Com o X (Twitter) indisponível no Brasil desde sexta (30) por conta de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), outras redes sociais estão ganhando popularidade entre os brasileiros para preencher essa lacuna.
Nesse contexto, até mesmo uma rede descentralizada criada por um brasileiro, a Nostr, com a mesma filosofia das criptomoedas, está ganhando destaque, ao lado de plataformas mais conhecidas, como Bluesky e Threads, da Meta.
Confira abaixo outras redes sociais com propostas parecidas ao Twitter.
Bluesky
A Bluesky tem atualmente tem 7 milhões de usuários, sendo que 880 mil novos usuários somente do Brasil entraram na rede nos últimos dois dias. O aplicativo teve como um de seus criadores o empresário Jack Dorsey, o fundador do Twitter e fã assumido do Bitcoin.
Conforme dados apurados pelo jornal Folha de S. Paulo, na quarta-feira (28), o Bluesky teve um pico de 2,07 milhões de postagens. E a língua dominante agora é o português: em um período de 24 horas no final de semana, constatou-se que 73% das publicações de toda a rede eram feitas na língua oficial do Brasil.
A rede foi originalmente iniciada como um projeto dentro do Twitter em 2019, liderado por Jack Dorsey, ex-CEO do Twitter. A ideia por trás do Bluesky é criar uma plataforma social que não seja controlada por uma única empresa, permitindo maior liberdade de expressão e controle por parte dos usuários.
O Bluesky é construído em torno do protocolo AT (Authenticated Transfer), que é um sistema de rede descentralizado. Esse protocolo permite que diferentes aplicativos e serviços se conectem à mesma rede, oferecendo aos usuários mais controle sobre seus dados e como eles interagem com as redes sociais.
Threads se beneficia da base da Meta
Outra opção que tem sido escolhida pelos brasileiros é o Threads, uma rede social da Meta que tem a mesma proposta do Twitter: um feed de publicações, em geral de textos curtos, e uma plataforma na qual as pessoas vão comentando em tempo real assuntos como esportes, memes, reality shows e notícias.
O Threads se beneficia de ter como empresa por trás a Meta, que tem 2 bilhões de usuários. É comum os usuários do Instagram verem publicações do Threads no meio das publicações e serem instigados a entrar na nova plataforma.
Conforme aponta a CNN, desde dezembro do ano passado o Threads tem registrados mais usuários diários nos Estados Unidos do que o X.
Pelos dados da consultoria Apptopia, o Threads tem 28 milhões de usuários ativos diários, contra 22 milhões do X. São usuários ativos diários os que abrem o aplicativo pelo menos uma vez no período de 24 horas.
Nostr: uma alternativa bitcoiner
Uma opção menos conhecida do grande público, mas que já tem um nome na comunidade Bitcoin é Nostr, um protocolo criado por um brasileiro conhecido apenas por seu pseudônimo ‘fiatjaf’.
Nostr é o protocolo de comunicação sem “donos” e resistente à censura, no qual pessoas podem trocar mensagens umas com as outras por meio de clientes — aplicativos que podem ser criados dentro da rede por qualquer desenvolvedor.
Clientes populares são o Damus (Apple Store), Amethyst (Play Store), e clientes web, como Iris e Snort.social. Todos esses aplicativos existem dentro do Nostr. Portanto, uma pessoa que escreve a partir do seu celular usando Damus, pode ter sua mensagem lida e respondida por um usuário que acessa o Snort no computador.
Desde o final do ano passado, o Nostr ganhou apoiadores ferrenhos como o famoso delator da Agência de Segurança Nacional dos EUA, Edward Snowden, o ativista de direitos humanos Alex Gladstein, e o maximalista de Bitcoin e criador do Twitter, Jack Dorsey.
No Damus, o cliente mais popular do protocolo, usuários podem vincular suas contas com endereços de Bitcoin e enviar gorjetas uns aos outros através da Lightning Network.
O Bitcoin também é usado pelos usuários que querem pagar por recursos que melhoram a experiência no Nostr, seja comprando um NIP-05, que é um identificador para a chave pública que garante um selo de verificação ao usuário, ou o acesso a uma relay que acelera o recebimento das mensagens.
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