Imagem da matéria: O Bitcoin Não Está Morto. Vida Longa ao Rei

Desde a marcação do seu topo, perto dos $20.000 em 17/12/2017, a “morte” do Bitcoin foi decretada aos sete ventos, tanto por aqueles que sempre juraram que era uma bolha como pelos que nunca compraram (ou venderam cedo demais) e torciam em suas consciências pesadas pela morte do rei. E mesmo alguns holders tiveram sua fé testada na queda até os $7000 no dia 06/12/2018. Não foram nem 2 meses de queda em um ativo volátil e em processo de maturação.

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A queda acabou? O Bitcoin sobreviveu?

A queda ocorreu porque naquele momento em dezembro as pressões regulatórias e ameaças de proibição atingiram patamares desafiadores. Ok, já existiram momentos assim antes e o Bitcoin nem chegou a cair tanto. Porém, cada vez mais o Bitcoin se populariza, mais ele começa a ter o comportamento das massas do mercado. Parte desta queda também foi por causa do “panic sell” – expressão em inglês para o momento de pânico e vendas irracionais no mercado. Nosso ego e o desejo de assumir riscos aumentam exponencialmente quando fazemos uma bela sequência de ganhos. Para algumas pessoas basta 1 gain para achar que é o lobo de Wall Street. Agora geralmente não é o caso quando seu trabalho árduo e o tempo que você investiu estão indo embora com uma sequência de perdas. O estresse e a adoção de riscos desnecessários são efeitos colaterais frequentes após uma série de negociações perdidas. Traders experientes sabem que a perda é parte do jogo. Nenhum trade é uma “coisa certa”.

Geralmente os iniciantes não percebem que as perdas são uma coisa normal, no sentido de fazer parte do dia a dia. Não existe trader profissional/experiente que não aceita perdas. Se um trader ainda não aceita perder, não pode ser chamado de profissional. Após uma perda, eles se sentem frustrados. E com a frustração vem a irracionalidade e, com ela, o pânico.

Esse foi o movimento de massa que explica parte da queda. É muito complicado dizer o que vem ali à direita no gráfico. Qualquer afirmação é uma mera jogada de adivinhação. Mas não é muito complicado dizer sobre o que faz o Bitcoin estar mais vivo do que nunca.

O Bitcoin ainda não morreu…

Já vimos esta história tantas outras vezes. Porém este é um ecossistema, um mercado novo, que oferece novos produtos para uma nova classe de ativos. A maioria das pessoas e dos grandes profissionais de investimentos estão avaliando produtos e a oportunidade. E a maior de todas é: as moedas fiat não possuem lastro. O sistema financeiro é baseado apenas na confiança. O dólar é forte no mundo porque inúmeras transações são feitas em dólar e ele tem o governo dos Estados Unidos (e sua impressora de dinheiro) como base de confiança. Mas isto não é lastro. Isso a qualquer momento pode virar pó. Drama? Não. História.

Alemanha, período de 1918 a 1924. O marco alemão simplesmente perdeu 99.99% de seu valor em 6 anos. O dólar já perdeu 96% desde 1913. Isso se chama inflação. Nenhuma das moedas são lastreadas por ouro, prata ou qualquer outra coisa. E a diferença entre a Alemanha da década de 20 e os governos de hoje é a velocidade que os governos imprimiram dinheiro extra. Zimbábue e Venezuela já são a Alemanha da década de 20. Não há uma alternativa ao descontrole de gastos governamentais. A tendência mundial das dívidas públicas é de alta. Isto é uma bolha que quando estourar não conseguiremos simplesmente voltar a ter o ouro como meio de troca. Ele é difícil de transportar, difícil de dividir e de enviar a qualquer parte do mundo, quase que instantaneamente. E isto gera um valor.

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Uma crítica ao Bitcoin é que ele não possui lastro ou valor intrínseco. As pessoas acreditam que o ouro, por exemplo, tem valor devido às suas aplicações na indústria como a eletrônica. Mas, de acordo com o World Gold Council, em 2016, apenas 15% do ouro era usado em indústrias. Os outros 85% foi para fazer joias e moedas – itens que têm valor apenas porque as pessoas acham que eles são confiáveis para tais fins. O mesmo vale para as moedas impressas aos montes nos programas de quantitative easing.

Portanto, a principal razão para acreditar que o Bitcoin não morreu e ainda tem uma vida próspera e longa é que ele não é apenas mais um “ativo” do sistema financeiro. É o próprio sistema financeiro em si. Atualizado, deflacionário e descentralizado. Enquanto o sistema financeiro for fraco o Bitcoin permanecerá vivo.