A próxima etapa dos testes do piloto do Drex, a versão digital do real, vai explorar também as soluções de privacidade de dados por meio de avaliações de segurança que possam desempenhar condições referentes à privacidade de informações de usuários. A fase está programada para começar em dezembro deste ano.
Esse tema conecta com os três principais objetivos estabelecidos pelo Banco Central (BC) para o piloto: programabilidade da solução, voltada à inovação e construção de produtos; escalabilidade, voltada a oferta de produto ao varejo em escala nacional; e privacidade, voltada a assegurar a observância do tema à legislação brasileira.
O roteiro de testes proposto foi dividido em duas fases. No primeiro o objetivo é a interação dos consórcios com os contratos inteligentes divulgados pelo BCB para: (i) execução das funções de emissão e transferência de real digital e real tokenizado entre participantes; ii) liquidação de leilão e compras e vendas envolvendo tokens de títulos públicos.
De acordo com Naasson Ferreira, executivo da área de Produtos do MB (Mercado Bitcoin) que lidera o consórcio pela corretora, nessa primeira etapa de testes a privacidade das informações não está sendo avaliada.
“Na segunda etapa, entre dezembro deste ano e maio de 2024, os testes passarão a focar em privacidade, usando a solução proposta pelo Banco Central”, disse Ferreira ao Portal do Bitcoin.
O consórcio liderado pelo MB junto com a Genial Investimentos, Mastercard, CERC e Sinqia para trabalhar no Drex, deu o pontapé inicial aos trabalhos ao integrar seu nó na rede do BC.
Drex, o real digital
Previsto para chegar aos cidadãos no fim de 2024 ou início de 2025, o Drex — ou “o dinheiro do nosso dia a dia”, segundo o BC, foi anunciado oficialmente pelo BC no dia 7 de agosto como a futura moeda virtual brasileira. Até então, a iniciativa era chamada de real digital.
Segundo o BC, cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta. O “D” representa a palavra digital; o “R” representa o real; o “E” representa a palavra eletrônica; e o “X” passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix, sistema de transferência instantânea criado em 2020.
Em março, o BC escolheu a plataforma Hyperledger Besu para fazer os testes com ativos de diversos tipos e naturezas. Essa plataforma tem baixos custos de licença e de royalties de tecnologia porque opera com código aberto (open source).
Em junho, o BC escolheu 16 consórcios para participar do projeto piloto. Eles construirão os sistemas a serem acoplados ao Hyperledger Besu e desenvolverão os produtos financeiros e as soluções tecnológicas.
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