A dificuldade de mineração do Bitcoin atingiu um novo recorde histórico nesta quarta (23), apesar do desempenho do preço estar menos do que estelar nos últimos tempos.
A dificuldade de mineração refere-se a quão competitiva é a atividade de minerar um Bitcoin (BTC). Essa dificuldade aumenta à medida que mais unidades de mineração são implantadas e, portanto, sugere que a atividade continua a ser um empreendimento lucrativo e popular.
De acordo com dados do CoinWarz, a dificuldade de mineração do Bitcoin está em 55,62 trilhões de hashes. O último pico notável da rede foi de 53,9 trilhões de hashes no dia 17 de julho deste ano.
Apesar do marco, atualmente o mercado de criptomoedas conta uma história diferente.
O sentimento dos investidores em relação ao Bitcoin tornou-se pessimista na semana passada, depois que a gigante imobiliária Chinesa Evergrande entrou com um pedido de falência do Capítulo 15 (uma espécie de pedido de recuperação judicial internacional) em um tribunal de Manhattan, forçando alguns investidores a se desfazerem de seus ativos mais especulativos.
Com isso, o preço do Bitcoin caiu 10,8% nos últimos 7 dias para negociar abaixo de US$ 26 mil nesta quarta-feira, segundo o CoinGecko.
No entanto, o setor de mineração de Bitcoin se move relativamente devagar, de modo que métricas mais positivas, como sua dificuldade crescente ou taxa de hash, não são tipicamente reativas ao preço da criptomoeda.
Isso porque a maioria das plataformas que entraram em operação nas últimas 24 horas foram pagas com antecedência.
Mineração de Bitcoin em alta
Certos eventos podem reduzir significativamente a métrica — como a repressão da China em 2021 contra as mineradoras de criptomoedas, ou uma onda de frio na América do Norte no inverno passado que causou alguns problemas operacionais à rede, levando algumas grandes mineradoras a desligar ou reduzir o consumo de energia.
No entanto, quando essas máquinas se deslocam ou voltam a operar, os dados mostram geralmente um ajuste de preço acentuado para cima.
De um modo geral, as dificuldades de exploração de mineradores aumentam constantemente ano após ano. Isso porque a cada ano mais máquinas são implantadas do que desligadas.
Outra métrica que subiu recentemente – e que também está sempre a subir todos os anos – é a taxa de hash. A taxa de hash mede o poder de computação da rede Bitcoin.
As plataformas de mineração de Bitcoin usam seu poder para quebrar códigos e validar registros de transações na rede — chamados de “blocos” — que são então adicionados ao sistema de contabilidade distribuída imutável da blockchain. Os mineradores então são recompensados por este trabalho com Bitcoin.
Cada tentativa de quebrar a criptografia de um bloco gera um código chamado “hash.” O primeiro minerador a transmitir o hash válido para seu bloco candidato recebe a recompensa e é adicionado à blockchain. Assim, os mineradores são incentivados a trabalhar rapidamente.
Quanto maior a taxa de hash, mais tentativas (ou hashes) os mineradores de Bitcoin podem fazer em um segundo para quebrar o código — um indicador claro do poder computacional da rede.
Hoje, o Bitcoin está fazendo 446 quintilhões de tentativas de quebra de código a cada segundo.
Isso é alto mas não tão alto quanto no início deste mês, quando a rede estava fazendo quase 486 quintilhões de tentativas a cada segundo.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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