Acadêmicos, tecnocratas e desenvolvedores do movimento separatista de Camarões lançaram a criptomoeda “AmbaCoin”, em busca de reconhecimento internacional para o estabelecimento de um novo país no continente africano, segundo informações do site Quartz Africa.
A criptomoeda teria sido elaborada por um grupo anônimo ligado ao movimento da autoproclamada “República Federal da Ambazônia”, região conhecida como Camarões do Sul. O território era governado antigamente pelos britânicos, em contraste à predominante colonização francesa do resto do país.
De acordo com o site criado para a divulgação da criptomoeda, 26.195 de criptobonds da “AmbaCoin” já foram comprados, de 100.000,000 que estão disponíveis na pré-venda. Cada “AmbaCoin” vale US$ 0,25 e a oferta inicial principal está programada para o dia 24 dezembro.
A “AmbaCoin”, com recursos feitos sob medida, é uma criptomoeda ERC20 baseada em Ethereum. Segundo a matéria da Quartz, “os desenvolvedores destacam a transparência, confidencialidade e baixo custo de transação da moeda.”
Já no site da “AmbaCoin” há informações sobre o destino das vendas, que “serão usadas para financiar a Causa Ambazônia, ajudar refugiados e defender as comunidades do regime repressivo da República de Camarões.”
Além da criptomoeda, a “República Federal da Ambazônia” tem um hino, bandeira e um governo interino. No entanto, ainda não foi reconhecida como nação independente por nenhum país no mundo. O grupo separatista anunciou uma declaração de independência simbólica no dia 1º de outubro de 2017 e atua principalmente através da desobediência civil.
Segundo informações da Quartz, a iniciativa de lançamento da criptomoeda foi anunciada em novembro e ganhou o apoio de outros movimentos separatistas ao redor do mundo após o secretário de Comunicação e Tecnologia da Informação da “República Federal da Ambazonia”, Chris Anu, ter postado nas redes sociais um exemplar da criptomoeda.
Criptomoeda separatista
O comunicado no site da “AmbaCoin” ainda indica que os planos para a criação de uma moeda tradicional já estão em desenvolvimento, segundo a Quartz, e que os separatistas estariam focados em distanciarem-se do franco da África Central (CFA), usado em Camarões e ligado ao Tesouro Nacional da França.
O lançamento da criptomoeda pode representar um avanço na luta dos separatistas camaroneses, mas há muitas dificuldades para a consolidação da independência. O maior desafio, segundo os desenvolvedores da moeda, é que a maioria dos recursos e da riqueza estão na área controlada pelo governo de Camarões, que impede o acesso aos ativos.
Diversos acionistas que “gostariam de ver uma Ambazônia próspera” não conseguem ajudar no fornecimento de investimento estrangeiro direto, afirmaram os desenvolvedores da criptomoeda. Por esse motivo, a melhor saída que encontraram seria a criação de um bônus, que deve ser usado para aumentar o capital destinado ao desenvolvimento da economia do almejado novo país.