O assunto que marcou a manhã deste sábado (2) no NFT.Rio foi como músicos podem usar a nova tecnologia dos NFTs para produzir e difundir seus trabalhos na internet. No painel estava presente o músico André Abujamra, junto com o idealizador do NFT.Rio e músico do Digitaldubs, Marcus MPC, e Carla Bastos da Mrk & Etc, com mediação do jornalista Bruno Natal.
“Quando ouvi falar de NFT, fiquei maluquinho, mas não vi a saida para música. Achava que era só arte”, conta Abujamra ao explicar seu primeiro contato com essa tecnologia.
Ele descobriu que tinha espaço nesse setor ao fazer parceiras com artistas de crypto art, como o brasileiro Uno de Oliveira. Foi com ele que Abujamra vendeu o que pode ser considerado o primeiro NFT de música do Brasil.
“Nós estamos muito no começo, como se fosse os vikings pegando o barquinho e chegando na Groenlândia. Se alguém falar que sabe de tudo de NFT, é mentira. Nós estamos começando”.
Marcus MCP também compartilha essa visão de que a música ainda está buscando sua forma de existir no mundo do NFT. “Para fazer dinheiro com música, tem que vender milhões de discos, com arte você vende faz isso com uma única obra. Por isso arte chegou antes”, explica.
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Apesar disso,a tecnologia que surgiu com as criptomoedas cria possibilidades para músicos que antes não existia: “O mercado do musica nunca foi feita para o músico, principalmente na cena underground. O NFT vira esse jogo. Com NFT você pode criar modelos de capitalizar com um publico menor, e criar uma troca diferente com as pessoas que escutam suas músicas”.
Ele cita como exemplo o recente mixtape tranformado em NFT vendido por Snopp Dogg que ganhou mais dinheiro vendendo mil cópias do NFT do que a Anitta ganhou com o streaming da sua música no Spotify que ficou em número um por semanas.
Os NFTs também ajudam artistas a crescer fora do modelo tradicional das gravadoras para ter um incentivo na carreira.
“Artistas independentes estão saindo muito na frente que as gravadoras em explorar NFT”, diz Carla Bastos. “É sensacional a forma como nosso mercado vai se reinventar mais uma vez. Não só na questão de dar uma remuneração para o artista, mas lança vários outros cenários possíveis de experiencia de troca entre a pessoa que faz a música e aquele que a escuta”.