Nubank aumenta taxas para compra de criptomoedas e culpa IOF

Alíquota mais alta passou a ser aplicada às operações entre R$ 100 e R$ 1.999, que agora são taxadas em 1%, informa Nubank
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Foto: Shutterstock

As compras de criptomoedas na plataforma do Nubank ficaram mais caras após um reajuste nas taxas cobradas pela instituição. A mudança, segundo o banco digital, está relacionada às alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) promovidas pelo Ministério da Fazenda na semana passada, que impactaram diretamente o custo de diversos produtos financeiros, incluindo os criptoativos.

Em comunicado oficial, o Nubank informou que as novas taxas variam de acordo com o volume de transações realizadas nos últimos 45 dias. A alíquota mais alta passou a ser aplicada às operações entre R$ 100 e R$ 1.999, que agora são taxadas em 1%, contra 0,6% anteriormente. Já as transações de até R$ 99 subiram de 0,8% para 1,2%.

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Para valores mais elevados, o aumento também foi significativo. Operações entre R$ 2 mil e R$ 9.999 tiveram a taxa elevada de 0,4% para 0,8%, enquanto transações acima de R$ 10 mil passaram de 0,2% para 0,6%. As trocas diretas de criptoativos continuam isentas de qualquer cobrança, mantendo-se com alíquota de 0%.

Inicialmente, o aumento das taxas não tem relação direta com o IOF, que não engloba criptomoedas. Um executivo de uma empresa do setor cripto sugere, no entanto, que o aumento das taxas ocorre possivelmente porque a operação do Nubank envolve a importação de ativos digitais de empresas no exterior.

“Compra o criptoativo lá fora e o preço se torna o preço do ativo em dólar, multiplicado pelo câmbio que se está fechando o negócio e isso vai embutir evidentemente o IOF”, afirmou.

O Nubank não enviou uma resposta até a publicação desta matéria.

Governo aumenta IOF, mas recua em parte

O mercado financeiro teve um sobressalto na última quinta-feira (22), quando o Ministério da Fazenda anunciou que iria elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em diversos tipos de cenários. Logo que a notícia começou a correr e o burburinho aumentar, o governo federal voltou atrás e cancelou parte das mudanças — com medo de ocorrer um novo episódio como a crise do Pix.

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As mudanças iriam tornar mais caro para o brasileiro fazer remessas de dinheiro para conta no exterior, indo de um IOF de 1,1% para 3,5%. Além disso, encareceria o investimentos em ativos e produtos estrangeiros por fundos brasileiros, saindo de uma alíquota zero para 3,5%.

O governo recuou e cancelou o aumento nesses dois cenários (remessas para contas e investimentos de fundos), mas manteve as taxas maiores em diversos outros cenários.

Entre as mudanças implementadas, uma das principais é a cobrança de IOF de 5% sobre os aportes mensais que ultrapassarem R$ 50 mil em seguros de vida com cobertura por sobrevivência — medida voltada a tributar produtos que funcionam, na prática, como forma de investimento.

As cooperativas de crédito também sofreram alterações: aquelas com movimentação anual acima de R$ 100 milhões passam a ser tratadas como empresas regulares para fins de tributação, deixando de contar com o regime fiscal diferenciado que vigorava até então. Já no caso do crédito concedido a empresas — tanto as do regime geral quanto as optantes pelo Simples Nacional — as alíquotas do IOF foram ajustadas, mas o governo ainda não divulgou os percentuais exatos.

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No segmento de câmbio e operações com moeda em espécie, a nova alíquota do IOF foi definida em 3,5%. Já outras operações financeiras que envolvam envio de recursos para fora do país, mas que não se encaixam em categorias específicas, também passam a ser taxadas com o mesmo percentual de 3,5%.

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