desenvolvimento de projetos sendo desenvolvidos no Solana na China, ajudando a plataforma a solidificar seu alcance global.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Ações da Tesla sobem 8% após sua reserva de Bitcoin ultrapassar US$ 1 bilhão

Ações da Tesla sobem 8% após sua reserva de Bitcoin ultrapassar US$ 1 bilhão

O valor das participações em Bitcoin da Tesla mais do que dobrou desde o início do ano
isca com alerta de ataque ao fundo

Polícia prende jovens que invadiam perfis para aplicar golpe com criptomoedas

“Eles se encontram no crime desde cedo”, disse delegado ao revelar a idade dos criminosos
Glauber “ProTheDoge” Contessoto dogecoin é fotografado

Brasileiro recupera título de “Milionário da Dogecoin” após alta do DOGE — e desta vez ele está vendendo

Glauber “ProTheDoge” Contessoto já teve R$ 15 milhões em Dogecoin, mas perdeu os ganhos com a queda do mercado. Agora ele tem uma segunda chance
Bitcoin na frente de um fundo de gráfico de alta

Bitcoin está na “zona de euforia” e pode atingir US$ 125 mil até final do ano, diz analista

Analista estima que o preço do Bitcoin variará entre US$ 109 mil e US$ 125 mil até o início de 2025